Brasil, Argentina E Estados Unidos

Com o estilo claro e preciso que caracteriza toda sua obra, Moniz Bandeira mostra, em 680 páginas de um estudo profundo e bem fundamentado, as longas, tortuosas e por vezes complicadas relações dos dois maiores e mais importantes países sul-americanos, entre si e com os Estados Unidos.


É um livro que interessará principalmente aos estudiosos e formuladores de política externa, mas que certamente poderá e deverá ser lido também por todos os leitores que desejam conhecer melhor as disputas, acordos e diferentes projetos de construção nacional de Brasil e Argentina, sempre acompanhados de perto pelos distintos governos do "Colosso do Norte".
Desde o acelerado desenvolvimento argentino e sua hegemonia econômica no final do século XIX e começo do século XX — propiciado pelo influxo de técnicos e mão-de-obra especializada européia, a construção de uma considerável malha ferroviária e inversões maciças nos setores agropecuário e industrial, entre outros fatores —, até a ascensão do Brasil como a nação mais importante da região em termos políticos e econômicos, principalmente a partir da década de 1940 aos anos da ditadura militar – período caracterizado pelo enorme ingresso de capitais estrangeiros e investimentos estatais —, chegando ao momento atual, o livro traça um panorama rico das relações entre os dois países, sem deixar de se preocupar, entretanto, em dar a todo este processo sua devida dimensão continental e internacional.
Em outras palavras, Moniz Bandeira sabe que qualquer acontecimento local é também parte — apesar de suas especificidades —, de um painel mais amplo do sistema capitalista mundial, em que as relações de poder entre as grandes potências jogam um papel essencial na configuração do quadro político regional.
Assim, a percepção da influência de alguns países, principalmente a Inglaterra e os Estados Unidos, não só é relevante como também fundamental para a compreensão de todo o processo histórico caracterizado por conflitos, rivalidades, aproximações estratégicas e tentativas de integração econômica entre as duas nações.
A ingerência norte-americana nos assuntos internos da América Latina durante todo o século XX é analisada em detalhes por Moniz Bandeira, que mostra claramente ao leitor que os Estados Unidos não são interlocutores confiáveis no campo das relações internacionais.
O governo Bush é o exemplo mais explícito e recente deste tradicional padrão de conduta política. Por outro lado, o papel e a atuação de países como a Bolívia, Paraguai, Chile, Uruguai e Cuba também são importantes para se compreender uma série de posicionamentos históricos internos e externos de Brasil e Argentina.

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Com o estilo claro e preciso que caracteriza toda sua obra, Moniz Bandeira mostra, em 680 páginas de um estudo profundo e bem fundamentado, as longas, tortuosas e por vezes complicadas relações dos dois maiores e mais importantes países sul-americanos, entre si e com os Estados Unidos.
É um livro que interessará principalmente aos estudiosos e formuladores de política externa, mas que certamente poderá e deverá ser lido também por todos os leitores que desejam conhecer melhor as disputas, acordos e diferentes projetos de construção nacional de Brasil e Argentina, sempre acompanhados de perto pelos distintos governos do “Colosso do Norte”.
Desde o acelerado desenvolvimento argentino e sua hegemonia econômica no final do século XIX e começo do século XX — propiciado pelo influxo de técnicos e mão-de-obra especializada européia, a construção de uma considerável malha ferroviária e inversões maciças nos setores agropecuário e industrial, entre outros fatores —, até a ascensão do Brasil como a nação mais importante da região em termos políticos e econômicos, principalmente a partir da década de 1940 aos anos da ditadura militar – período caracterizado pelo enorme ingresso de capitais estrangeiros e investimentos estatais —, chegando ao momento atual, o livro traça um panorama rico das relações entre os dois países, sem deixar de se preocupar, entretanto, em dar a todo este processo sua devida dimensão continental e internacional.
Em outras palavras, Moniz Bandeira sabe que qualquer acontecimento local é também parte — apesar de suas especificidades —, de um painel mais amplo do sistema capitalista mundial, em que as relações de poder entre as grandes potências jogam um papel essencial na configuração do quadro político regional.
Assim, a percepção da influência de alguns países, principalmente a Inglaterra e os Estados Unidos, não só é relevante como também fundamental para a compreensão de todo o processo histórico caracterizado por conflitos, rivalidades, aproximações estratégicas e tentativas de integração econômica entre as duas nações.
A ingerência norte-americana nos assuntos internos da América Latina durante todo o século XX é analisada em detalhes por Moniz Bandeira, que mostra claramente ao leitor que os Estados Unidos não são interlocutores confiáveis no campo das relações internacionais.
O governo Bush é o exemplo mais explícito e recente deste tradicional padrão de conduta política. Por outro lado, o papel e a atuação de países como a Bolívia, Paraguai, Chile, Uruguai e Cuba também são importantes para se compreender uma série de posicionamentos históricos internos e externos de Brasil e Argentina.

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