Educação E Libertação

Educação E Libertação: A Perspectiva Das Mulheres Negras - Neste texto extraído da obra Mulheres, Raça & Classe, Angela Davis trata do tema da educação e de seu potencial libertador, a partir da perspectiva das mulheres negras. Mulheres, Raça & Classe é a mais importante obra de Angela Davis, onde a filósofa e ativista traça um poderoso panorama histórico e crítico das imbricações entre a luta anticapitalista, a luta feminista, a luta antirracista e a luta antiescravagista, passando pelos dilemas contemporâneos da mulher. O livro é considerado um clássico sobre a interseccionalidade de gênero, raça e classe.


Milhões de pessoas negras – especialmente as mulheres – foram convencidas de que a emancipação era a “vinda do Senhor”. “Era a realização da profecia e da lenda. Era a Aurora de Ouro após mil anos de grilhões. Era tudo de milagroso, perfeito e promissor.”
É pouco provável que a população negra estivesse celebrando os princípios abstratos da liberdade ao saudar o advento da emancipação. Quando aquele “enorme lamento humano lançou-se ao vento e atirou suas lágrimas ao mar – livre, livre, livre”, a população negra não estava dando vazão a um frenesi religioso. Essas pessoas sabiam exatamente o que queriam: mulheres e homens almejavam possuir terras, ansiavam votar e “estavam dominados pelo desejo por escolas”.
Dos 4 milhões de pessoas que comemoraram a emancipação, diversas, como o menino escravo Frederick Douglass, já haviam percebido muito antes que “o conhecimento torna uma criança inadequada para a escravidão”. E tal qual o senhor de Douglass, os ex-proprietários de escravos perceberam que “se você der a mão a um preto, ele vai pegar o braço. O estudo vai estragar até o melhor preto do mundo”.
Apesar da proibição de seu senhor Hugh, Frederick Douglass continuou sua busca por conhecimento em segredo. Em pouco tempo, ele sabia escrever todas as palavras da cartilha Webster, aperfeiçoando sua habilidade por meio do estudo da Bíblia da família e de outros livros na clandestinidade da noite. Claro, Douglass era um ser humano excepcional e se tornou um pensador, escritor e orador brilhante. Mas seu anseio por conhecimento não era, de forma alguma, incomum entre a população negra, que sempre manifestou uma ânsia profunda pelo saber. Era grande o número de pessoas escravas que desejavam se tornar “inadequadas” para a angustiante existência que levavam.

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Milhões de pessoas negras – especialmente as mulheres – foram convencidas de que a emancipação era a “vinda do Senhor”. “Era a realização da profecia e da lenda. Era a Aurora de Ouro após mil anos de grilhões. Era tudo de milagroso, perfeito e promissor.”
É pouco provável que a população negra estivesse celebrando os princípios abstratos da liberdade ao saudar o advento da emancipação. Quando aquele “enorme lamento humano lançou-se ao vento e atirou suas lágrimas ao mar – livre, livre, livre”, a população negra não estava dando vazão a um frenesi religioso. Essas pessoas sabiam exatamente o que queriam: mulheres e homens almejavam possuir terras, ansiavam votar e “estavam dominados pelo desejo por escolas”.
Dos 4 milhões de pessoas que comemoraram a emancipação, diversas, como o menino escravo Frederick Douglass, já haviam percebido muito antes que “o conhecimento torna uma criança inadequada para a escravidão”. E tal qual o senhor de Douglass, os ex-proprietários de escravos perceberam que “se você der a mão a um preto, ele vai pegar o braço. O estudo vai estragar até o melhor preto do mundo”.
Apesar da proibição de seu senhor Hugh, Frederick Douglass continuou sua busca por conhecimento em segredo. Em pouco tempo, ele sabia escrever todas as palavras da cartilha Webster, aperfeiçoando sua habilidade por meio do estudo da Bíblia da família e de outros livros na clandestinidade da noite. Claro, Douglass era um ser humano excepcional e se tornou um pensador, escritor e orador brilhante. Mas seu anseio por conhecimento não era, de forma alguma, incomum entre a população negra, que sempre manifestou uma ânsia profunda pelo saber. Era grande o número de pessoas escravas que desejavam se tornar “inadequadas” para a angustiante existência que levavam.

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