Vladimir Tismaneanu – Do Comunismo

Do Comunismo nasceu como esforço de oferecer um tratamento igualmente teorético e histórico-memoralístico da experiência comunista. Embora eu tenha escrito numerosos volumes acerca de ideologias e revoluções, este é o primeiro que reúne juntamente textos destinados à iluminação do destino do comunismo como mito político

, como religião secular, como fantasma oracular com ambições de explicar a totalidade do mundo e o mistério da vida.
Não é um tratado acerca do comunismo, mas um convite a pensarem juntos, o autor e o leitor, no destino das idéias radicais, que Raymond Aron chamou o ópio dos intelectuais.
Creio que tinha 15 anos quando li, pela primeira vez, O Manifesto do Partido Comunista. A irmã de minha mãe, Cristina Luca, de quem falo neste volume, traduzira o livro de Ilya Ehrenburg, A vida de Gracchus Babeuf, e tinha na biblioteca a famosa edição Auguste Cornu dos escritos de Marx e Engels. Também Cristina escreveu o posfácio do romance de Galina Serebreakova, A juventude de Marx.
Mais tarde eu haveria de descobrir que Galina Serebreakova fora a primeira esposa de Grigori Sokolnikov, depois de Pavel Serebreakov. Ambos faziam parte do círculo de amigos próximos de Lênin, eram velhos bolcheviques, foram condenados à morte e executados no tempo do Grande Terror, em processos-espetáculo de Moscou.
A própria Serebreakova foi condenada e passou cerca de 15 anos no Gulag. Para o casarão da família Serebreakov fiquei sabendo da biografia escrita por Arkadi Vaksberg – mudou-se Andrei Ianurievici Vishinski, o procurador de Stálin, o que pedira o fuzilamento dos “cães raivosos”. Galina permaneceu fiel ao credo comunista e, segundo sei, atacou virulentamente Soljenitsin. Tínhamos na biblioteca da família uma trilogia de um romancista holandês, creio, Theun de Vries, com o título Um espectro vagueia pela Europa…
Eu provinha de uma família de intelectuais revolucionários. Meus pais tinham lutado na Espanha no quadro das Brigadas Internacionais (meu pai como soldado; minha mãe, como enfermeira). Crescera, portanto, com os mitos da esquerda comunista como lendas de meu meio de formação.

       

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Do Comunismo nasceu como esforço de oferecer um tratamento igualmente teorético e histórico-memoralístico da experiência comunista. Embora eu tenha escrito numerosos volumes acerca de ideologias e revoluções, este é o primeiro que reúne juntamente textos destinados à iluminação do destino do comunismo como mito político, como religião secular, como fantasma oracular com ambições de explicar a totalidade do mundo e o mistério da vida.
Não é um tratado acerca do comunismo, mas um convite a pensarem juntos, o autor e o leitor, no destino das idéias radicais, que Raymond Aron chamou o ópio dos intelectuais.
Creio que tinha 15 anos quando li, pela primeira vez, O Manifesto do Partido Comunista. A irmã de minha mãe, Cristina Luca, de quem falo neste volume, traduzira o livro de Ilya Ehrenburg, A vida de Gracchus Babeuf, e tinha na biblioteca a famosa edição Auguste Cornu dos escritos de Marx e Engels. Também Cristina escreveu o posfácio do romance de Galina Serebreakova, A juventude de Marx.
Mais tarde eu haveria de descobrir que Galina Serebreakova fora a primeira esposa de Grigori Sokolnikov, depois de Pavel Serebreakov. Ambos faziam parte do círculo de amigos próximos de Lênin, eram velhos bolcheviques, foram condenados à morte e executados no tempo do Grande Terror, em processos-espetáculo de Moscou.
A própria Serebreakova foi condenada e passou cerca de 15 anos no Gulag. Para o casarão da família Serebreakov fiquei sabendo da biografia escrita por Arkadi Vaksberg – mudou-se Andrei Ianurievici Vishinski, o procurador de Stálin, o que pedira o fuzilamento dos “cães raivosos”. Galina permaneceu fiel ao credo comunista e, segundo sei, atacou virulentamente Soljenitsin. Tínhamos na biblioteca da família uma trilogia de um romancista holandês, creio, Theun de Vries, com o título Um espectro vagueia pela Europa…
Eu provinha de uma família de intelectuais revolucionários. Meus pais tinham lutado na Espanha no quadro das Brigadas Internacionais (meu pai como soldado; minha mãe, como enfermeira). Crescera, portanto, com os mitos da esquerda comunista como lendas de meu meio de formação.

       

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