Ideologia E Utopia Nos Anos 60: Um Olhar Feminino

Ideologia E Utopia Nos Anos 60: Um Olhar Feminino - Com prefácio escrito por Darcy Ribeiro, propõe-se a observar o imaginário feminino dos anos 60 e suas representações nos âmbitos da política e da cultura, analisando as ideologias e utopias de então. Instiga uma reflexão sobre a sociedade atual, uma vez que temas caros ao universo feminino contemporâneo, como o da luta pela igualdade de gêneros, desenvolveram-se a partir dos ideais libertários daquele período e de personalidades como a de Leila Diniz.


Em Ideologia E Utopia Nos Anos 60: Um Olhar Feminino, Lia Faria retoma, de forma inquietante e questionadora, as profundas mudanças sociais pelas quais as mulheres passaram na década de sessenta. Reconhecendo o magistério como uma possível força domesticadora e o viés alienador de novas gerações de sua condição de “tia-professora”, sob o risco de levar para as salas de aula sua própria submissão histórica, a autora abre espaço para uma nova mulher, consciente e militante. “Política é coisa de homem?”, indaga, já no título do primeiro capítulo. Não é.
Ao perceber que, a partir de seu inventário como educadora e professora de História, poderia analisar ideologias políticas sob uma perspectiva de gênero, Lia Faria não foge ao dever para com sua classe (afinal, em uma abordagem materialista, gênero também é classe) e desconstrói a naturalização das relações de poder entre sexos, afirmando que masculino e feminino não passam de criações sociais. Embora alinhada ao socialismo, Lia não poupa da crítica esse regime econômico: a opressão de gênero se processa nele tanto quanto no capitalista. E Lia é antes mulher.
Para Lia, ao sair, nos anos sessenta, da esfera privada familiar e ingressar na pública – através da escolarização, do trabalho ou da militância política –, a mulher avança em seu processo de emancipação. Esse processo, porém, não é homogêneo e se realiza principalmente na mulher de classe média para cima. A oriunda das classes populares, enfrentando opressões interseccionadas – de classe, de gênero e, muitas vezes, de raça –, não vivencia o mesmo processo de profissionalização. É talvez reconhecendo, como boa marxista, sua responsabilidade para com essa mulher periférica e vulnerável que Lia Faria desconstrói a força alienadora de seu papel de “tia-professorinha”: é preciso não reproduzir em sala de aula sua própria domesticação sistemática.

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Em Ideologia E Utopia Nos Anos 60: Um Olhar Feminino, Lia Faria retoma, de forma inquietante e questionadora, as profundas mudanças sociais pelas quais as mulheres passaram na década de sessenta. Reconhecendo o magistério como uma possível força domesticadora e o viés alienador de novas gerações de sua condição de “tia-professora”, sob o risco de levar para as salas de aula sua própria submissão histórica, a autora abre espaço para uma nova mulher, consciente e militante. “Política é coisa de homem?”, indaga, já no título do primeiro capítulo. Não é.
Ao perceber que, a partir de seu inventário como educadora e professora de História, poderia analisar ideologias políticas sob uma perspectiva de gênero, Lia Faria não foge ao dever para com sua classe (afinal, em uma abordagem materialista, gênero também é classe) e desconstrói a naturalização das relações de poder entre sexos, afirmando que masculino e feminino não passam de criações sociais. Embora alinhada ao socialismo, Lia não poupa da crítica esse regime econômico: a opressão de gênero se processa nele tanto quanto no capitalista. E Lia é antes mulher.
Para Lia, ao sair, nos anos sessenta, da esfera privada familiar e ingressar na pública – através da escolarização, do trabalho ou da militância política –, a mulher avança em seu processo de emancipação. Esse processo, porém, não é homogêneo e se realiza principalmente na mulher de classe média para cima. A oriunda das classes populares, enfrentando opressões interseccionadas – de classe, de gênero e, muitas vezes, de raça –, não vivencia o mesmo processo de profissionalização. É talvez reconhecendo, como boa marxista, sua responsabilidade para com essa mulher periférica e vulnerável que Lia Faria desconstrói a força alienadora de seu papel de “tia-professorinha”: é preciso não reproduzir em sala de aula sua própria domesticação sistemática.

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