Comunicação E Ética

Este trabalho pretende ser uma exposição e defesa do sistema de Peirce, entendido aqui como uma explicação sistemática, ordenada e coerente da experiência e do mundo, tirando da sombra e valorizando aquele que tem sido o aspecto mais negligenciado da sua filosofia: o sentimentalismo.

Peirce não só oferece uma explicação completa da natureza, da ciência, do universo e do mundo, como, muito importante, do lugar do homem nele e da forma como neste deve orientar as suas acções. Por esta pretensão, que concretiza, ombreia de pleno direito na história da Filosofia com Aristóteles, Kant, ou Hegel, com os quais, muitas vezes como veremos, entretém diálogo.
Procurarei demonstrar que Peirce cumpre integralmente, com o seu próprio percurso filosófico, o projecto de arquitectónica de inspiração kantiana que se propôs. Neste as categorias servem como matéria de construção do sistema, aparentando as diversas teorias especiais do peirceanismo, porque a todas percorrem, da teoria da realidade à lógica da ciência, passando pelo pragmatismo, realismo, idealismo objectivo, e a descoberta das três ciências normativas, para mergulharem, no final, naquele que é o seu princípio unificador de onde todas poderiam ser deduzidas: a metafísica cosmológica que assenta nos três pilares do sinequismo, tiquismo e agapismo (tríade que poderíamos igualmente fazer corresponder às categorias). Também Kant estava convencido de que o verdadeiro princípio da arquitectónica não podia, ao contrário dos materiais que constituem o sistema, revelar-se ou ser descoberto logo de início. Peirce dá-lhe razão. Por isso a metafísica é simultaneamente corolário mas também the keystone da arquitectura. E é a partir desta, e da concepção teleológica por ela veiculada, que o homem pode alcandorar-se no mundo, encontrado que está finalmente o seu lugar nele.
A partir desta visão de conjunto do sistema obtém-se a entourage que permite a Peirce manifestar as suas convicções éticas, e compreender as implicações e alcance desse discurso tão sui generis a que chamará sentimentalismo.
É importante também notar que sobre este tema Peirce não concretiza. Muito pouco será por ele explanado ao redor das concepções éticas, caso tanto mais surpreendente quanto uma das maiores dificuldades do estudioso de Peirce é o facto deste ter sido tão prolífico. Há, porém, uma razão para isso, que é, como veremos, o lugar da ética no concerto das ciências e a estrita separação teoria-praxis que advoga.

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Procurarei demonstrar que Peirce cumpre integralmente, com o seu próprio percurso filosófico, o projecto de arquitectónica de inspiração kantiana que se propôs. Neste as categorias servem como matéria de construção do sistema, aparentando as diversas teorias especiais do peirceanismo, porque a todas percorrem, da teoria da realidade à lógica da ciência, passando pelo pragmatismo, realismo, idealismo objectivo, e a descoberta das três ciências normativas, para mergulharem, no final, naquele que é o seu princípio unificador de onde todas poderiam ser deduzidas: a metafísica cosmológica que assenta nos três pilares do sinequismo, tiquismo e agapismo (tríade que poderíamos igualmente fazer corresponder às categorias). Também Kant estava convencido de que o verdadeiro princípio da arquitectónica não podia, ao contrário dos materiais que constituem o sistema, revelar-se ou ser descoberto logo de início. Peirce dá-lhe razão. Por isso a metafísica é simultaneamente corolário mas também the keystone da arquitectura. E é a partir desta, e da concepção teleológica por ela veiculada, que o homem pode alcandorar-se no mundo, encontrado que está finalmente o seu lugar nele.
A partir desta visão de conjunto do sistema obtém-se a entourage que permite a Peirce manifestar as suas convicções éticas, e compreender as implicações e alcance desse discurso tão sui generis a que chamará sentimentalismo.
É importante também notar que sobre este tema Peirce não concretiza. Muito pouco será por ele explanado ao redor das concepções éticas, caso tanto mais surpreendente quanto uma das maiores dificuldades do estudioso de Peirce é o facto deste ter sido tão prolífico. Há, porém, uma razão para isso, que é, como veremos, o lugar da ética no concerto das ciências e a estrita separação teoria-praxis que advoga.

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