Terminologia Económica E Social Em La Comédie Humaine

Terminologia Económica E Social Em La Comédie Humaine - Os capitalistas, tal como os encontramos em La Comédie humaine, dedicavam-se principalmente a especulações.
Na província "os reveses do clima regem a vida comercial", a tal ponto que "há um duelo constante entre o céu e os interesses terrestres".


O carácter aventuroso dos empreendimentos era ainda mais pronunciado nas grandes metrópoles mercantis, porque às intempéries somavam-se os percalços da história e o inesperado das acções individuais.
Este predomínio da especulação revela o atraso económico da França relativamente à Grã-Bretanha. "Não há dúvida", disse Canalis referindo-se à França, "de que ela foi ultrapassada na indústria, no comércio, na navegação pela Inglaterra; e, apesar disto, ocupa, na minha opinião, o primeiro lugar no mundo pelos seus artistas, pelos seus homens de talento, pelo bom gosto dos seus produtos".
O sempre vaidoso Canalis estava ali a fazer o seu próprio elogio enquanto "homem de talento", mas nem por isso a observação deixa de ser incontestável. "o nosso comércio", resumiu Balzac, "vive apenas graças ao luxo".
É revelador que, comparando o passado medieval com o presente, o romancista tivesse enumerado como traços da sua época "os tecidos preciosos, os jornais, as máquinas a vapor". "Os jornais" constituíam o instrumento da opinião pública, em que se fundava a monarquia constitucional, mas a proximidade entre "os tecidos preciosos" e "as máquinas a vapor" indica que tipo de produção fabril era prosseguido em França.
A indústria francesa vendia ao estrangeiro sobretudo artigos de luxo em quantidade limitada, contrariamente à Grã-Bretanha, que conquistou os mercados graças a uma produção industrial maciça e de baixo custo.
A expansão britânica era já tão plenamente assimilada à manufactura moderna que Balzac pôde escrever, a respeito dos novos costumes da vida em sociedade, que se tratava de "uma dessas invenções inglesas que tendem a mecanificar as outras nações".
O romancista criou aqui o neologismo "mécanifier", "mecanificar" − que quase só ele empregou e nem Littré nem o Dictionnaire da Académie Française registaram − decerto para distinguir entre, por um lado, um processo de expansão cultural e, por outro, a "mécanisation", enquanto processo de adopção material das máquinas.

 

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Terminologia Económica E Social Em La Comédie Humaine – Os capitalistas, tal como os encontramos em La Comédie humaine, dedicavam-se principalmente a especulações.
Na província “os reveses do clima regem a vida comercial”, a tal ponto que “há um duelo constante entre o céu e os interesses terrestres”.
O carácter aventuroso dos empreendimentos era ainda mais pronunciado nas grandes metrópoles mercantis, porque às intempéries somavam-se os percalços da história e o inesperado das acções individuais.
Este predomínio da especulação revela o atraso económico da França relativamente à Grã-Bretanha. “Não há dúvida”, disse Canalis referindo-se à França, “de que ela foi ultrapassada na indústria, no comércio, na navegação pela Inglaterra; e, apesar disto, ocupa, na minha opinião, o primeiro lugar no mundo pelos seus artistas, pelos seus homens de talento, pelo bom gosto dos seus produtos”.
O sempre vaidoso Canalis estava ali a fazer o seu próprio elogio enquanto “homem de talento”, mas nem por isso a observação deixa de ser incontestável. “o nosso comércio”, resumiu Balzac, “vive apenas graças ao luxo”.
É revelador que, comparando o passado medieval com o presente, o romancista tivesse enumerado como traços da sua época “os tecidos preciosos, os jornais, as máquinas a vapor”. “Os jornais” constituíam o instrumento da opinião pública, em que se fundava a monarquia constitucional, mas a proximidade entre “os tecidos preciosos” e “as máquinas a vapor” indica que tipo de produção fabril era prosseguido em França.
A indústria francesa vendia ao estrangeiro sobretudo artigos de luxo em quantidade limitada, contrariamente à Grã-Bretanha, que conquistou os mercados graças a uma produção industrial maciça e de baixo custo.
A expansão britânica era já tão plenamente assimilada à manufactura moderna que Balzac pôde escrever, a respeito dos novos costumes da vida em sociedade, que se tratava de “uma dessas invenções inglesas que tendem a mecanificar as outras nações”.
O romancista criou aqui o neologismo “mécanifier”, “mecanificar” − que quase só ele empregou e nem Littré nem o Dictionnaire da Académie Française registaram − decerto para distinguir entre, por um lado, um processo de expansão cultural e, por outro, a “mécanisation”, enquanto processo de adopção material das máquinas.

 

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