Em Torno De Hilda Hilst

O dado de provocação desta pergunta ainda se faz presente, passados dez anos de sua morte (1930-2004). A escritora, poeta e teatróloga, nascida em Jaú, São Paulo, ganha nestes últimos tempos uma nova leitura e um interesse crescente por sua obra.


Teria escrito para quem? Queixava-se desde os anos 1970 da falta de leitores de seus textos. Teria Hilda Hilst escrito para os leitores de nossa época? Leitores curiosos e abertos aos temas de sua estranha forma? Leitores que não mais se enrubescem ante os despudores de seus personagens?
O fato é que há leitores que não têm medo de percorrer o impasse que a literatura oferece no seu insistente renascer de formas e temas.
Os que enfrentam o jogo fornecido pela escritora absorvem e revolvem esse universo do sacro e metafísico, do erótico e pornográfico, do combativo discurso político e social, do amoroso e sublime desejo da morte.
Em torno de Hilda Hilst é um livro que se situa no panorama da leitura atenta, sensível e curiosa da obra da autora. Reunimos aqui pesquisadores da obra de Hilda Hilst, do Brasil e do exterior, amantes dessa chama inquieta que é o texto literário que a escritora paulista tão bem soube manter quente e acesa ao longo dos quarenta e sete anos de trabalho exclusivo com a literatura.
Vários olhares e vários enfoques acendem a chama da palavra em lança, em jogo perpétuo com a linguagem, com o objetivo único de descobrir como se encena a performance do discurso da obra de Hilda, que, no seu trajeto tenso e violento, sublime e erótico, desafia tanto os trabalhos de tradução, como os trabalhos críticos que se submetem aos interstícios de sua linguagem.
Lembremo-nos aqui do primeiro poema de Prelúdios – intensos para os desmemoriados do amor. Hilda Hilst, nesse poema, oferece-nos um corpo. Um corpo de desejos e procuras. De dentro dele, do poema-corpo, emerge uma voz que convida: “Toma-me”. E o poema se entrega como num jogo de sensações e trocas: “toma-me / Crava a tua mão, respira meu sopro, deglute / Em cadência minha escura agonia”. Mas “enquanto caminhas / Em lúcida altivez, eu já sou o passado. [...] / Passeia / Sobre mim, amor, e colhe o que me resta: / Noturno girassol. Rama secreta”.

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Teria escrito para quem? Queixava-se desde os anos 1970 da falta de leitores de seus textos. Teria Hilda Hilst escrito para os leitores de nossa época? Leitores curiosos e abertos aos temas de sua estranha forma? Leitores que não mais se enrubescem ante os despudores de seus personagens?
O fato é que há leitores que não têm medo de percorrer o impasse que a literatura oferece no seu insistente renascer de formas e temas.
Os que enfrentam o jogo fornecido pela escritora absorvem e revolvem esse universo do sacro e metafísico, do erótico e pornográfico, do combativo discurso político e social, do amoroso e sublime desejo da morte.
Em torno de Hilda Hilst é um livro que se situa no panorama da leitura atenta, sensível e curiosa da obra da autora. Reunimos aqui pesquisadores da obra de Hilda Hilst, do Brasil e do exterior, amantes dessa chama inquieta que é o texto literário que a escritora paulista tão bem soube manter quente e acesa ao longo dos quarenta e sete anos de trabalho exclusivo com a literatura.
Vários olhares e vários enfoques acendem a chama da palavra em lança, em jogo perpétuo com a linguagem, com o objetivo único de descobrir como se encena a performance do discurso da obra de Hilda, que, no seu trajeto tenso e violento, sublime e erótico, desafia tanto os trabalhos de tradução, como os trabalhos críticos que se submetem aos interstícios de sua linguagem.
Lembremo-nos aqui do primeiro poema de Prelúdios – intensos para os desmemoriados do amor. Hilda Hilst, nesse poema, oferece-nos um corpo. Um corpo de desejos e procuras. De dentro dele, do poema-corpo, emerge uma voz que convida: “Toma-me”. E o poema se entrega como num jogo de sensações e trocas: “toma-me / Crava a tua mão, respira meu sopro, deglute / Em cadência minha escura agonia”. Mas “enquanto caminhas / Em lúcida altivez, eu já sou o passado. […] / Passeia / Sobre mim, amor, e colhe o que me resta: / Noturno girassol. Rama secreta”.

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