Europa, França E Bahia

Discutindo as relações entre a reforma de Paris desenvolvida pelo Barão Haussmann em meados do século XIX, a reforma capitaneada por Pereira Passos no Rio de Janeiro, no início do século XX, e aquela ocorrida em Salvador durante a primeira gestão do Governador José Joaquim Seabra

(1912-1916), Eloísa Petti Pinheiro aprofunda um aspecto sobre o qual a bibliografia brasileira tem recorrentemente aludido, embora com pouco desenvolvimento na demonstração das possíveis relações entre essas operações. Ao fazê-lo, ela não apenas enriquece nossa bibliografia, com uma perspectiva comparada ainda pouco usual na historiografia brasileira, sobre a cidade e o urbanismo, como nos mostra também as complexas relações entre a nascente cultura urbanística brasileira e a experiência parisiense que, embora sem nunca ter sido teorizada, brilha mais do que qualquer outra como a inspiração – mais ou menos próxima, mais ou menos longínqua – de um grande número de intervenções mundo afora.
Europa, França e Bahia situa-se entre duas vertentes de pesquisa que se desenvolvem com muita nitidez no Brasil desde o final dos anos 1980: a dos estudos sobre o processo de modernização das cidades brasileiras e aquela sobre a constituição de um pensamento e de uma prática urbanística no país. Para além da meticulosa comparação entre o que move, o que explica, o que inspira e a maneira como acontece cada uma das intervenções que ela estuda, assinalando o que as aproxima e o que as afasta, o estudo de Eloísa Petti Pinheiro oferece-nos a oportunidade de refletir sobre aspectos ou questões ainda relativamente pouco trabalhados pela historiografia brasileira, como é o caso dos caminhos de constituição de uma cultura técnica no Brasil.
A cidade europeia sempre inspirou criações urbanas na América, tanto ao Norte quanto ao Sul, desde os primórdios da colonização, num processo que ganha nova dimensão quando coincidem a emergência do urbanismo como disciplina autônoma e o apogeu do imperialismo. Uma série de trabalhos, desenvolvidos, sobretudo no exterior, vem discutindo os mecanismos dessa transferência e da adaptação de modelos estrangeiros fora dos seus contextos originais, revelando-nos a plasticidade e a adaptabilidade dessas transposições, bem como os instrumentos que as viabilizam.

  

 

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Discutindo as relações entre a reforma de Paris desenvolvida pelo Barão Haussmann em meados do século XIX, a reforma capitaneada por Pereira Passos no Rio de Janeiro, no início do século XX, e aquela ocorrida em Salvador durante a primeira gestão do Governador José Joaquim Seabra (1912-1916), Eloísa Petti Pinheiro aprofunda um aspecto sobre o qual a bibliografia brasileira tem recorrentemente aludido, embora com pouco desenvolvimento na demonstração das possíveis relações entre essas operações. Ao fazê-lo, ela não apenas enriquece nossa bibliografia, com uma perspectiva comparada ainda pouco usual na historiografia brasileira, sobre a cidade e o urbanismo, como nos mostra também as complexas relações entre a nascente cultura urbanística brasileira e a experiência parisiense que, embora sem nunca ter sido teorizada, brilha mais do que qualquer outra como a inspiração – mais ou menos próxima, mais ou menos longínqua – de um grande número de intervenções mundo afora.
Europa, França e Bahia situa-se entre duas vertentes de pesquisa que se desenvolvem com muita nitidez no Brasil desde o final dos anos 1980: a dos estudos sobre o processo de modernização das cidades brasileiras e aquela sobre a constituição de um pensamento e de uma prática urbanística no país. Para além da meticulosa comparação entre o que move, o que explica, o que inspira e a maneira como acontece cada uma das intervenções que ela estuda, assinalando o que as aproxima e o que as afasta, o estudo de Eloísa Petti Pinheiro oferece-nos a oportunidade de refletir sobre aspectos ou questões ainda relativamente pouco trabalhados pela historiografia brasileira, como é o caso dos caminhos de constituição de uma cultura técnica no Brasil.
A cidade europeia sempre inspirou criações urbanas na América, tanto ao Norte quanto ao Sul, desde os primórdios da colonização, num processo que ganha nova dimensão quando coincidem a emergência do urbanismo como disciplina autônoma e o apogeu do imperialismo. Uma série de trabalhos, desenvolvidos, sobretudo no exterior, vem discutindo os mecanismos dessa transferência e da adaptação de modelos estrangeiros fora dos seus contextos originais, revelando-nos a plasticidade e a adaptabilidade dessas transposições, bem como os instrumentos que as viabilizam.

  

 

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