Reflexões Rebeldes

Cid Benjamin - Reflexões Rebeldes

Essa coletânea de artigos, publicados e inéditos, foram escritos por Cid Benjamin no período entre 2010 e 2016. Nesse cuidadoso apanhado, Cid antevê os mau passos do governo do PT e, com espírito crítico, comenta os caminhos da esquerda no Brasil, deixando evidentes os motivos que levaram o país ao processo de impeachment de Dilma Rousseff e à atual situação econômica. Leitura obrigatória para entender o momento político pelo qual o país passa.


A história brasileira é pródiga em descontinuidades. Nosso primeiro século como nação independente foi marcado, fundamentalmente, pela luta entre diferentes frações das elites nacionais em torno da forma de inserção do país no mercado internacional. A primeira Constituição do país foi promulgada por dom Pedro I, em 1824, depois de prender deputados e cercar com as tropas imperiais a Assembleia Constituinte. No início dos anos 1840, o chamado “Golpe da Maioridade” daria início ao segundo reinado com o objetivo de debelar as insurreições regionais que tomavam o país.
Duas décadas depois, seguindo os passos do pai, dom Pedro II destituiria o gabinete liberal e restauraria o poder dos conservadores através de um golpe. A monarquia chegaria ao fim por um golpe militar em 1889, ao qual assistiram bestializadas as massas populares. Dois anos depois o então presidente Floriano Peixoto fecharia o Congresso Nacional e se manteria no poder após a renúncia de Deodoro da Fonseca, contrariando o que mandava a Constituição Federal, a saber, a convocação de novas eleições.
A luta em torno dos rumos do Brasil nas primeiras décadas do século XX deu origem à ruptura de 1930. Essa transição marca o início de um novo projeto de modernização conservadora. Em 1937, apenas três anos após a promulgação da Constituição, um golpe liderado por Getúlio Vargas instauraria um Estado parafascista que reprimiu com violência seus adversários políticos. Ironicamente, o Estado Novo chegaria ao fim com a deposição forçada de Vargas pelos comandantes militares em outubro de 1945, através de um novo golpe.
Em 1961 a instalação do parlamentarismo, embora justificado como forma de contornar uma nova crise institucional, foi mais um golpe que contrariou a Constituição Federal para impedir a posse de Jango. A democracia nascida com o fim do Estado Novo tinha apenas 15 anos. Em 1964 o mais célebre dos golpes instaurou uma ditadura militar amparada por um forte aparato político-econômico-midiático. Essa é a história dos golpes ao longo de nossa história como nação independente, ou seja, essa é a forma pela qual as elites políticas sempre resolveram seus impasses: afrontando a legalidade toda vez que isso lhes foi conveniente.

http://livrandante.com.br/contribuicao/caneca-magica-meninas-floydas-preta/

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Essa coletânea de artigos, publicados e inéditos, foram escritos por Cid Benjamin no período entre 2010 e 2016. Nesse cuidadoso apanhado, Cid antevê os mau passos do governo do PT e, com espírito crítico, comenta os caminhos da esquerda no Brasil, deixando evidentes os motivos que levaram o país ao processo de impeachment de Dilma Rousseff e à atual situação econômica. Leitura obrigatória para entender o momento político pelo qual o país passa.
A história brasileira é pródiga em descontinuidades. Nosso primeiro século como nação independente foi marcado, fundamentalmente, pela luta entre diferentes frações das elites nacionais em torno da forma de inserção do país no mercado internacional. A primeira Constituição do país foi promulgada por dom Pedro I, em 1824, depois de prender deputados e cercar com as tropas imperiais a Assembleia Constituinte. No início dos anos 1840, o chamado “Golpe da Maioridade” daria início ao segundo reinado com o objetivo de debelar as insurreições regionais que tomavam o país.
Duas décadas depois, seguindo os passos do pai, dom Pedro II destituiria o gabinete liberal e restauraria o poder dos conservadores através de um golpe. A monarquia chegaria ao fim por um golpe militar em 1889, ao qual assistiram bestializadas as massas populares. Dois anos depois o então presidente Floriano Peixoto fecharia o Congresso Nacional e se manteria no poder após a renúncia de Deodoro da Fonseca, contrariando o que mandava a Constituição Federal, a saber, a convocação de novas eleições.
A luta em torno dos rumos do Brasil nas primeiras décadas do século XX deu origem à ruptura de 1930. Essa transição marca o início de um novo projeto de modernização conservadora. Em 1937, apenas três anos após a promulgação da Constituição, um golpe liderado por Getúlio Vargas instauraria um Estado parafascista que reprimiu com violência seus adversários políticos. Ironicamente, o Estado Novo chegaria ao fim com a deposição forçada de Vargas pelos comandantes militares em outubro de 1945, através de um novo golpe.
Em 1961 a instalação do parlamentarismo, embora justificado como forma de contornar uma nova crise institucional, foi mais um golpe que contrariou a Constituição Federal para impedir a posse de Jango. A democracia nascida com o fim do Estado Novo tinha apenas 15 anos. Em 1964 o mais célebre dos golpes instaurou uma ditadura militar amparada por um forte aparato político-econômico-midiático. Essa é a história dos golpes ao longo de nossa história como nação independente, ou seja, essa é a forma pela qual as elites políticas sempre resolveram seus impasses: afrontando a legalidade toda vez que isso lhes foi conveniente.

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