Técnica Do Golpe De Estado

Técnica Do Golpe De Estado - Sempre que se falou ou se escreveu acerca da Técnica Do Golpe De Estado de Curzio Malaparte, citou-se o nome de Maquiavel. Talvez porque teria começado com o secretário florentino. Sempre considerado como um inovador, segundo a definição dada por Horkheimer nos anos 30, a "filosofia burguesa da história" que veio a alargar-se no historicismo hegeliano.


Não quer dizer que alguns postulados de O Príncipe ou dos Discursos não possam ser recordados como modelos ideológicos, mas tratar de Maquiavel hoje equivaleria a falar de Políbio ou de São Tomás (como sugeriu Bayle) e, portanto. de Aristóteles (e de Platão ), ou mesmo de Santo Agostinho (como supunha Prezzolini no seu Cristo e/ou Maquiavel): frequentações que dispersariam o nosso discurso, embora Maquiavel deva ser evocado para algumas considerações de ética política
De resto é o próprio Malaparte quem nos diz desde as primeiras linhas que Técnica Do Golpe De Estado não pretende ser uma imitação de O Príncipe de Maquiavel , nem sequer uma imitação moderna (consequentemente, pouco maquiavélica) , porque os tempos a que se referiam os argumentos, os exemplos , os juízos e a moral de O Príncipe, eram tempos de extrema decadência da liberdade (pública ou privada) e porque seria quase uma "ofensa" ao leitor tomar como modelo o famoso tratado de Maquiavel para compreender, julgar e interpretar os problemas mais complexos e quase inextricáveis da Europa de meados dos anos 30. Interessa, porém, ter presente o autor de O Príncipe como símbolo.
Para Maquiavel, o fim que os políticos do Renascimento deviam perseguir era a constituição dum Estado moderno, eficiente . onde reinassem a ordem , o poder e as leis. Ou seja, a realização do Estado concebido como remédio para os males deste mundo . Para alcançar este objetivo, ele aceitava até os meios do duque Valentino ou a ação sem escrúpulos dos soberanos europeus, enquanto a Itália se perdia em inúteis e vazios jogos de poder.
O inútil e vazio jogo parlamentar que Malaparte identificava com o seu tempo e que punha em perigo o Estado favorecendo as manobras daqueles que o escritor designa no seu livro por catilinários, abrindo assim o caminho ao golpe de Estado , desde o golpe destinado a falhar até ao tecnicamente mais perfeito . Quando havia instrumentalização do poder, a política tomava-se uma questão moral.

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Técnica Do Golpe De Estado – Sempre que se falou ou se escreveu acerca da Técnica Do Golpe De Estado de Curzio Malaparte, citou-se o nome de Maquiavel. Talvez porque teria começado com o secretário florentino. Sempre considerado como um inovador, segundo a definição dada por Horkheimer nos anos 30, a “filosofia burguesa da história” que veio a alargar-se no historicismo hegeliano.
Não quer dizer que alguns postulados de O Príncipe ou dos Discursos não possam ser recordados como modelos ideológicos, mas tratar de Maquiavel hoje equivaleria a falar de Políbio ou de São Tomás (como sugeriu Bayle) e, portanto. de Aristóteles (e de Platão ), ou mesmo de Santo Agostinho (como supunha Prezzolini no seu Cristo e/ou Maquiavel): frequentações que dispersariam o nosso discurso, embora Maquiavel deva ser evocado para algumas considerações de ética política
De resto é o próprio Malaparte quem nos diz desde as primeiras linhas que Técnica Do Golpe De Estado não pretende ser uma imitação de O Príncipe de Maquiavel , nem sequer uma imitação moderna (consequentemente, pouco maquiavélica) , porque os tempos a que se referiam os argumentos, os exemplos , os juízos e a moral de O Príncipe, eram tempos de extrema decadência da liberdade (pública ou privada) e porque seria quase uma “ofensa” ao leitor tomar como modelo o famoso tratado de Maquiavel para compreender, julgar e interpretar os problemas mais complexos e quase inextricáveis da Europa de meados dos anos 30. Interessa, porém, ter presente o autor de O Príncipe como símbolo.
Para Maquiavel, o fim que os políticos do Renascimento deviam perseguir era a constituição dum Estado moderno, eficiente . onde reinassem a ordem , o poder e as leis. Ou seja, a realização do Estado concebido como remédio para os males deste mundo . Para alcançar este objetivo, ele aceitava até os meios do duque Valentino ou a ação sem escrúpulos dos soberanos europeus, enquanto a Itália se perdia em inúteis e vazios jogos de poder.
O inútil e vazio jogo parlamentar que Malaparte identificava com o seu tempo e que punha em perigo o Estado favorecendo as manobras daqueles que o escritor designa no seu livro por catilinários, abrindo assim o caminho ao golpe de Estado , desde o golpe destinado a falhar até ao tecnicamente mais perfeito . Quando havia instrumentalização do poder, a política tomava-se uma questão moral.

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