Viva La Revolución

Em sua autobiografia Tempos interessantes: Uma vida no século XX, publicada em 2002, quando estava com 85 anos, o historiador Eric Hobsbawm (1917-2012) escreveu que a única região do mundo fora da Europa que ele achava que conhecia bem e onde se sentia totalmente em casa era a América Latina.


Mais de quarenta anos antes, Eric sentira-se atraído pela América Latina devido ao potencial do continente para a revolução social.
Após o triunfo de Fidel Castro em Cuba, em janeiro de 1959, e mais ainda depois do insucesso da tentativa dos Estados Unidos de derrubá-lo, em abril de 1961, “não havia intelectual [de esquerda] na Europa ou nos Estados Unidos que não sucumbisse ao feitiço da América Latina, continente onde aparentemente borbulhava a lava das revoluções sociais”.
Foi acima de tudo a expectativa, ou a esperança, de que haveria uma revolução social, ou pelo menos uma mudança social significativa, em particular no Peru e na Colômbia, brevemente no Chile, depois na América Central e na Venezuela e, por fim, no Brasil, que sustentou o interesse de Eric pela América Latina ao longo das décadas seguintes.
Membro do Partido Comunista (PC) da Grã-Bretanha desde seus dias de estudante na Universidade de Cambridge, no final da década de 1930, Eric visitou Cuba no verão de 1960, a convite de Carlos Rafael Rodríguez, uma das principais figuras do PC de Cuba que aderira ao Movimento 26 de Julho na Sierra Maestra e se tornara um dos aliados mais próximos de Fidel Castro.
Eric acabara de passar três meses na Universidade de Stanford e uniu forças em Havana com dois amigos dos Estados Unidos, os economistas marxistas Paul Sweezy e Paul Baran, editores da Monthly Review. Foi, recordou mais tarde, o “irresistível período de lua de mel da jovem revolução”.
Em outubro, ao retornar a Londres, além de apresentar um informe ao Comitê de Assuntos Internacionais do PCGB, escreveu um artigo para a New Statesman em que descrevia a Revolução Cubana como “um espécime de laboratório de seu tipo (um núcleo de intelectuais, um movimento de massas de camponeses)”, “extremamente cativante e estimulante”, que, “a menos que haja uma intervenção armada dos Estados Unidos”, fará de Cuba, “muito em breve”, “o primeiro país socialista do hemisfério ocidental”.

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Em sua autobiografia Tempos interessantes: Uma vida no século XX, publicada em 2002, quando estava com 85 anos, o historiador Eric Hobsbawm (1917-2012) escreveu que a única região do mundo fora da Europa que ele achava que conhecia bem e onde se sentia totalmente em casa era a América Latina.
Mais de quarenta anos antes, Eric sentira-se atraído pela América Latina devido ao potencial do continente para a revolução social.
Após o triunfo de Fidel Castro em Cuba, em janeiro de 1959, e mais ainda depois do insucesso da tentativa dos Estados Unidos de derrubá-lo, em abril de 1961, “não havia intelectual [de esquerda] na Europa ou nos Estados Unidos que não sucumbisse ao feitiço da América Latina, continente onde aparentemente borbulhava a lava das revoluções sociais”.
Foi acima de tudo a expectativa, ou a esperança, de que haveria uma revolução social, ou pelo menos uma mudança social significativa, em particular no Peru e na Colômbia, brevemente no Chile, depois na América Central e na Venezuela e, por fim, no Brasil, que sustentou o interesse de Eric pela América Latina ao longo das décadas seguintes.
Membro do Partido Comunista (PC) da Grã-Bretanha desde seus dias de estudante na Universidade de Cambridge, no final da década de 1930, Eric visitou Cuba no verão de 1960, a convite de Carlos Rafael Rodríguez, uma das principais figuras do PC de Cuba que aderira ao Movimento 26 de Julho na Sierra Maestra e se tornara um dos aliados mais próximos de Fidel Castro.
Eric acabara de passar três meses na Universidade de Stanford e uniu forças em Havana com dois amigos dos Estados Unidos, os economistas marxistas Paul Sweezy e Paul Baran, editores da Monthly Review. Foi, recordou mais tarde, o “irresistível período de lua de mel da jovem revolução”.
Em outubro, ao retornar a Londres, além de apresentar um informe ao Comitê de Assuntos Internacionais do PCGB, escreveu um artigo para a New Statesman em que descrevia a Revolução Cubana como “um espécime de laboratório de seu tipo (um núcleo de intelectuais, um movimento de massas de camponeses)”, “extremamente cativante e estimulante”, que, “a menos que haja uma intervenção armada dos Estados Unidos”, fará de Cuba, “muito em breve”, “o primeiro país socialista do hemisfério ocidental”.

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