O Futuro Do Ódio

Devemos a Hegel a evidência de que o encontro com o outro é sempre violento e perturbador, seja no cotidiano, seja na aproximação entre culturas diversas. Ele também nos inicia na investigação dos efeitos do encontro com a alteridade, que determinaria as figuras das formações culturais.

Esse encontro, em sua diversidade e particularidade, é o que está na base tanto da estruturação de um sujeito como do fato social.
Jean-Pierre Lebrun, em O Futuro Do Ódio, nos convida a retomar a questão do ódio em razão da afirmação de Freud de que o ódio seria mais originário do que o amor. Lacan esclarece que o motivo fundamental dessa precedência deve-se ao fato que o ódio é sempre primeiramente o ódio contra o Simbólico, que se instaura com um furo na consistência narcísica.
A pertinência e a clareza com que Lebrun apresenta a especificidade do ódio e da violência na atualidade é que me levou a reunir, com o título por ele mesmo sugerido, os textos aqui apresentados.
Lebrun se interroga sobre a especificidade das modalidades de ódio na pós-modernidade e nos apresenta suas hipóteses sobre as novas formas clínicas. Estas aparecem na particularidade do trabalho clínico e no discurso social, que vão desde os fracassos escolares até as toxicomanias, passando pelas crianças hipercinéticas, por todo tipo de adições, dos curtos-circuitos na elaboração psíquica com uma frequência cada vez maior das passagens ao ato, e encontram em renovadas modalidades de ódio os articuladores de uma nova economia psíquica. Ele discute suas hipóteses com dois interlocutores qualificados: Jean De Munck e DanyRobert Dufour.
Este livro poderia ser lido à luz de O futuro de uma ilusão, de Freud, perguntando-nos, depois de cinquenta anos, se as análises de Lebrun dão conta das mudanças subjetivas e sociais que aconteceram nesse intervalo. Freud afirma, na introdução da obra de 1927, que a civilização abarca, de um lado, todo saber e capacidade que os homens adquiriram para dominar as forças da natureza e utilizá-la em beneficio próprio e, de outro lado, todas as normas necessárias para regular os vínculos recíprocos entre os homens.

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Devemos a Hegel a evidência de que o encontro com o outro é sempre violento e perturbador, seja no cotidiano, seja na aproximação entre culturas diversas. Ele também nos inicia na investigação dos efeitos do encontro com a alteridade, que determinaria as figuras das formações culturais. Esse encontro, em sua diversidade e particularidade, é o que está na base tanto da estruturação de um sujeito como do fato social.
Jean-Pierre Lebrun, em O Futuro Do Ódio, nos convida a retomar a questão do ódio em razão da afirmação de Freud de que o ódio seria mais originário do que o amor. Lacan esclarece que o motivo fundamental dessa precedência deve-se ao fato que o ódio é sempre primeiramente o ódio contra o Simbólico, que se instaura com um furo na consistência narcísica.
A pertinência e a clareza com que Lebrun apresenta a especificidade do ódio e da violência na atualidade é que me levou a reunir, com o título por ele mesmo sugerido, os textos aqui apresentados.
Lebrun se interroga sobre a especificidade das modalidades de ódio na pós-modernidade e nos apresenta suas hipóteses sobre as novas formas clínicas. Estas aparecem na particularidade do trabalho clínico e no discurso social, que vão desde os fracassos escolares até as toxicomanias, passando pelas crianças hipercinéticas, por todo tipo de adições, dos curtos-circuitos na elaboração psíquica com uma frequência cada vez maior das passagens ao ato, e encontram em renovadas modalidades de ódio os articuladores de uma nova economia psíquica. Ele discute suas hipóteses com dois interlocutores qualificados: Jean De Munck e DanyRobert Dufour.
Este livro poderia ser lido à luz de O futuro de uma ilusão, de Freud, perguntando-nos, depois de cinquenta anos, se as análises de Lebrun dão conta das mudanças subjetivas e sociais que aconteceram nesse intervalo. Freud afirma, na introdução da obra de 1927, que a civilização abarca, de um lado, todo saber e capacidade que os homens adquiriram para dominar as forças da natureza e utilizá-la em beneficio próprio e, de outro lado, todas as normas necessárias para regular os vínculos recíprocos entre os homens.

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