Tragédia, Ciência E Política Da Verdade

Tragédia, Ciência E Política Da Verdade: Uma Arqueologia Das Relações Internacionais - No século 20, todas as gerações conviveram com o terrorismo. Entre as décadas de 1890 e 1930, as ações de grupos anarquistas se espalharam pela Europa, especialmente pela Rússia, Espanha, Itália e Império Austro-Húngaro, vitimando autoridades políticas, membros da realeza e dos parlamentos, militares e opositores ideológicos.


Na era dos extremos, praticamente não houve ideologia que não tenha se envolvido em ações políticas violentas contra rivais. Grupos como o Mano Negra (responsável pelo assassinato do arquiduque Ferndinando, em Sarajevo) e o Narodnaya Volya (autor de dezenas de ataques contra a realeza russa) viam a violência política como a forma mais legítima e direta para a tomada do poder e/ou a vingança contra a opressão.
Ao final da Segunda Guerra Mundial, o nacionalismo somado a uma abundância de armamentos facilmente disponíveis a uma infinidade de grupos paramilitares e revolucionários na Europa, na África e na Ásia alimentaram as lutas anticoloniais e os movimentos por independência. Muitos desses grupos recorreram a táticas terroristas para combater fortes aparatos imperiais determinados em não abrir mão de suas possessões. No norte da África e no Oriente Médio, durante as décadas de 1950 a 1970, o terrorismo se tornou o modo de combate dos oprimidos na busca por reconhecimento.
Em praticamente todos os processos de independência colonial atuaram grupos que recorreram ao terrorismo. Da mesma forma, é sempre importante lembrar, os impérios europeus recorreram ao terrorismo de estado como forma de combater grupos revolucionários e anticoloniais.
Tragédia, Ciência E Política Da Verdade toma os escritos de Michel Foucault como perspectiva para analisar as condições discursivas de possibilidade do velamento do terrorismo como problema de pesquisa nas Relações Internacionais, entre 1910 e 2001.
Partindo da constatação empírica que o terrorismo não foi problematizado nas principais obras de RI no período, argumenta-se que apenas após o Onze de Setembro o terrorismo passou a ser considerado um problema a ser estudado. O velamento do terrorismo nas RI foi possível, em parte, devido à necessidade política de vincular a segurança internacional à tragédia de modo a legitimar e sustentar relações de poder entre estados e populações e que, portanto, discursos de tragédia são constitutivos da segurança internacional na medida em que apenas a tragédia é capaz de sustentar ações estatais de exceção.
O objetivo de Tragédia, Ciência E Política Da Verdade é problematizar os efeitos da política de verdade e como o pensamento acadêmico de RI pode ser útil e operacionalizado dentro de dispositivos de segurança de modo a sustentar e disseminar relações de poder/saber, constituindo subjetividades, práticas e saberes.

 

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Tragédia, Ciência E Política Da Verdade: Uma Arqueologia Das Relações Internacionais – No século 20, todas as gerações conviveram com o terrorismo. Entre as décadas de 1890 e 1930, as ações de grupos anarquistas se espalharam pela Europa, especialmente pela Rússia, Espanha, Itália e Império Austro-Húngaro, vitimando autoridades políticas, membros da realeza e dos parlamentos, militares e opositores ideológicos.
Na era dos extremos, praticamente não houve ideologia que não tenha se envolvido em ações políticas violentas contra rivais. Grupos como o Mano Negra (responsável pelo assassinato do arquiduque Ferndinando, em Sarajevo) e o Narodnaya Volya (autor de dezenas de ataques contra a realeza russa) viam a violência política como a forma mais legítima e direta para a tomada do poder e/ou a vingança contra a opressão.
Ao final da Segunda Guerra Mundial, o nacionalismo somado a uma abundância de armamentos facilmente disponíveis a uma infinidade de grupos paramilitares e revolucionários na Europa, na África e na Ásia alimentaram as lutas anticoloniais e os movimentos por independência. Muitos desses grupos recorreram a táticas terroristas para combater fortes aparatos imperiais determinados em não abrir mão de suas possessões. No norte da África e no Oriente Médio, durante as décadas de 1950 a 1970, o terrorismo se tornou o modo de combate dos oprimidos na busca por reconhecimento.
Em praticamente todos os processos de independência colonial atuaram grupos que recorreram ao terrorismo. Da mesma forma, é sempre importante lembrar, os impérios europeus recorreram ao terrorismo de estado como forma de combater grupos revolucionários e anticoloniais.
Tragédia, Ciência E Política Da Verdade toma os escritos de Michel Foucault como perspectiva para analisar as condições discursivas de possibilidade do velamento do terrorismo como problema de pesquisa nas Relações Internacionais, entre 1910 e 2001.
Partindo da constatação empírica que o terrorismo não foi problematizado nas principais obras de RI no período, argumenta-se que apenas após o Onze de Setembro o terrorismo passou a ser considerado um problema a ser estudado. O velamento do terrorismo nas RI foi possível, em parte, devido à necessidade política de vincular a segurança internacional à tragédia de modo a legitimar e sustentar relações de poder entre estados e populações e que, portanto, discursos de tragédia são constitutivos da segurança internacional na medida em que apenas a tragédia é capaz de sustentar ações estatais de exceção.
O objetivo de Tragédia, Ciência E Política Da Verdade é problematizar os efeitos da política de verdade e como o pensamento acadêmico de RI pode ser útil e operacionalizado dentro de dispositivos de segurança de modo a sustentar e disseminar relações de poder/saber, constituindo subjetividades, práticas e saberes.

 

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