Tensões De Tempo

Tensões De Tempo: A Saga Do cacau Na Ficção De Jorge Amado - A linha de tese defendida é claramente atual, assim como é também indiscutível a proximidade História x Literatura, conquanto próprios sua natureza, seus objetivos e seu código. Daí, a nosso ver, vem o acerto dos novos postulados teóricos que, ao invés de aprofundar diferenças, estabelecem cruzamentos nas diferenças.


Dessa maneira, História Social e Literatura se complementam. Quem sai ganhando com isso? O objeto, que se torna mais amplo, mais ricamente interpretado; o leitor, vez que se lhe oferece mais um código de leitura sobre o objeto, assim como novas faces interpretativas. O fato deixa de ser o aqui, agora, ou ontem para ser um ontem/hoje/amanhã, envolto em tensões, contradições e recriações.
Portanto, a ótica do Professor e autor, parece-nos muito feliz.
Como pessoa próxima à Literatura, pelo cotidiano do nosso trabalho, gratifica-nos a sensibilidade ante o fenômeno literário que o autor demonstra; o seu próprio discurso é coerente com a escolha feita. Por outro lado, parece-nos muito sagaz a apropriação do “espírito” da narrativa de Jorge Amado, inclusive em suas contradições.
A narrativa de Jorge Amado, de base neo-realista, conforme bem colocado, é, entretanto, eivada de lirismo e de certo sentimentalismo dos quais o filho e sobrinho de lendários coronéis não pôde despir-se. Aliás, estudo crítico a respeito (Flora Süssekind, em Tal Brasil, Qual Romance?) destacou esta coloração ficcional de Jorge Amado.
Discutindo a questão da busca da identidade na ficção brasileira e estudando uma linha evolutiva do nosso romance, Flora Süssekind detém-se em nomes significativos, tais como Machado de Assis, Graciliano Ramos e Jorge Amado. E, de certo modo, enxerga no autor baiano a sua impossibilidade de libertação dos laços afetivos muito fortes que o vinculam à figura dos coronéis.
Tratando, também, da mesma questão da identidade, Luiz Costa Lima, eminente crítico e teórico da Literatura Brasileira, discute a relação documento x literatura no sentido de destacar o caráter preferencialmente documental que assumiu a prosa de ficção no Brasil, e atribui isso, assim como Flora Süssekind, à necessidade de dar uma “fisionomia” à nossa produção. Nessa visão, autores como Jorge Amado, estariam muito próximos dessa linha documental, em que o imaginário seria “submetido” e não o grande “motor”.

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Tensões De Tempo: A Saga Do cacau Na Ficção De Jorge Amado – A linha de tese defendida é claramente atual, assim como é também indiscutível a proximidade História x Literatura, conquanto próprios sua natureza, seus objetivos e seu código. Daí, a nosso ver, vem o acerto dos novos postulados teóricos que, ao invés de aprofundar diferenças, estabelecem cruzamentos nas diferenças.
Dessa maneira, História Social e Literatura se complementam. Quem sai ganhando com isso? O objeto, que se torna mais amplo, mais ricamente interpretado; o leitor, vez que se lhe oferece mais um código de leitura sobre o objeto, assim como novas faces interpretativas. O fato deixa de ser o aqui, agora, ou ontem para ser um ontem/hoje/amanhã, envolto em tensões, contradições e recriações.
Portanto, a ótica do Professor e autor, parece-nos muito feliz.
Como pessoa próxima à Literatura, pelo cotidiano do nosso trabalho, gratifica-nos a sensibilidade ante o fenômeno literário que o autor demonstra; o seu próprio discurso é coerente com a escolha feita. Por outro lado, parece-nos muito sagaz a apropriação do “espírito” da narrativa de Jorge Amado, inclusive em suas contradições.
A narrativa de Jorge Amado, de base neo-realista, conforme bem colocado, é, entretanto, eivada de lirismo e de certo sentimentalismo dos quais o filho e sobrinho de lendários coronéis não pôde despir-se. Aliás, estudo crítico a respeito (Flora Süssekind, em Tal Brasil, Qual Romance?) destacou esta coloração ficcional de Jorge Amado.
Discutindo a questão da busca da identidade na ficção brasileira e estudando uma linha evolutiva do nosso romance, Flora Süssekind detém-se em nomes significativos, tais como Machado de Assis, Graciliano Ramos e Jorge Amado. E, de certo modo, enxerga no autor baiano a sua impossibilidade de libertação dos laços afetivos muito fortes que o vinculam à figura dos coronéis.
Tratando, também, da mesma questão da identidade, Luiz Costa Lima, eminente crítico e teórico da Literatura Brasileira, discute a relação documento x literatura no sentido de destacar o caráter preferencialmente documental que assumiu a prosa de ficção no Brasil, e atribui isso, assim como Flora Süssekind, à necessidade de dar uma “fisionomia” à nossa produção. Nessa visão, autores como Jorge Amado, estariam muito próximos dessa linha documental, em que o imaginário seria “submetido” e não o grande “motor”.

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