Conflitos Ambientais Na Indústria Mineira E Metalúrgica: O Passado E O Presente

O renascimento atual da mineração na Europa meridional e oriental, as ameaças à sustentabilidade ambiental nas novas regiões de fronteira no norte da Escandinávia e o ressurgimento da exploração da lenhite na Europa Central colocaram novamente o problema das consequências ambientais da mineração na agenda política do continente.

A preocupação do público para os desafios criados pela atual situação1, especialmente no que respeita os riscos ambientais e geopolíticos resultantes de quadros regulamentares controversos, fazem com que o olhar dos especialistas tenha de ser necessariamente mais vasto no tempo e espaço.
Do ponto de vista histórico, os efeitos ambientais das atividades da mineração moderna levaram a debates acalorados (doomsters contra "cornucopianos") e suscitaram graves conflitos sociais nas áreas de mineração que têm vindo a ser documentados desde o século XIX. As "guerras dos fumos" colocaram problemas complexos de carácter económico, político, técnico e científico, às instituições e à sociedade civil. Na verdade, essas complexas relações entre os homens e o meio mineiro suscitaram intensas controvérsias sobre os limites e as possibilidades da ciência e da tecnologia, sobre o papel do Estado nestes domínios e colocaram desde muito cedo a sociedade civil perante um falso dilema: a escolha entre desenvolvimento económico e a degradação ambiental. A investigação que tem vindo a ser realizada na última década sobre os conflitos ambientais em todo o mundo, tem vindo a descobrir a sua diversidade, mas também os seus padrões de racionalidade. E, principalmente, esses conflitos "glocais" representam em cada momento "sinais de alerta" sobre os riscos resultantes das atividades de mineração. As lições aprendidas com esses conflitos poderiam ajudar-nos a não repetir os erros do passado.
Do ponto de vista geográfico, a mobilidade de fatores, fenómeno tão característico do setor de mineração, foi acompanhado, a partir do final do século XIX, por um processo de mundialização da poluição. A difusão das tecnologias mineiras foi acompanhada pela multiplicação de conflitos deste tipo em grandes bacias do mundo que se manifestaram com padrões semelhantes em contextos não coloniais, apesar das diferentes estruturas económicas subjacentes e das diferenças culturais, políticas ou jurídicas. Esse processo foi facilitado pelos meios de comunicação, com destaque para a imprensa, que colocou em contacto comunidades distantes umas das outras mas que se enfrentavam problemas semelhantes.

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Do ponto de vista histórico, os efeitos ambientais das atividades da mineração moderna levaram a debates acalorados (doomsters contra “cornucopianos”) e suscitaram graves conflitos sociais nas áreas de mineração que têm vindo a ser documentados desde o século XIX. As “guerras dos fumos” colocaram problemas complexos de carácter económico, político, técnico e científico, às instituições e à sociedade civil. Na verdade, essas complexas relações entre os homens e o meio mineiro suscitaram intensas controvérsias sobre os limites e as possibilidades da ciência e da tecnologia, sobre o papel do Estado nestes domínios e colocaram desde muito cedo a sociedade civil perante um falso dilema: a escolha entre desenvolvimento económico e a degradação ambiental. A investigação que tem vindo a ser realizada na última década sobre os conflitos ambientais em todo o mundo, tem vindo a descobrir a sua diversidade, mas também os seus padrões de racionalidade. E, principalmente, esses conflitos “glocais” representam em cada momento “sinais de alerta” sobre os riscos resultantes das atividades de mineração. As lições aprendidas com esses conflitos poderiam ajudar-nos a não repetir os erros do passado.
Do ponto de vista geográfico, a mobilidade de fatores, fenómeno tão característico do setor de mineração, foi acompanhado, a partir do final do século XIX, por um processo de mundialização da poluição. A difusão das tecnologias mineiras foi acompanhada pela multiplicação de conflitos deste tipo em grandes bacias do mundo que se manifestaram com padrões semelhantes em contextos não coloniais, apesar das diferentes estruturas económicas subjacentes e das diferenças culturais, políticas ou jurídicas. Esse processo foi facilitado pelos meios de comunicação, com destaque para a imprensa, que colocou em contacto comunidades distantes umas das outras mas que se enfrentavam problemas semelhantes.

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