Das Letras Às Telas

Das Letras Às Telas: A Tradução Intersemiótica De Ensaio Sobre A Cegueira - Este estudo crítico apresenta uma leitura comparada entre o romance Ensaio Sobre A Cegueira (1995), do escritor português José Saramago, e sua adaptação cinematográfica, Blindness (2008), dirigida pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles.
A narrativa de Saramago, tomada como ponto de partida, é analisada à luz das categorias de imagens estabelecidas por Northrop Frye: demoníacas, apocalípticas e analógicas.

Em seguida, considerando-se que a literatura e o cinema, apesar de traços comuns, são sistemas semióticos distintos, verifica-se o tratamento que as imagens do livro receberam em sua adaptação cinematográfica, observando aproximações e contrastes existentes entre a narrativa e o filme.
Ensaio sobre a Cegueira (1995) representa uma inflexão no modo de compor de José Saramago. O autor de O Ano da Morte de Ricardo Reis passa da prosa meta-historiográfica à alegorizante, fazendo reverberar ainda mais em sua ficção o sentimento do mundo. A partir de Ensaio sobre a Cegueira, seus romances sucessivos mantiveram em perspectiva a relação entre estética e ética, decorrente do comprometimento de José Saramago com a História, acentuando, porém, seu compromisso primacial com a literatura.
A adaptação cinematográfica, intitulada Blindness (2008), dirigida por Fernando Meirelles, escandalizou espectadores, em razão da crueza de algumas situações narrativas. Comoveu-os também. A cegueira branca, potente alegoria, lembra-nos de que o artista inventa a história, é criador e não testemunha, mas impede-nos de esquecer que, sendo tantos os conflitos (guerra, separatismo, terrorismo etc.) em vigor, a arte e a vida muitas vezes irmanam-se em apresentar a insanidade como regra na trajetória humana.
É para Ensaio sobre a Cegueira e Blindness que o estudo crítico de Cleomar Pinheiro Sotta se volta, com o propósito de analisar o diálogo entre o romance de Saramago e o filme de Meirelles. Para isso, Sotta estabelece um roteiro preciso, que abrange a consideração dos estudos intersemióticos e a centralidade do conceito de imagem nas modalidades artísticas em comparação. Ciente de que as imagens, decisivas para o cineasta, não o são menos para o romancista, apresenta-as como recursos composicionais dignos da máxima atenção no romance e no filme em pauta.

 

 

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Das Letras Às Telas: A Tradução Intersemiótica De Ensaio Sobre A Cegueira – Este estudo crítico apresenta uma leitura comparada entre o romance Ensaio Sobre A Cegueira (1995), do escritor português José Saramago, e sua adaptação cinematográfica, Blindness (2008), dirigida pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles.
A narrativa de Saramago, tomada como ponto de partida, é analisada à luz das categorias de imagens estabelecidas por Northrop Frye: demoníacas, apocalípticas e analógicas. Em seguida, considerando-se que a literatura e o cinema, apesar de traços comuns, são sistemas semióticos distintos, verifica-se o tratamento que as imagens do livro receberam em sua adaptação cinematográfica, observando aproximações e contrastes existentes entre a narrativa e o filme.
Ensaio sobre a Cegueira (1995) representa uma inflexão no modo de compor de José Saramago. O autor de O Ano da Morte de Ricardo Reis passa da prosa meta-historiográfica à alegorizante, fazendo reverberar ainda mais em sua ficção o sentimento do mundo. A partir de Ensaio sobre a Cegueira, seus romances sucessivos mantiveram em perspectiva a relação entre estética e ética, decorrente do comprometimento de José Saramago com a História, acentuando, porém, seu compromisso primacial com a literatura.
A adaptação cinematográfica, intitulada Blindness (2008), dirigida por Fernando Meirelles, escandalizou espectadores, em razão da crueza de algumas situações narrativas. Comoveu-os também. A cegueira branca, potente alegoria, lembra-nos de que o artista inventa a história, é criador e não testemunha, mas impede-nos de esquecer que, sendo tantos os conflitos (guerra, separatismo, terrorismo etc.) em vigor, a arte e a vida muitas vezes irmanam-se em apresentar a insanidade como regra na trajetória humana.
É para Ensaio sobre a Cegueira e Blindness que o estudo crítico de Cleomar Pinheiro Sotta se volta, com o propósito de analisar o diálogo entre o romance de Saramago e o filme de Meirelles. Para isso, Sotta estabelece um roteiro preciso, que abrange a consideração dos estudos intersemióticos e a centralidade do conceito de imagem nas modalidades artísticas em comparação. Ciente de que as imagens, decisivas para o cineasta, não o são menos para o romancista, apresenta-as como recursos composicionais dignos da máxima atenção no romance e no filme em pauta.

 

https://www.youtube.com/watch?v=SlV33OSiBGM

 

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