O Pai De Família E Outros Estudos

O Pai De Família E Outros Estudos - Publicados originalmente em 1978, os ensaios de crítica literária e cultural de O Pai De Família constituem uma crônica profunda tanto das transformações que a ditadura imprimia à vida brasileira como das reações - felizes ou desencontradas - à modernização autoritária.
Às vezes, as datas dizem muito. Escritos entre 1964, ano do golpe, e 1978, quando o autor retorna do exílio francês, os ensaios reunidos em O Pai De Família constituem uma tentativa de resposta rigorosa e dialética aos dilemas que a conjunção de autoritarismo e modernização impunha tanto à vida política de todos como às posições clássicas da esquerda.


Para dar conta do recado, Schwarz criou uma prosa singular, misturando a dicção vernácula de um Mário de Andrade às figuras argumentativas de um Theodor Adorno. Aqui, como na guerrilha, a regra fundamental é não permitir que se adivinhe o próximo movimento, donde o ziguezague do cinema de Ruy Guerra à arquitetura de Cristina Barbosa, de um perfil de Anatol Rosenfeld à ficção de Paulo Emílio Salles Gomes, da tradução oportuna de um conto de Kafka à pseudotradução de uma certa Bertha Dunkel.
Crítica militante? Não exatamente. Os ensaios de O Pai De Família E Outros Estudos são antes regidos pelo esforço quase paradoxal de reflexão no calor da hora e parecem menos interessados em tomar posições inabaláveis do que em promover deslocamentos - conceituais, políticos e estéticos. À maneira, quem sabe, de João Gilberto, que "esfria sambas e boleros e os canta distanciadamente", à maneira de um Brecht baiano, brasileiro mas dialético.

Roberto Schwarz nasceu em Viena, Áustria, em 1938. Graduado em ciências sociais pela USP, fez mestrado em literatura comparada na Universidade de Yale e doutorado na Universidade de Paris III, Sorbonne. Ensinou teoria literária na USP e Unicamp. É autor de dois livros clássicos sobre Machado de Assis: Ao vencedor as batatas (São Paulo, Duas Cidades, 1977) e Um mestre na periferia do capitalismo (São Paulo, Duas Cidades, 1990). Obras publicadas por outras editoras: - Pássaro na gaveta. São Paulo, Massao Ohno, 1959. - Corações veteranos. Coleção Frenesi, 1974. - A lata de lixo da história. São Paulo, Paz e Terra, 1977. - Os pobres na literatura brasileira. São Paulo, Brasiliense, 1983. - A sereia e o desconfiado (São Paulo, Paz e Terra, 1965).

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O Pai De Família E Outros Estudos – Publicados originalmente em 1978, os ensaios de crítica literária e cultural de O Pai De Família constituem uma crônica profunda tanto das transformações que a ditadura imprimia à vida brasileira como das reações – felizes ou desencontradas – à modernização autoritária.
Às vezes, as datas dizem muito. Escritos entre 1964, ano do golpe, e 1978, quando o autor retorna do exílio francês, os ensaios reunidos em O Pai De Família constituem uma tentativa de resposta rigorosa e dialética aos dilemas que a conjunção de autoritarismo e modernização impunha tanto à vida política de todos como às posições clássicas da esquerda.
Para dar conta do recado, Schwarz criou uma prosa singular, misturando a dicção vernácula de um Mário de Andrade às figuras argumentativas de um Theodor Adorno. Aqui, como na guerrilha, a regra fundamental é não permitir que se adivinhe o próximo movimento, donde o ziguezague do cinema de Ruy Guerra à arquitetura de Cristina Barbosa, de um perfil de Anatol Rosenfeld à ficção de Paulo Emílio Salles Gomes, da tradução oportuna de um conto de Kafka à pseudotradução de uma certa Bertha Dunkel.
Crítica militante? Não exatamente. Os ensaios de O Pai De Família E Outros Estudos são antes regidos pelo esforço quase paradoxal de reflexão no calor da hora e parecem menos interessados em tomar posições inabaláveis do que em promover deslocamentos – conceituais, políticos e estéticos. À maneira, quem sabe, de João Gilberto, que “esfria sambas e boleros e os canta distanciadamente”, à maneira de um Brecht baiano, brasileiro mas dialético.

Roberto Schwarz nasceu em Viena, Áustria, em 1938. Graduado em ciências sociais pela USP, fez mestrado em literatura comparada na Universidade de Yale e doutorado na Universidade de Paris III, Sorbonne. Ensinou teoria literária na USP e Unicamp. É autor de dois livros clássicos sobre Machado de Assis: Ao vencedor as batatas (São Paulo, Duas Cidades, 1977) e Um mestre na periferia do capitalismo (São Paulo, Duas Cidades, 1990). Obras publicadas por outras editoras: – Pássaro na gaveta. São Paulo, Massao Ohno, 1959. – Corações veteranos. Coleção Frenesi, 1974. – A lata de lixo da história. São Paulo, Paz e Terra, 1977. – Os pobres na literatura brasileira. São Paulo, Brasiliense, 1983. – A sereia e o desconfiado (São Paulo, Paz e Terra, 1965).

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