O Imaginário

O Imaginário - No cruzamento de disciplinas - psicanálise, literatura, antropologia cultural, sociologia dos meios de comunicação de massa -, este livro propõe uma análise filosófica do que nos separa do imediato, exorta-nos ao lúdico, permite-nos pensar quando o saber é insuficiente, e oferece-nos um horizonte - o imaginário.
Num ensaio marcado pela influência de Husserl, Sartre desenvolve alguns dos temas centrais de sua filosofia, como a ideia de que a imaginação se liga intimamente à noção de consciência e de liberdade individual.


O autor trata do poder que tem a cons­ciência de criar o irreal e daquilo que disso resulta: o imaginário. Com postura feno­menológica, é evidenciada a “estrutura in­tencional” da imagem: criar o irreal é uma intenção da consciência imaginante. A ima­gem é uma relação da consciência com o objeto. As propriedades do objeto são, nesse contexto, idênticas às da imagem. Há três tipos de consciência: a percepção, que “apreende” o objeto, o pensamento, que não o apreende, e a imagem, que tem mais de pensamento que de percepção.
A consciência imaginante não precede seu objeto. No ato que a constitui, ela o co­loca como um nada: ele é imaginário. Rea­ge-se ao objeto como se ele existisse. Na imagem ativa, há uma distância entre ima­gem percebida e imagem criada. O objeto é representado pelo retrato, pela caricatura ou pela imagem simples. É determinado literalmente, por imitação ou esquematis­mo. A consciência imaginante está, pois, associada a um procedimento psíquico que funciona como equivalente do objeto.
É o “análogon”, que o autor diz não poder cir­cunscrever completamente; assim, esse es­tudo é colocado por Sartre sob o signo do provável. De que é feito então o análogon? De um “saber” (para constituir-se, a ima­gem precisa de um conhecimento do obje­to, de uma intenção “afetiva” também, que a imagem une ao saber; de uma “impressão cinestésica” ou movimento formador da imagem; por fim, da própria palavra, que designa o objeto.
Afora o problema do análogon, a ima­gem desempenha um papel importante na vida psíquica. Ela tem função simbólica, ou “presentificadora” (que faz o objeto aparecer por compreensão simbólica). Ela engendra uma vida imaginária, em que os objetos irreais formam um “antimundo”. Cinde o eu (real/imaginário), e pode ter também consequências patológicas, na alu­cinação e na obsessão. Mas, por outro lado, faz sonhar e permite a criação artística. Em definitivo, a imagem conduz Sartre a uma “tese de irrealidade”.
Nesse estudo, o autor tira proveito da in­fluência exercida pela fenomenologia hus­serliana sobre sua obra e de suas descrições da consciência transcendental. A proble­mática do imaginário, ao mostrar uma faculdade transcendente da consciência, re­força duas ideias mestras do existencialis­mo sartriano: o distanciamento em relação ao real e seu corolário, a liberdade, teses com as quais o autor marcou seu século.

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Num ensaio marcado pela influência de Husserl, Sartre desenvolve alguns dos temas centrais de sua filosofia, como a ideia de que a imaginação se liga intimamente à noção de consciência e de liberdade individual.
O autor trata do poder que tem a cons­ciência de criar o irreal e daquilo que disso resulta: o imaginário. Com postura feno­menológica, é evidenciada a “estrutura in­tencional” da imagem: criar o irreal é uma intenção da consciência imaginante. A ima­gem é uma relação da consciência com o objeto. As propriedades do objeto são, nesse contexto, idênticas às da imagem. Há três tipos de consciência: a percepção, que “apreende” o objeto, o pensamento, que não o apreende, e a imagem, que tem mais de pensamento que de percepção.
A consciência imaginante não precede seu objeto. No ato que a constitui, ela o co­loca como um nada: ele é imaginário. Rea­ge-se ao objeto como se ele existisse. Na imagem ativa, há uma distância entre ima­gem percebida e imagem criada. O objeto é representado pelo retrato, pela caricatura ou pela imagem simples. É determinado literalmente, por imitação ou esquematis­mo. A consciência imaginante está, pois, associada a um procedimento psíquico que funciona como equivalente do objeto.
É o “análogon”, que o autor diz não poder cir­cunscrever completamente; assim, esse es­tudo é colocado por Sartre sob o signo do provável. De que é feito então o análogon? De um “saber” (para constituir-se, a ima­gem precisa de um conhecimento do obje­to, de uma intenção “afetiva” também, que a imagem une ao saber; de uma “impressão cinestésica” ou movimento formador da imagem; por fim, da própria palavra, que designa o objeto.
Afora o problema do análogon, a ima­gem desempenha um papel importante na vida psíquica. Ela tem função simbólica, ou “presentificadora” (que faz o objeto aparecer por compreensão simbólica). Ela engendra uma vida imaginária, em que os objetos irreais formam um “antimundo”. Cinde o eu (real/imaginário), e pode ter também consequências patológicas, na alu­cinação e na obsessão. Mas, por outro lado, faz sonhar e permite a criação artística. Em definitivo, a imagem conduz Sartre a uma “tese de irrealidade”.
Nesse estudo, o autor tira proveito da in­fluência exercida pela fenomenologia hus­serliana sobre sua obra e de suas descrições da consciência transcendental. A proble­mática do imaginário, ao mostrar uma faculdade transcendente da consciência, re­força duas ideias mestras do existencialis­mo sartriano: o distanciamento em relação ao real e seu corolário, a liberdade, teses com as quais o autor marcou seu século.

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