Capítulos De História Colonial

Em carta de 07/01/1907 ao amigo Guilherme Studart, Capistrano de Abreu comentou que acabara de colocar o ponto final numa obra há muito planejada e que muito trabalho lhe dera: “Acabo de pingar o último ponto no meu esboço Custou!...


Se me perguntares se estou satisfeito com o que fiz, dir-te-ei francamente: não! Imaginava outra coisa e não pude realizá-la, parte por culpa minha, parte por culpa das circunstâncias…”, e ainda na mesma carta escreve: “Quando ainda no Ceará, concebi-a, a obra tinha outras dimensões”.
Com o aparecimento dos Capítulos de História Colonial, em 1907, o historiador cearense completava mais uma de suas viagens pela história e pela geografia do Brasil. Com os instrumentos de uma ciência que muito prezava e que com muito rigor praticava, Capistrano trazia à público algo que dele esperavam seus contemporâneos.
Àquela altura de sua trajetória, contando pouco mais de 50 anos, já era um historiador consagrado entre seus pares, que muito lhe cobravam a redação de uma história do Brasil.
Uma obra há muito planejada: Ainda no Ceará, um jovem entusiasmado de 21 anos imaginara e sonhara escrever uma história do Brasil, como confidenciaria mais tarde ao amigo Paulo Prado.
Desde que se inclinou à História, em fins da década de 1870 e inícios da década de 1880, o cearense tornara-se exímio conhecedor de arquivos no Brasil e fora do Brasil, como atesta sua correspondência pessoal. Trilhara, através do estudo e anotação da obra de seu antecessor Francisco Adolfo de Varnhagen, os caminhos necessarios ao conhecimento da documentação para a edificação de sua própria obra.
Com o progresso de seus estudos, o conhecimento adquirido na leitura de documentos, de antecessores que se aventuraram à empreitada de escrever a história do Brasil, Capistrano ia reavaliando possibilidades e adiando o sonho de escrevê-la. Numa carta ao “Exmo Amigo e Sr. Barão”, anotou: “Dou-lhe uma grande notícia (para mim): estou resolvido a escrever a História do Brasil, não a que sonhei há muitos anos no Ceará, depois de ter lido Buckle, e no entusiasmo daquela leitura que fez época em minha vida – uma história modesta, a grandes traços e largas malhas, até 1807…”. Assinalava na mesma carta que temas como as bandeiras, as minas, as estradas, a criação de gado, “quase todo o século XVII” eram praticamente desconhecidos. Pretendia assim “quebrar os quadros de ferro de Varnhagen”.

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Em carta de 07/01/1907 ao amigo Guilherme Studart, Capistrano de Abreu comentou que acabara de colocar o ponto final numa obra há muito planejada e que muito trabalho lhe dera: “Acabo de pingar o último ponto no meu esboço Custou!…
Se me perguntares se estou satisfeito com o que fiz, dir-te-ei francamente: não! Imaginava outra coisa e não pude realizá-la, parte por culpa minha, parte por culpa das circunstâncias…”, e ainda na mesma carta escreve: “Quando ainda no Ceará, concebi-a, a obra tinha outras dimensões”.
Com o aparecimento dos Capítulos de História Colonial, em 1907, o historiador cearense completava mais uma de suas viagens pela história e pela geografia do Brasil. Com os instrumentos de uma ciência que muito prezava e que com muito rigor praticava, Capistrano trazia à público algo que dele esperavam seus contemporâneos.
Àquela altura de sua trajetória, contando pouco mais de 50 anos, já era um historiador consagrado entre seus pares, que muito lhe cobravam a redação de uma história do Brasil.
Uma obra há muito planejada: Ainda no Ceará, um jovem entusiasmado de 21 anos imaginara e sonhara escrever uma história do Brasil, como confidenciaria mais tarde ao amigo Paulo Prado.
Desde que se inclinou à História, em fins da década de 1870 e inícios da década de 1880, o cearense tornara-se exímio conhecedor de arquivos no Brasil e fora do Brasil, como atesta sua correspondência pessoal. Trilhara, através do estudo e anotação da obra de seu antecessor Francisco Adolfo de Varnhagen, os caminhos necessarios ao conhecimento da documentação para a edificação de sua própria obra.
Com o progresso de seus estudos, o conhecimento adquirido na leitura de documentos, de antecessores que se aventuraram à empreitada de escrever a história do Brasil, Capistrano ia reavaliando possibilidades e adiando o sonho de escrevê-la. Numa carta ao “Exmo Amigo e Sr. Barão”, anotou: “Dou-lhe uma grande notícia (para mim): estou resolvido a escrever a História do Brasil, não a que sonhei há muitos anos no Ceará, depois de ter lido Buckle, e no entusiasmo daquela leitura que fez época em minha vida – uma história modesta, a grandes traços e largas malhas, até 1807…”. Assinalava na mesma carta que temas como as bandeiras, as minas, as estradas, a criação de gado, “quase todo o século XVII” eram praticamente desconhecidos. Pretendia assim “quebrar os quadros de ferro de Varnhagen”.

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