A Sociedade Do Sintoma: A Psicanálise Hoje

A apresentação de uma coletânea de artigos sempre se distende entre duas tentações. A primeira consiste em se deixar levar pela contingência de cada artigo, por seu endereçamento particular, pelas circunstâncias de sua elaboração, pelo que concorreu para a sua realização.

A segunda consiste em se deixar fascinar pelo efeito de organização, algo que só ocorre depois da distribuição dos artigos em capítulos e partes do livro. Sabiamente arrumados, os artigos parecem responder uns aos outros e, é claro, uma linha mestra se revela. Uma intenção se impõe. Desde o início, buscava-se a consistência da pesquisa. Um bom prólogo, portanto, deve evitar essas duas tentações. Recusar tanto a contingência quanto a necessidade. A melhor maneira de fazê-lo é ter como base a lógica temporal do sujeito e de seus eclipses, aceitando ler, desse ponto de vista, os efeitos produzidos pela organização do livro que me foi proposta por Angelina Harari, coordenadora, no Brasil, da coleção Opção Lacaniana.
A coletânea, assim, compõe-se de quatro partes e um epílogo.
A magia evocada pelos nomes faz pensar na comédia que marcou o retorno do cinema inglês às telas francesas: Quatro casamentos e um funeral: cinco razões para continuar solteiro, da qual lembramos, sobretudo, a primeira parte. No caso, devemos ler "quatro partes e um epílogo: cinco razões para se orientar pelos princípios diretores do ato psicanalítico", que fecham o livro. Com efeito, as reflexões que inspiraram estes artigos se fundamentam no ensino e na prática da psicanálise em vários contextos.
A primeira parte, sobre psicanálise aplicada "com crianças", de acordo com a expressão de Robert e Rosine Lefort, inicia-se com a importância do deslocamento operado por Lacan na ênfase sobre a relação mãe-criança, a fim de se orientar sobre o lugar da criança para a mãe como mulher. As reflexões sobre o autismo, publicadas há quinze anos, fazem parte de um diálogo com o trabalho dos Lefort, cujo recente falecimento me levou a atualizá-las em um texto a ser publicado em breve. A orientação sobre o real em jogo na psicanálise de crianças encontra sua desembocadura no último artigo dessa primeira parte, que comenta a expressão de Lacan, segundo a qual a criança é um "objeto a liberado".

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A apresentação de uma coletânea de artigos sempre se distende entre duas tentações. A primeira consiste em se deixar levar pela contingência de cada artigo, por seu endereçamento particular, pelas circunstâncias de sua elaboração, pelo que concorreu para a sua realização. A segunda consiste em se deixar fascinar pelo efeito de organização, algo que só ocorre depois da distribuição dos artigos em capítulos e partes do livro. Sabiamente arrumados, os artigos parecem responder uns aos outros e, é claro, uma linha mestra se revela. Uma intenção se impõe. Desde o início, buscava-se a consistência da pesquisa. Um bom prólogo, portanto, deve evitar essas duas tentações. Recusar tanto a contingência quanto a necessidade. A melhor maneira de fazê-lo é ter como base a lógica temporal do sujeito e de seus eclipses, aceitando ler, desse ponto de vista, os efeitos produzidos pela organização do livro que me foi proposta por Angelina Harari, coordenadora, no Brasil, da coleção Opção Lacaniana.
A coletânea, assim, compõe-se de quatro partes e um epílogo.
A magia evocada pelos nomes faz pensar na comédia que marcou o retorno do cinema inglês às telas francesas: Quatro casamentos e um funeral: cinco razões para continuar solteiro, da qual lembramos, sobretudo, a primeira parte. No caso, devemos ler “quatro partes e um epílogo: cinco razões para se orientar pelos princípios diretores do ato psicanalítico”, que fecham o livro. Com efeito, as reflexões que inspiraram estes artigos se fundamentam no ensino e na prática da psicanálise em vários contextos.
A primeira parte, sobre psicanálise aplicada “com crianças”, de acordo com a expressão de Robert e Rosine Lefort, inicia-se com a importância do deslocamento operado por Lacan na ênfase sobre a relação mãe-criança, a fim de se orientar sobre o lugar da criança para a mãe como mulher. As reflexões sobre o autismo, publicadas há quinze anos, fazem parte de um diálogo com o trabalho dos Lefort, cujo recente falecimento me levou a atualizá-las em um texto a ser publicado em breve. A orientação sobre o real em jogo na psicanálise de crianças encontra sua desembocadura no último artigo dessa primeira parte, que comenta a expressão de Lacan, segundo a qual a criança é um “objeto a liberado”.

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