Império Do Desentendimento Humano

Império Do Desentendimento Humano tem como proposta geral estudar a composição do universo ficcional trevisaniano, a expressão estética engendrada para formular esse universo, e, em última instância, as representações da realidade que emanam dessa construção estético-narrativa.


Pareceu-nos, no entanto, que seria impossível dar conta, mesmo que superficialmente, de tão vasto e volumoso conjunto de textos como o é o trevisaniano. Portanto, para que pudéssemos realizar tal tarefa, e ainda fazê-lo de um modo que fosse, a um só tempo, plausível e mais aprofundado, fez-se necessário um recorte objetivo dentro dessa biblioteca.
Selecionamos então um livro, representativo de toda a obra trevisaniana, que nos serviu como objeto de estudo: Cemitério de elefantes, de 1964, um dos primeiros livros de contos desse autor. Dentro desse, ainda focalizamos mais o nosso olhar, voltando-nos então para o que denominamos de uma realidade bifurcada em “mundo paralítico” e “mundo em violência”.
Dalton Trevisan, “o vampiro de Curitiba”, é um escritor da moderna literatura brasileira, famoso principalmente por duas questões: por sua postura esquiva em relação a aparições em público e comentários sobre sua vida pessoal, e também por sua literatura de linguagem impactante, de temáticas controversas e incrível poder de síntese estrutural. Interessa-nos mais aqui, no entanto, a segunda de suas “famas”.
Com sua linguagem elíptica, sua prosa rítmica, que se propõe enquanto invenção, seus contos quase sem clímax, ou mesmo sem grandes ações, seu leque de personagens angustiadas e antissociais, sua representação de uma realidade em ruínas, o autor desenvolveu, ao longo das páginas de sua vasta obra, um estilo marcante de desconstrução da narrativa tradicional a partir da invenção de seu próprio modo de construir narrativas – e, mais que isso, seu próprio modo de construir realidades ficcionais.
Seus textos são o retrato de uma sociedade em crise, de sujeitos esmagados pelos pesados valores que carregam, como a moral, a família, a religião etc. Fechando-se numa psicologia doente, num olhar destruído sobre a vida, a literatura trevisaniana enxerga, no homem, a degradação do mundo, a trágica condição daqueles que não encontram conforto na vida. Seja através do seu tipo urbano, com seu famoso “bigodinho” e suas taras sexuais intensas, ou do seu tipo rural, com sua moral bruta e autoritária, Trevisan consegue desenvolver uma estética do ordinário, da angústia, da ruína.

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Dalton Trevisan, “o vampiro de Curitiba”, é um escritor da moderna literatura brasileira, famoso principalmente por duas questões: por sua postura esquiva em relação a aparições em público e comentários sobre sua vida pessoal, e também por sua literatura de linguagem impactante, de temáticas controversas e incrível poder de síntese estrutural. Interessa-nos mais aqui, no entanto, a segunda de suas “famas”.
Com sua linguagem elíptica, sua prosa rítmica, que se propõe enquanto invenção, seus contos quase sem clímax, ou mesmo sem grandes ações, seu leque de personagens angustiadas e antissociais, sua representação de uma realidade em ruínas, o autor desenvolveu, ao longo das páginas de sua vasta obra, um estilo marcante de desconstrução da narrativa tradicional a partir da invenção de seu próprio modo de construir narrativas – e, mais que isso, seu próprio modo de construir realidades ficcionais.
Seus textos são o retrato de uma sociedade em crise, de sujeitos esmagados pelos pesados valores que carregam, como a moral, a família, a religião etc. Fechando-se numa psicologia doente, num olhar destruído sobre a vida, a literatura trevisaniana enxerga, no homem, a degradação do mundo, a trágica condição daqueles que não encontram conforto na vida. Seja através do seu tipo urbano, com seu famoso “bigodinho” e suas taras sexuais intensas, ou do seu tipo rural, com sua moral bruta e autoritária, Trevisan consegue desenvolver uma estética do ordinário, da angústia, da ruína.

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