Beleza

Numa obra instigante, Roger Scruton nos convida a refletir a respeito da beleza e do lugar que esta ocupa em nossas vidas. Como deixa bem claro, sua abordagem não é histórica nem psicológica: é filosófica. Assim, nos conduz por questionamentos como: a beleza é subjetiva? Existem critérios válidos para julgar uma obra de arte? Há algum fundamento racional para o gosto? Qual a relação entre tradição, técnica e gosto? Pode o belo ser imoral?


Frente àqueles que consideram que juízos de beleza são meramente subjetivos, Scruton, com sua verve polêmica, questiona tal relativismo: "por que estudarmos a herança de nossa arte e cultura numa época em que o julgamento de sua beleza não possui nenhum fundamento racional?".
A beleza pode ser reconfortante, perturbadora, sagrada e profana; pode revigorar, encantar, inspirar, atemorizar. Ela pode nos influenciar de inúmeras formas. Não obstante, jamais é vista com indiferença: exige nossa atenção; fala-nos diretamente, como a voz de um amigo íntimo. Se há alguém indiferente à beleza, sem dúvida, é porque não a percebe.
Julgar a beleza, porém, é algo que diz respeito ao gosto, e o gosto talvez não tenha nenhum fundamento racional. Se for esse o caso, como explicar o lugar elevado que conferimos à beleza em nossas vidas? E por que deveríamos lamentar o fato (se realmente se tratar de um fato) de a beleza estar desaparecendo de nosso mundo? Além disso, estariam mesmo certos os escritores e artistas que vêm insinuando, desde Baudelaire e Nietzsche, que o belo e o bom podem divergir, de modo que algo pode ser belo em sua imoralidade?
Ademais, visto que é da natureza dos gostos diferir, como o padrão estabelecido pelo gosto de alguém pode ser utilizado para julgar o gosto de outrem? De que modo podemos alegar que determinado tipo de música é superior ou inferior a outro, quando os juízos comparativos só refletem o gosto daquele que os profere?
Esse relativismo tão popular levou alguns a desprezarem os juízos de beleza por serem eles algo meramente “subjetivo”.
Gosto nenhum pode ser criticado, dizem, porque criticar determinado gosto nada mais é que dar voz a outro; desse modo, nada há a ser aprendido ou ensinado que possa receber o nome de “crítica”. Essa postura colocou em xeque muitas das tradicionais disciplinas das ciências humanas. Livres do rigor do juízo estético, os estudos da arte, música, literatura e arquitetura não parecem mais ancorados na tradição e na técnica que faziam nossos antepassados declararem-nos cruciais ao currículo.

 

 

 

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Numa obra instigante, Roger Scruton nos convida a refletir a respeito da beleza e do lugar que esta ocupa em nossas vidas. Como deixa bem claro, sua abordagem não é histórica nem psicológica: é filosófica. Assim, nos conduz por questionamentos como: a beleza é subjetiva? Existem critérios válidos para julgar uma obra de arte? Há algum fundamento racional para o gosto? Qual a relação entre tradição, técnica e gosto? Pode o belo ser imoral?
Frente àqueles que consideram que juízos de beleza são meramente subjetivos, Scruton, com sua verve polêmica, questiona tal relativismo: “por que estudarmos a herança de nossa arte e cultura numa época em que o julgamento de sua beleza não possui nenhum fundamento racional?”.
A beleza pode ser reconfortante, perturbadora, sagrada e profana; pode revigorar, encantar, inspirar, atemorizar. Ela pode nos influenciar de inúmeras formas. Não obstante, jamais é vista com indiferença: exige nossa atenção; fala-nos diretamente, como a voz de um amigo íntimo. Se há alguém indiferente à beleza, sem dúvida, é porque não a percebe.
Julgar a beleza, porém, é algo que diz respeito ao gosto, e o gosto talvez não tenha nenhum fundamento racional. Se for esse o caso, como explicar o lugar elevado que conferimos à beleza em nossas vidas? E por que deveríamos lamentar o fato (se realmente se tratar de um fato) de a beleza estar desaparecendo de nosso mundo? Além disso, estariam mesmo certos os escritores e artistas que vêm insinuando, desde Baudelaire e Nietzsche, que o belo e o bom podem divergir, de modo que algo pode ser belo em sua imoralidade?
Ademais, visto que é da natureza dos gostos diferir, como o padrão estabelecido pelo gosto de alguém pode ser utilizado para julgar o gosto de outrem? De que modo podemos alegar que determinado tipo de música é superior ou inferior a outro, quando os juízos comparativos só refletem o gosto daquele que os profere?
Esse relativismo tão popular levou alguns a desprezarem os juízos de beleza por serem eles algo meramente “subjetivo”.
Gosto nenhum pode ser criticado, dizem, porque criticar determinado gosto nada mais é que dar voz a outro; desse modo, nada há a ser aprendido ou ensinado que possa receber o nome de “crítica”. Essa postura colocou em xeque muitas das tradicionais disciplinas das ciências humanas. Livres do rigor do juízo estético, os estudos da arte, música, literatura e arquitetura não parecem mais ancorados na tradição e na técnica que faziam nossos antepassados declararem-nos cruciais ao currículo.

 

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