Amazônia: Expansão Do Capitalismo

A perspectiva que permite entender o devassamento do mundo entre mágico e cruel da Amazônia está à vista de todos: o afã do progresso, a busca de integração nacional e o crescimento econômico acabaram por atingir os espaços amazônicos. A região começou a incorporar-se ao processo geral da expansão capitalista no Brasil.

Este processo ocorre na Amazônia, entretanto, numa situação específica: a região guarda as características de frente pioneira e incorpora, em sua expansão, as mais variadas formas sociais de produção, que abarcam, num leque, desde formas compulsórias de trabalho até relações puramente assalariadas, uma vez que a expansão capitalista não se efetiva de modo homogêneo e retilíneo. E como parte deste leque que interessa analisar o movimento da expansão da acumulação de capitais, no momento específico em que se dá a incorporação dos espaços amazônicos à economia nacional.
A penetração geográfica na Amazônia e a história da região devem ser vistas portanto em relação com o processo de expansão do capitalismo, em função da forma, ritmo e volume da acumulação ocorrida nas demais regiões brasileiras. Como, entretanto, o capital nada mais é do que uma relação social, a expansão do capitalismo na Amazônia depende da forma concreta que aquela relação social assume. Para sua análise são relevantes tanto o pioneirismo típico da Amazônia – a rudeza – da relação direta terra-homem e a violência da relação entre os homens – como o contexto político em que ocorre a ocupação da área.
É esta história a que se conta, resumidamente, neste trabalho. Tenta-se mostrar as formas particulares que o desenvolvimento capitalista assume no devassamento da Amazônia. Analisa-se como o Estado intervém para assegurar as condições para a ocupação e expansão econômica por meio das empresas e como se dá a exploração do trabalho na área (as relações sociais de produção, a desapropriação e reapropriação de terras e instrumentos de trabalho, o esmagamento da base populacional indígena preexistente ao processo, o fluxo de novas populações para cumprir as funções de mão de obra etc.).
A expansão do capitalismo na mais recente fronteira do Brasil processa-se mediante a criação de empresas sob o incentivo e a direção do Estado Autoritário. O caráter autoritário do Estado que promove o atual devassamento não deve ser visto, entretanto, como pressuposto necessário para a incorporação da Amazônia à economia nacional. Ele emergiu da resolução de impasses políticos nucleados em outras áreas do país. Na medida em que o espaço e os interesses amazônicos se integraram ao desenvolvimento nacional o autoritarismo colocou-se como ponto de partida do atual perfil da ocupação da Amazônia.

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A perspectiva que permite entender o devassamento do mundo entre mágico e cruel da Amazônia está à vista de todos: o afã do progresso, a busca de integração nacional e o crescimento econômico acabaram por atingir os espaços amazônicos. A região começou a incorporar-se ao processo geral da expansão capitalista no Brasil. Este processo ocorre na Amazônia, entretanto, numa situação específica: a região guarda as características de frente pioneira e incorpora, em sua expansão, as mais variadas formas sociais de produção, que abarcam, num leque, desde formas compulsórias de trabalho até relações puramente assalariadas, uma vez que a expansão capitalista não se efetiva de modo homogêneo e retilíneo. E como parte deste leque que interessa analisar o movimento da expansão da acumulação de capitais, no momento específico em que se dá a incorporação dos espaços amazônicos à economia nacional.
A penetração geográfica na Amazônia e a história da região devem ser vistas portanto em relação com o processo de expansão do capitalismo, em função da forma, ritmo e volume da acumulação ocorrida nas demais regiões brasileiras. Como, entretanto, o capital nada mais é do que uma relação social, a expansão do capitalismo na Amazônia depende da forma concreta que aquela relação social assume. Para sua análise são relevantes tanto o pioneirismo típico da Amazônia – a rudeza – da relação direta terra-homem e a violência da relação entre os homens – como o contexto político em que ocorre a ocupação da área.
É esta história a que se conta, resumidamente, neste trabalho. Tenta-se mostrar as formas particulares que o desenvolvimento capitalista assume no devassamento da Amazônia. Analisa-se como o Estado intervém para assegurar as condições para a ocupação e expansão econômica por meio das empresas e como se dá a exploração do trabalho na área (as relações sociais de produção, a desapropriação e reapropriação de terras e instrumentos de trabalho, o esmagamento da base populacional indígena preexistente ao processo, o fluxo de novas populações para cumprir as funções de mão de obra etc.).
A expansão do capitalismo na mais recente fronteira do Brasil processa-se mediante a criação de empresas sob o incentivo e a direção do Estado Autoritário. O caráter autoritário do Estado que promove o atual devassamento não deve ser visto, entretanto, como pressuposto necessário para a incorporação da Amazônia à economia nacional. Ele emergiu da resolução de impasses políticos nucleados em outras áreas do país. Na medida em que o espaço e os interesses amazônicos se integraram ao desenvolvimento nacional o autoritarismo colocou-se como ponto de partida do atual perfil da ocupação da Amazônia.

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