Percepção De Riscos Ambientais

Desde o início da civilização, o homem tem se defrontado com oportunidades e riscos na sua relação com a natureza. As oportunidades são representadas pelos recursos naturais essenciais à vida, tais como o alimento, a água, os melhores solos, as fontes de energia.

Esses recursos se tornam critério fundamental no processo de decisão sobre a localização espacial dos grupos humanos, inclusive motivando inúmeros conflitos ao longo da história. No entanto, ao decidir se instalar em um determinado local, com o intuito de melhor aproveitar seus recursos e sua posição, o homem também passa a se relacionar com determinados fenômenos naturais que poderão ameaçá-lo. Essa relação, marcada por oportunidades e riscos, não é diferente da que vivemos hoje, embora novos elementos tenham sido introduzidos pela urbanização e pela desigualdade social.
Os riscos ambientais têm sido abordados segundo um ponto de vista objetivo, empregando-se os métodos e as técnicas típicos das ciências naturais. Porém, diante de tantas perguntas sem respostas, tornou-se inevitável a adoção de abordagens alternativas, que pudessem auxiliar a compreensão da controversa relação entre o homem e os riscos. Tal relação não se estabelece simplesmente a partir de aspectos objetivos, mas, ao contrário, é profundamente influenciada por questões subjetivas. Portanto, sem que se compreenda a percepção que temos dos riscos, é pouco provável que possamos chegar a conclusões razoáveis e, mais ainda, a interferir nessa relação.
Os primeiros geógrafos que se preocuparam com a percepção dos riscos foram os norte-americanos. Os trabalhos mais expressivos nesse campo do conhecimento foram elaborados a partir da década de 1960 e, em pouco tempo, passou a existir um arcabouço teórico capaz de sustentar as pesquisas em outros países. No entanto, as principais obras de referência nesse campo do conhecimento ainda carecem de versões em português, o que dificulta sua ampla divulgação entre o público brasileiro.
Talvez por motivos como esse, poucos estudos foram realizados sobre a percepção de riscos no Brasil, sendo que a produção normalmente se restringe a teses, dissertações, monografias e artigos publicados em periódicos científicos. Ainda que restritos a poucas localidades, esses trabalhos têm atingido resultados bastante esclarecedores no que diz respeito à relação das pessoas com os riscos, contribuindo para a formulação de estratégias voltadas à prevenção de acidentes. Por isso, pode-se vislumbrar uma enorme gama de possibilidades quanto a novas pesquisas, que considerem nossa realidade social e que privilegiem os tipos de riscos ambientais mais comuns no país.

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Desde o início da civilização, o homem tem se defrontado com oportunidades e riscos na sua relação com a natureza. As oportunidades são representadas pelos recursos naturais essenciais à vida, tais como o alimento, a água, os melhores solos, as fontes de energia. Esses recursos se tornam critério fundamental no processo de decisão sobre a localização espacial dos grupos humanos, inclusive motivando inúmeros conflitos ao longo da história. No entanto, ao decidir se instalar em um determinado local, com o intuito de melhor aproveitar seus recursos e sua posição, o homem também passa a se relacionar com determinados fenômenos naturais que poderão ameaçá-lo. Essa relação, marcada por oportunidades e riscos, não é diferente da que vivemos hoje, embora novos elementos tenham sido introduzidos pela urbanização e pela desigualdade social.
Os riscos ambientais têm sido abordados segundo um ponto de vista objetivo, empregando-se os métodos e as técnicas típicos das ciências naturais. Porém, diante de tantas perguntas sem respostas, tornou-se inevitável a adoção de abordagens alternativas, que pudessem auxiliar a compreensão da controversa relação entre o homem e os riscos. Tal relação não se estabelece simplesmente a partir de aspectos objetivos, mas, ao contrário, é profundamente influenciada por questões subjetivas. Portanto, sem que se compreenda a percepção que temos dos riscos, é pouco provável que possamos chegar a conclusões razoáveis e, mais ainda, a interferir nessa relação.
Os primeiros geógrafos que se preocuparam com a percepção dos riscos foram os norte-americanos. Os trabalhos mais expressivos nesse campo do conhecimento foram elaborados a partir da década de 1960 e, em pouco tempo, passou a existir um arcabouço teórico capaz de sustentar as pesquisas em outros países. No entanto, as principais obras de referência nesse campo do conhecimento ainda carecem de versões em português, o que dificulta sua ampla divulgação entre o público brasileiro.
Talvez por motivos como esse, poucos estudos foram realizados sobre a percepção de riscos no Brasil, sendo que a produção normalmente se restringe a teses, dissertações, monografias e artigos publicados em periódicos científicos. Ainda que restritos a poucas localidades, esses trabalhos têm atingido resultados bastante esclarecedores no que diz respeito à relação das pessoas com os riscos, contribuindo para a formulação de estratégias voltadas à prevenção de acidentes. Por isso, pode-se vislumbrar uma enorme gama de possibilidades quanto a novas pesquisas, que considerem nossa realidade social e que privilegiem os tipos de riscos ambientais mais comuns no país.

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