Comunicação E Poder

Comunicação E Poder - A comunicação e o poder oferecem-se como dois conceitos englobantes, alegadamente monumentais, dotados de uma vastidão conceitual suficientemente abrangente para suscitarem as derivas mais arrojadas e as associações entre as ideias mais longínquas. Apesar desta aparente monumentalidade, da sua alegada vastidão, em seu torno surgem, frequentemente constelações de ideias aparentadas, cruzadas entre si no sentido em que evoluem sob um fundo de preocupações comuns.


Como se houvesse uma espécie de evidência primordial no estabelecimento de relações entre estes conceitos e na sua convocação simultânea, eles surgem ombreados na reflexão intelectual, acadêmica e universitária, em particular desde que se tornou cada vez mais claro para a investigação empreendida pelas diversas disciplinas envolvidas (Filosofia, Sociologia e Ciências Sociais e Humanas, em geral) a existência de uma relação profunda entre o agir comunicacional e o agir político.
Até à idade moderna, “o rio do tempo refletia a escritura do céu. Uma escrita de signos eternos e legíveis para todos apesar da turbulência da corrente. A Idade Moderna submeteu os signos a uma operação radical. O sentido dispersou-se. Deixou de ser um e tornou-se plural. Ambiguidade, ambivalência multiplicidade de sentidos, todos válidos, todos contraditórios, todos temporais.” Assim, “o código de signos que sustentava a alegoria medieval quebrou-se e agora a linguagem das nossas sociedades é a publicidade”.
O reconhecimento da dimensão plural inerente à linguagem na modernidade, abalou o universo onde a palavra continha uma orça unívoca, onde a sua vocação de medium era, no mínimo, menos evidente pelo reconhecimento de uma certa indissociabilidade em relação ao universo representado: a crença na presença pura abalava a distância enquanto condição constitutiva da possibilidade e da necessidade da mediação.
A confiança nessa presença excluía a proliferação discursiva e a necessidade da intervenção mediadora do discurso.
Porém, a consciência da comunicação enquanto problema torna-se particularmente relevante desde que os processos discursivos ganharam uma força estruturante da forma de exercício da racionalidade pública, substituindo, cada vez mais, a força vinculativa da narrativa teológica, enquanto instrumento de mediação que garantia a relação entre o universal e o particular nos universos moral e político.

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Comunicação E Poder – A comunicação e o poder oferecem-se como dois conceitos englobantes, alegadamente monumentais, dotados de uma vastidão conceitual suficientemente abrangente para suscitarem as derivas mais arrojadas e as associações entre as ideias mais longínquas. Apesar desta aparente monumentalidade, da sua alegada vastidão, em seu torno surgem, frequentemente constelações de ideias aparentadas, cruzadas entre si no sentido em que evoluem sob um fundo de preocupações comuns.
Como se houvesse uma espécie de evidência primordial no estabelecimento de relações entre estes conceitos e na sua convocação simultânea, eles surgem ombreados na reflexão intelectual, acadêmica e universitária, em particular desde que se tornou cada vez mais claro para a investigação empreendida pelas diversas disciplinas envolvidas (Filosofia, Sociologia e Ciências Sociais e Humanas, em geral) a existência de uma relação profunda entre o agir comunicacional e o agir político.
Até à idade moderna, “o rio do tempo refletia a escritura do céu. Uma escrita de signos eternos e legíveis para todos apesar da turbulência da corrente. A Idade Moderna submeteu os signos a uma operação radical. O sentido dispersou-se. Deixou de ser um e tornou-se plural. Ambiguidade, ambivalência multiplicidade de sentidos, todos válidos, todos contraditórios, todos temporais.” Assim, “o código de signos que sustentava a alegoria medieval quebrou-se e agora a linguagem das nossas sociedades é a publicidade”.
O reconhecimento da dimensão plural inerente à linguagem na modernidade, abalou o universo onde a palavra continha uma orça unívoca, onde a sua vocação de medium era, no mínimo, menos evidente pelo reconhecimento de uma certa indissociabilidade em relação ao universo representado: a crença na presença pura abalava a distância enquanto condição constitutiva da possibilidade e da necessidade da mediação.
A confiança nessa presença excluía a proliferação discursiva e a necessidade da intervenção mediadora do discurso.
Porém, a consciência da comunicação enquanto problema torna-se particularmente relevante desde que os processos discursivos ganharam uma força estruturante da forma de exercício da racionalidade pública, substituindo, cada vez mais, a força vinculativa da narrativa teológica, enquanto instrumento de mediação que garantia a relação entre o universal e o particular nos universos moral e político.

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