Antropólogos E Antropologia

Adam Kuper é mais conhecido no Brasil por seus trabalhos sobre a antropologia britânica, de claro recorte histórico e de tom, ao mesmo tempo, crítico e irônico.

Seu livro Antropólogos E Antropologia, traduzido para o português pouco após ser publicado, tornou-se um clássico em nossos cursos de graduação, assim como vem ocorrendo com The Invention of Primitive Society nos cursos de pós-graduação.

Em 1908, Frazer proferiu o seu discurso de posse ao assumir na Universidade de Liverpool (por um período muito breve) a primeira cátedra de Antropologia Social da Grã-Bretanha. Assinalou ele o paradoxo de estar sendo concedido reconhecimento a essa disciplina justamente quando o seu objeto de estudo - "os selvagens" - estava desaparecendo.

De fato, a moderna Antropologia Social ainda não tinha propriamente nascido. Ela só veio a surgir depois da I Guerra Mundiale, como se quisesse desmentir Frazer, apresentou imediatamente uma série de notáveis estudos monográficos de comunidades isoladas, pre-industriais; e não tardou em iniciar-se a reconstituição das categorias "primitivos" e "civilizados".

O ponto de partida deste livro é 1922, o annus mirabilus do Funcionalismo. Nesse ano, Malinowski e Radcliffe-Brown publicaram os seus primeiros estudos de campo importantes; e foi também nesse ano que morreu Rivers, a maior figura da geração pré-funcionalista.

Mais do que Frazer ou qualquer dos seus contemporâneos, coube a Rivers fornecer um padrão de envergadura intelectual. Malinowski vangloriou-se certa vez de que Rivers seria o Rider Haggard eta Anlropologia, mas ele era o seu Conrad; enquanto que RadcliffeBrown - o primeiro discípulo de Rivers em Antropologia - estava moldando seus argumentos na forma de uma crítica ao mestre .. . mesmo vinte anos após a morte dele.

Frazer serviu de padrinho um tanto contrafeito ao novo movimento,
mas os seus fundadores foram Malinowski e Radcliffe-Brown. Coube-
lhes estabelecer os modelos teóricos e as escolas concorrentes que
dariam a "Antropologia Social britânica" seu caráter distinto durante,
pelo menos, uma geração.

Os últimos cinquenta anos viram os seus discípulos e os discípulos dos seus discípulos produzirem estudos de campo acerca das varias sociedades exóticas sobre as quais a Gra-Bretanha costumava exercer domínio, e criaram um modo distinto de análise.

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Adam Kuper é mais conhecido no Brasil por seus trabalhos sobre a antropologia britânica, de claro recorte histórico e de tom, ao mesmo tempo, crítico e irônico.

Seu livro Antropólogos E Antropologia, traduzido para o português pouco após ser publicado, tornou-se um clássico em nossos cursos de graduação, assim como vem ocorrendo com The Invention of Primitive Society nos cursos de pós-graduação.

Em 1908, Frazer proferiu o seu discurso de posse ao assumir na Universidade de Liverpool (por um período muito breve) a primeira cátedra de Antropologia Social da Grã-Bretanha. Assinalou ele o paradoxo de estar sendo concedido reconhecimento a essa disciplina justamente quando o seu objeto de estudo – “os selvagens” – estava desaparecendo.

De fato, a moderna Antropologia Social ainda não tinha propriamente nascido. Ela só veio a surgir depois da I Guerra Mundiale, como se quisesse desmentir Frazer, apresentou imediatamente uma série de notáveis estudos monográficos de comunidades isoladas, pre-industriais; e não tardou em iniciar-se a reconstituição das categorias “primitivos” e “civilizados”.

O ponto de partida deste livro é 1922, o annus mirabilus do Funcionalismo. Nesse ano, Malinowski e Radcliffe-Brown publicaram os seus primeiros estudos de campo importantes; e foi também nesse ano que morreu Rivers, a maior figura da geração pré-funcionalista.

Mais do que Frazer ou qualquer dos seus contemporâneos, coube a Rivers fornecer um padrão de envergadura intelectual. Malinowski vangloriou-se certa vez de que Rivers seria o Rider Haggard eta Anlropologia, mas ele era o seu Conrad; enquanto que RadcliffeBrown – o primeiro discípulo de Rivers em Antropologia – estava moldando seus argumentos na forma de uma crítica ao mestre .. . mesmo vinte anos após a morte dele.

Frazer serviu de padrinho um tanto contrafeito ao novo movimento,
mas os seus fundadores foram Malinowski e Radcliffe-Brown. Coube-
lhes estabelecer os modelos teóricos e as escolas concorrentes que
dariam a “Antropologia Social britânica” seu caráter distinto durante,
pelo menos, uma geração.

Os últimos cinquenta anos viram os seus discípulos e os discípulos dos seus discípulos produzirem estudos de campo acerca das varias sociedades exóticas sobre as quais a Gra-Bretanha costumava exercer domínio, e criaram um modo distinto de análise.

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