Sete Palmos De Terra E Um Caixão

O Nordeste do Brasil foi descoberto pelos portugueses no ano de 1500 e pelos norte-americanos no de 1960. As duas descobertas foram feitas por engano. Em 1500 graças a um erro de navegação; em 1960 graças a um erro de interpretação.

Os portugueses erraram na geografia; os norte-americanos na história. Mas, nos dois casos, os desvios de rota — a distorção da rota oceânica ou da rota sociológica — contam decisivamente na História. Sobre o primeiro engano — a descoberta casual feita por Pedro Álvares Cabral há quase cinco séculos — existe hoje uma literatura abundante. Sobre a segunda descoberta, ainda tão recente, a literatura é pobre.
Sete Palmos De Terra E Um Caixão pretende representar um documento desta segunda descoberta: uma modesta contribuição à história da redescoberta do Nordeste brasileiro. Uma espécie, mal comparando, de carta de Pero Vaz Caminha dos nossos dias, na qual as coisas sejam mostradas como as coisas são, em sua dura e crua realidade. Mostrando-se sempre as duas faces da medalha: a face boa e a face má. A que nos enche de orgulho e a que nos mata de vergonha, Evitaremos desta forma que aconteça com o Nordeste o que costuma acontecer em seguida às grandes descobertas: a tendência à disseminação pelos quatro cantos da Terra de um mundo de lendas, em lugar de fatos, servindo à formação de uma falsa imagem da terra e do povo descobertos. Isto é hoje tanto mais perigoso quando vivemos numa era de slogans. Dos slogans jornalísticos, que tentam reduzir toda a terra esquematicamente a um tabuleiro de xadrez, com os seus quadrados exatos e com os exatos limites das suas diferentes colorações.
Como todo livro significa, em última análise, uma explicação, pretende começar por explicar este livro, por explicar o seu como e o seu porquê. Como o autor o concebeu e porque assim o concebeu.
Talvez esta explicação preliminar, na qual o autor procura se explicar como autor, facilite ao leitor a tarefa de aceitar as explicações do livro. Isto seria uma grande coisa. Seria alcançar praticamente todos os nossos objetivos que não são outros senão o de obter aliados conscientes para defender certas ideias que, a nosso ver, merecem ser ardorosamente defendidas.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

Sete Palmos De Terra E Um Caixão

O Nordeste do Brasil foi descoberto pelos portugueses no ano de 1500 e pelos norte-americanos no de 1960. As duas descobertas foram feitas por engano. Em 1500 graças a um erro de navegação; em 1960 graças a um erro de interpretação. Os portugueses erraram na geografia; os norte-americanos na história. Mas, nos dois casos, os desvios de rota — a distorção da rota oceânica ou da rota sociológica — contam decisivamente na História. Sobre o primeiro engano — a descoberta casual feita por Pedro Álvares Cabral há quase cinco séculos — existe hoje uma literatura abundante. Sobre a segunda descoberta, ainda tão recente, a literatura é pobre.
Sete Palmos De Terra E Um Caixão pretende representar um documento desta segunda descoberta: uma modesta contribuição à história da redescoberta do Nordeste brasileiro. Uma espécie, mal comparando, de carta de Pero Vaz Caminha dos nossos dias, na qual as coisas sejam mostradas como as coisas são, em sua dura e crua realidade. Mostrando-se sempre as duas faces da medalha: a face boa e a face má. A que nos enche de orgulho e a que nos mata de vergonha, Evitaremos desta forma que aconteça com o Nordeste o que costuma acontecer em seguida às grandes descobertas: a tendência à disseminação pelos quatro cantos da Terra de um mundo de lendas, em lugar de fatos, servindo à formação de uma falsa imagem da terra e do povo descobertos. Isto é hoje tanto mais perigoso quando vivemos numa era de slogans. Dos slogans jornalísticos, que tentam reduzir toda a terra esquematicamente a um tabuleiro de xadrez, com os seus quadrados exatos e com os exatos limites das suas diferentes colorações.
Como todo livro significa, em última análise, uma explicação, pretende começar por explicar este livro, por explicar o seu como e o seu porquê. Como o autor o concebeu e porque assim o concebeu.
Talvez esta explicação preliminar, na qual o autor procura se explicar como autor, facilite ao leitor a tarefa de aceitar as explicações do livro. Isto seria uma grande coisa. Seria alcançar praticamente todos os nossos objetivos que não são outros senão o de obter aliados conscientes para defender certas ideias que, a nosso ver, merecem ser ardorosamente defendidas.

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog