Ação Da Bahia Na Obra Da Independência Nacional

A comemoração do centenário da independência deu lugar a diversas produções literárias em que se notam desvios numerosos na exatidão precisa da história nacional, assim como omissões injustas

, porque houve no Brasil um lugar em que a independência custou sangue e sério esforço e foi conquistada de um modo que honra o povo brasileiro.
O vivo desejo de fazer da independência uma propriedade patriótica do Rio de Janeiro e de S. Paulo, levou os interessados a dar aquela festividade um cunho demasiado particularista, apagando o trabalho e o sacrifício de outros que também contribuíram para levar a cabo a grande obra da libertação em diversos pontos do território brasileiro.
Por outro lado se quis fazer constar a estrangeiros e aos nacionais, ignorantes da história do Brasil, que a independência se havia realizado amistosamente, do que será forçoso deduzir ter havido da parte dos brasileiros uma passividade que não lhes é decorosa e da parte dos portugueses traição aos mais sérios e importantes interesses de seu país.
Isso, felizmente, não é a verdade e tais narrações, segundo parece, foram fantasiadas para entreter os forasteiros, quando, entretanto, se devia ter preferido, em ocasião tal, rememorar os fatos notáveis, dignos de menção, nos quais se tivesse assinalado a alma e o sentimento, assim como o vigor do povo brasileiro, afim de que se possa compreender que ele tenha justificado orgulho pelo esforço feito para obter a sua independência, o que debalde se procura no acontecimento do dia 7 de Setembro, o qual se constituiu apenas com uma frase pronunciada pelo príncipe regente, filha de um daqueles impulsos a que era tão sujeita o seu temperamento.
Também o que se celebra na declaração do Fico, proferido no Rio de Janeiro, foi outra frase, provavelmente combinada entre o príncipe e José Clemente, na qual o povo apenas entrou como parte que constitui número e grita em coro, numa manifestação.
Estas peripécias foram ambas expositivas e feitas pelo príncipe, e não atos, dos quais possa a nação brasileira tirar motivos para acusá-los como capazes de lhe darem glória.
A importância que esses fatos tiveram se deriva dos antecedentes e das conseqüências e isto é o que pela lealdade devida ao país, por sincero patriotismo, por amor à verdade histórica e até por consideração à dignidade nacional, se devia ter feito na comemoração do centenário.

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A comemoração do centenário da independência deu lugar a diversas produções literárias em que se notam desvios numerosos na exatidão precisa da história nacional, assim como omissões injustas, porque houve no Brasil um lugar em que a independência custou sangue e sério esforço e foi conquistada de um modo que honra o povo brasileiro.
O vivo desejo de fazer da independência uma propriedade patriótica do Rio de Janeiro e de S. Paulo, levou os interessados a dar aquela festividade um cunho demasiado particularista, apagando o trabalho e o sacrifício de outros que também contribuíram para levar a cabo a grande obra da libertação em diversos pontos do território brasileiro.
Por outro lado se quis fazer constar a estrangeiros e aos nacionais, ignorantes da história do Brasil, que a independência se havia realizado amistosamente, do que será forçoso deduzir ter havido da parte dos brasileiros uma passividade que não lhes é decorosa e da parte dos portugueses traição aos mais sérios e importantes interesses de seu país.
Isso, felizmente, não é a verdade e tais narrações, segundo parece, foram fantasiadas para entreter os forasteiros, quando, entretanto, se devia ter preferido, em ocasião tal, rememorar os fatos notáveis, dignos de menção, nos quais se tivesse assinalado a alma e o sentimento, assim como o vigor do povo brasileiro, afim de que se possa compreender que ele tenha justificado orgulho pelo esforço feito para obter a sua independência, o que debalde se procura no acontecimento do dia 7 de Setembro, o qual se constituiu apenas com uma frase pronunciada pelo príncipe regente, filha de um daqueles impulsos a que era tão sujeita o seu temperamento.
Também o que se celebra na declaração do Fico, proferido no Rio de Janeiro, foi outra frase, provavelmente combinada entre o príncipe e José Clemente, na qual o povo apenas entrou como parte que constitui número e grita em coro, numa manifestação.
Estas peripécias foram ambas expositivas e feitas pelo príncipe, e não atos, dos quais possa a nação brasileira tirar motivos para acusá-los como capazes de lhe darem glória.
A importância que esses fatos tiveram se deriva dos antecedentes e das conseqüências e isto é o que pela lealdade devida ao país, por sincero patriotismo, por amor à verdade histórica e até por consideração à dignidade nacional, se devia ter feito na comemoração do centenário.

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