O Sublime E O Grotesco À For Da Pele

O texto de Wanderson pergunta pelas palavras sussurradas entre grunhidos, palavras ouvidas por um pescoço chupado, palavras podres/grotescas... palavras do corpo de amante: pode ser uma empregada doméstica, podia ser dona Flor.


Que palavras são essas do universo que se aproximam tanto do mais ordinário da vida? Rudes e podres não como defeitos ou ausências, mas como excesso? Demasiada vida nada sublime.
A ideia clássica de sagrado como algo totalmente outro, faz da experiência religiosa uma experiência de ruptura com o ordinário e cotidiano. A experiência religiosa se caracterizaria pela instauração de uma ordem inteiramente diferente das realidades naturais e por isso mesmo “sublime”. Wanderson vai buscar na literatura, e em especial em Jorge Amado, uma possibilidade de escapar do sublime fruto da redução teórica. Ao escolher “qualquer podridão do universo” como lugar de sua pergunta humana e teológica o autor faz a ruptura com as idealidades fenomenológicas dos estudos da religião e suas sublimes quinquilharias e vai entrar pela porta estreita das teologias do corpo, mas não por qualquer porta e sim pela teologia da libertação porque é de corpos e gemidos que se trata.
Interessa o amor das pessoas rudes.
Interessa todas as outras formas de delicadeza.
O texto de Wanderson apresenta duas promessas e uma inquietação.
A conversa entre teologia e literatura já é comum entre nós. Wanderson atualiza esta alternativa reforçando a metodologia do deslocamento das fontes clássicas da teologia. A autoridade bíblica, a autoridade da tradição, a autoridade dos pais da igreja e dos pais fundadores ou dos sistemáticos de plantão precisam conviver com outras bases de interlocução para além do controle da teologia mesmo. Esta a promessa: fazer conviver as fontes disponíveis na cultura e na história fazendo oxigenar assim o alcance das teologias. A manutenção das chamadas tradições autoritativas só interessam ainda àqueles que não sabem, não querem e/ou têm medo de deixar o sagrado se dizer numa dobra fantástica de uma página divertida da literatura latino-americana.

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Que palavras são essas do universo que se aproximam tanto do mais ordinário da vida? Rudes e podres não como defeitos ou ausências, mas como excesso? Demasiada vida nada sublime.
A ideia clássica de sagrado como algo totalmente outro, faz da experiência religiosa uma experiência de ruptura com o ordinário e cotidiano. A experiência religiosa se caracterizaria pela instauração de uma ordem inteiramente diferente das realidades naturais e por isso mesmo “sublime”. Wanderson vai buscar na literatura, e em especial em Jorge Amado, uma possibilidade de escapar do sublime fruto da redução teórica. Ao escolher “qualquer podridão do universo” como lugar de sua pergunta humana e teológica o autor faz a ruptura com as idealidades fenomenológicas dos estudos da religião e suas sublimes quinquilharias e vai entrar pela porta estreita das teologias do corpo, mas não por qualquer porta e sim pela teologia da libertação porque é de corpos e gemidos que se trata.
Interessa o amor das pessoas rudes.
Interessa todas as outras formas de delicadeza.
O texto de Wanderson apresenta duas promessas e uma inquietação.
A conversa entre teologia e literatura já é comum entre nós. Wanderson atualiza esta alternativa reforçando a metodologia do deslocamento das fontes clássicas da teologia. A autoridade bíblica, a autoridade da tradição, a autoridade dos pais da igreja e dos pais fundadores ou dos sistemáticos de plantão precisam conviver com outras bases de interlocução para além do controle da teologia mesmo. Esta a promessa: fazer conviver as fontes disponíveis na cultura e na história fazendo oxigenar assim o alcance das teologias. A manutenção das chamadas tradições autoritativas só interessam ainda àqueles que não sabem, não querem e/ou têm medo de deixar o sagrado se dizer numa dobra fantástica de uma página divertida da literatura latino-americana.

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