Entre A Ausência Declarada E A Presença Reclamada

Entre A Ausência Declarada E A Presença Reclamada: A Identidade Potiguar Em Questão - Sabe-se que o Rio Grande do Norte compreende uma área de 52.796,791km² e está politicamente divido em 167 municípios, possuindo uma população estimada em pouco mais de 3 milhões de habitantes, conforme dados do IBGE, em sondagem realizada no ano de 2005. Mas o fato de habitar em alguns desses 52.796,791km² confere algum caráter especial a esses habitantes?
Em outros termos, o que implica a definição da existência de um patrimônio potiguar? Se ele existe, como é gestado? Em que bases ideológicas se sustenta? Que elemento lhe confere o status da potiguaridade?

É o fato de situar-se no espaço geopolítico definido como Rio Grande do Norte? As identidades espaciais seriam, portanto, a força motriz e orientadora da cultura local? Esse local se contrapõe a algo? Em caso afirmativo, a quê? Ao regional, ao nacional, ao global?
No relatório final do subprojeto Patrimônio Imaterial potiguar, reitera-se, com demasiada frequência, a riqueza, a beleza, a diversidade, a onipresença de um patrimônio cultural que abunda nos quatro cantos do estado, mas, por outro lado, aponta-se a necessidade de apresentá-lo, comunicá-lo, divulgá-lo aos norte-rio-grandenses. Isso suscitou algumas questões, tais como: eles têm um rico patrimônio, no qual, entretanto, não se reconhecem, ou antes, não os reconhecem como tal? O que significava pensar a existência de um patrimônio imaterial potiguar? Entraria aqui a relação comumente preconizada entre espaço e cultura?
Nas observações preliminares realizadas do relatório final, percebia-se que era o recorte geográfico, a circunscrição espacial definida como Rio Grande do Norte, o critério para definir o que seria seu patrimônio cultural, e, por conseguinte, a identidade potiguar, revelando a percepção de que as fronteiras da divisão geopolítica do país delimitariam também modos de ser e agir, particularizando cariocas, paulistas, mineiros, pernambucanos, paraibanos e, por conseguinte, os potiguares.
Nesse sentido, percebíamos inicialmente o projeto Patrimônio Cultural Potiguar em Seis Tempos como uma tentativa de o poder público estadual definir, a partir do recorte geopolítico do espaço, quem é e que bens culturais poderiam ser indicados como característicos do Rio Grande do Norte. E, dentro deste contexto, a categoria, o conceito de patrimônio cultural passava a ser operacionalizado e entendido por nós, como uma estratégia de representação. Porém, sem querer indicar com isto, que tal estratégia atuaria no sentido de falseamento duma realidade ou, ainda, como a apresentação de uma ausência, mas como algo capaz de evidenciar e construir realidades. E este era o mote inicial da problematização trazida pela presente pesquisa, qual seja, pensar as estratégias de construção de identidades espaciais por meio da patrimonialização de bens culturais diversos no estado.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

Entre A Ausência Declarada E A Presença Reclamada

Entre A Ausência Declarada E A Presença Reclamada: A Identidade Potiguar Em Questão – Sabe-se que o Rio Grande do Norte compreende uma área de 52.796,791km² e está politicamente divido em 167 municípios, possuindo uma população estimada em pouco mais de 3 milhões de habitantes, conforme dados do IBGE, em sondagem realizada no ano de 2005. Mas o fato de habitar em alguns desses 52.796,791km² confere algum caráter especial a esses habitantes?
Em outros termos, o que implica a definição da existência de um patrimônio potiguar? Se ele existe, como é gestado? Em que bases ideológicas se sustenta? Que elemento lhe confere o status da potiguaridade? É o fato de situar-se no espaço geopolítico definido como Rio Grande do Norte? As identidades espaciais seriam, portanto, a força motriz e orientadora da cultura local? Esse local se contrapõe a algo? Em caso afirmativo, a quê? Ao regional, ao nacional, ao global?
No relatório final do subprojeto Patrimônio Imaterial potiguar, reitera-se, com demasiada frequência, a riqueza, a beleza, a diversidade, a onipresença de um patrimônio cultural que abunda nos quatro cantos do estado, mas, por outro lado, aponta-se a necessidade de apresentá-lo, comunicá-lo, divulgá-lo aos norte-rio-grandenses. Isso suscitou algumas questões, tais como: eles têm um rico patrimônio, no qual, entretanto, não se reconhecem, ou antes, não os reconhecem como tal? O que significava pensar a existência de um patrimônio imaterial potiguar? Entraria aqui a relação comumente preconizada entre espaço e cultura?
Nas observações preliminares realizadas do relatório final, percebia-se que era o recorte geográfico, a circunscrição espacial definida como Rio Grande do Norte, o critério para definir o que seria seu patrimônio cultural, e, por conseguinte, a identidade potiguar, revelando a percepção de que as fronteiras da divisão geopolítica do país delimitariam também modos de ser e agir, particularizando cariocas, paulistas, mineiros, pernambucanos, paraibanos e, por conseguinte, os potiguares.
Nesse sentido, percebíamos inicialmente o projeto Patrimônio Cultural Potiguar em Seis Tempos como uma tentativa de o poder público estadual definir, a partir do recorte geopolítico do espaço, quem é e que bens culturais poderiam ser indicados como característicos do Rio Grande do Norte. E, dentro deste contexto, a categoria, o conceito de patrimônio cultural passava a ser operacionalizado e entendido por nós, como uma estratégia de representação. Porém, sem querer indicar com isto, que tal estratégia atuaria no sentido de falseamento duma realidade ou, ainda, como a apresentação de uma ausência, mas como algo capaz de evidenciar e construir realidades. E este era o mote inicial da problematização trazida pela presente pesquisa, qual seja, pensar as estratégias de construção de identidades espaciais por meio da patrimonialização de bens culturais diversos no estado.

https://livrandante.com.br/produto/camisa-espere-eu-acabar-esse-capitulo/

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog