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Franz Kafka (1883-1924) é hoje o escritor mais lido e comentado da literatura alemã moderna. O fato de Kafka ter se tornado um ícone literário surpreende, pois é sabido que quando morreu, um mês antes de completar 41 anos, era um autor quase desconhecido — um outsider no próprio centro da modernidade.

Passou a vida praticamente em Praga, onde nasceu (então capital da Tchecoslováquia, hoje República da Boêmia). Com algumas exceções, como as viagens a Berlim para consolidar o seu noivado com Felice Bauer, que morava na capital prussiana e de quem ele ficou duas vezes noivo e não se casou; duas viagens a Paris com os amigos e uma ou outra incursão na parte italiana do ex-Império Austro-Húngaro. Em novembro de 1923 decidiu deixar Praga para ganhar a vida em Berlim como jornalista e escritor e casar-se com Dora Diamant, a última de suas mulheres, mas a tuberculose pulmonar que o afligia desde os 34 anos de idade não permitiu a realização desse plano. Tudo indica que, conforme anotou certa vez, “a mãezinha [Praga] não larga, ela tem garras”. Está enterrado num cemitério distante do centro da cidade, no mesmo túmulo do pai e da mãe. A doença, que se intensificou nos últimos quatro anos de vida, determinou que se deslocasse para vários sanatórios. O último foi num subúrbio de Viena, em Kierling bei Wien. Foi lá que, no leito de morte, corrigiu as provas do seu livro de contos Um artista da fome, que contém quatro peças de primeira linha. Essa pertinácia coincide com uma de suas frases famosas: “Tudo o que não é literatura me aborrece”. Soa melancólico, mas não o é, pois foi isso que o situou ao lado dos outros dois gigantes da prosa do seu século: Marcel Proust e James Joyce.
Talento é algo que não se discute, embora se constate. Mesmo assim caberia aqui uma observação marginal que talvez não tenha sido suficientemente acentuada.

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Franz Kafka (1883-1924) é hoje o escritor mais lido e comentado da literatura alemã moderna. O fato de Kafka ter se tornado um ícone literário surpreende, pois é sabido que quando morreu, um mês antes de completar 41 anos, era um autor quase desconhecido — um outsider no próprio centro da modernidade. Passou a vida praticamente em Praga, onde nasceu (então capital da Tchecoslováquia, hoje República da Boêmia). Com algumas exceções, como as viagens a Berlim para consolidar o seu noivado com Felice Bauer, que morava na capital prussiana e de quem ele ficou duas vezes noivo e não se casou; duas viagens a Paris com os amigos e uma ou outra incursão na parte italiana do ex-Império Austro-Húngaro. Em novembro de 1923 decidiu deixar Praga para ganhar a vida em Berlim como jornalista e escritor e casar-se com Dora Diamant, a última de suas mulheres, mas a tuberculose pulmonar que o afligia desde os 34 anos de idade não permitiu a realização desse plano. Tudo indica que, conforme anotou certa vez, “a mãezinha [Praga] não larga, ela tem garras”. Está enterrado num cemitério distante do centro da cidade, no mesmo túmulo do pai e da mãe. A doença, que se intensificou nos últimos quatro anos de vida, determinou que se deslocasse para vários sanatórios. O último foi num subúrbio de Viena, em Kierling bei Wien. Foi lá que, no leito de morte, corrigiu as provas do seu livro de contos Um artista da fome, que contém quatro peças de primeira linha. Essa pertinácia coincide com uma de suas frases famosas: “Tudo o que não é literatura me aborrece”. Soa melancólico, mas não o é, pois foi isso que o situou ao lado dos outros dois gigantes da prosa do seu século: Marcel Proust e James Joyce.
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