Um Pensamento Interdisciplinar

Um Pensamento Interdisciplinar: Ensaios Sobre Habermas - Jürgen Habermas é sem dúvida uma das personalidades mais relevantes da filosofia social do século XX. Por um lado, pertence ainda ao círculo da Teoria Crítica, por outro modificou profundamente esta última através de um intenso diálogo com a teoria dos atos linguísticos, com a teoria dos sistemas de Luhmann e com a filosofia do direito norte-americana.


O que, com certeza, ele mantém da Teoria Crítica é, principalmente, a ligação estabelecida entre as potencialidades da razão e as práticas políticas, sociais e comunicativas embutidas nelas. Destarte Habermas evita contrapor de maneira estéril exigências normativas, por um lado, e, pelo outro, uma realidade política que não quer saber nada delas.
Ao mesmo tempo, ele evita também renunciar a una visão unitária da razão, como, pelo contrário, acontece particularmente no pós-estruturalismo francês, e consegue antes levar à frente o projeto kantiano de filosofia prática. Seu “republicanismo kantiano” (como o chama em Direito e democracia) reúne elementos republicanos como o da participação política com o princípio kantiano da publicidade.
É no discurso público, na deliberação pública, que vêm à tona as diferenças entre exigências generalizáveis, que visam o bem comum, e interesses individuais de tipo estratégico.
As potencialidades de compreensão intersubjetiva embutidas nos processos comunicativos são utilizadas, então, para elaborar uma teoria da democracia de tipo discursivo. Para tanto, Habermas empreende um enorme trabalho de fundamentação, que pode ser encontrado em inúmeros escritos de teoria da comunicação, de teoria linguística e de pragmática linguística.
Em todos, o que estão em jogo é a tentativa de esclarecer e tornar mais evidente o potencial de entendimento mútuo que está embutido na língua e no uso linguístico. Na Teoria Crítica clássica de Horkheimer e Adorno não havia nenhum indício de que na intersubjetividade pudesse ser presente uma forma qualquer de racionalidade.
É nas experiências ligadas ao desmoronamento de toda comunicação “racional”, sobretudo na Alemanha nazista, mas também em outras sociedades totalitárias e ditatoriais, se origina esta redução das experiências humanas às meras relações sujeito-objeto. Os seres humanos se transformaram reciprocamente em objeto.

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Um Pensamento Interdisciplinar: Ensaios Sobre Habermas – Jürgen Habermas é sem dúvida uma das personalidades mais relevantes da filosofia social do século XX. Por um lado, pertence ainda ao círculo da Teoria Crítica, por outro modificou profundamente esta última através de um intenso diálogo com a teoria dos atos linguísticos, com a teoria dos sistemas de Luhmann e com a filosofia do direito norte-americana.
O que, com certeza, ele mantém da Teoria Crítica é, principalmente, a ligação estabelecida entre as potencialidades da razão e as práticas políticas, sociais e comunicativas embutidas nelas. Destarte Habermas evita contrapor de maneira estéril exigências normativas, por um lado, e, pelo outro, uma realidade política que não quer saber nada delas.
Ao mesmo tempo, ele evita também renunciar a una visão unitária da razão, como, pelo contrário, acontece particularmente no pós-estruturalismo francês, e consegue antes levar à frente o projeto kantiano de filosofia prática. Seu “republicanismo kantiano” (como o chama em Direito e democracia) reúne elementos republicanos como o da participação política com o princípio kantiano da publicidade.
É no discurso público, na deliberação pública, que vêm à tona as diferenças entre exigências generalizáveis, que visam o bem comum, e interesses individuais de tipo estratégico.
As potencialidades de compreensão intersubjetiva embutidas nos processos comunicativos são utilizadas, então, para elaborar uma teoria da democracia de tipo discursivo. Para tanto, Habermas empreende um enorme trabalho de fundamentação, que pode ser encontrado em inúmeros escritos de teoria da comunicação, de teoria linguística e de pragmática linguística.
Em todos, o que estão em jogo é a tentativa de esclarecer e tornar mais evidente o potencial de entendimento mútuo que está embutido na língua e no uso linguístico. Na Teoria Crítica clássica de Horkheimer e Adorno não havia nenhum indício de que na intersubjetividade pudesse ser presente uma forma qualquer de racionalidade.
É nas experiências ligadas ao desmoronamento de toda comunicação “racional”, sobretudo na Alemanha nazista, mas também em outras sociedades totalitárias e ditatoriais, se origina esta redução das experiências humanas às meras relações sujeito-objeto. Os seres humanos se transformaram reciprocamente em objeto.

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