O Primeiro Ano De Vida

Ao contrário do que comumente acontece com as publicações de psicanalistas, esta descrição minuciosa e cuidadosa das inter-relações emocionais entre mãe e filho destina-se a um amplo círculo de leitores. A linguagem usada pelo autor, apoiada em importantes ilustrações, é direta e bastante simples, podendo ser compreendida pelas mães e pelos que trabalham com crianças, mesmo que não tenham conhecimentos em Psicologia.
O modo de observação empregado, a documentação reunida nas fotografias e filmes, bem como os testes utilizados pelo autor, são suficientemente precisos para atrair a atenção dos especialistas. Suas premissas teóricas e conclusões são tão estritamente psicanalíticas, que não podem deixar de atrair a atenção de todos os analistas - e dos analistas de crianças - favoráveis a uma abordagem factual da idade que ainda é a mais desconhecida do ser humano.


Em O Primeiro Ano De Vida, o dr. Spitz menciona inúmeros assuntos controvertidos na teoria psicanalítica atual e não hesita em tomar posição sobre cada questão. Para mostrar o que acontece no primeiro ano de vida, ele recomenda o uso da observação direta e dos métodos de psicologia experimental, ao contrário dos autores psicanalíticos que preferem confiar somente na reconstrução dos processos de desenvolvimento a partir da análise dos estágios posteriores.
Realmente, suas exposições iniciais sobre hospitalismo e depressão analítica permitiram-lhe chegar a estabelecer o valor dos métodos de observação, mesmo para muitos psicanalistas até então relutantes.
Ao discutir a personalidade infantil, no período pré-verbal, o dr. Spitz opõe-se a todos os autores psicanalíticos que atribuem à criança, logo após o nascimento, uma vida mental complexa, da qual fazem parte o conteúdo de fantasia, os conflitos entre pulsões opostas, sentimentos de culpa, tendências e reparação, etc. Em vez disso, ele defende o ponto de vista, compartilhado por muitos, da existência de um estado inicial indiferenciado e do desenvolvimento lento e contínuo das funções, pulsões distintas, estruturações sucessivas, isto é, de processos psicológicos que emergem gradualmente dos protótipos fisiológicos que lhes são subjacentes.
Ele segue a mesma teoria do desenvolvimento lento, das formas primitivas para as mais complexas, com a qual se relaciona o principal tema deste livro: o desenvolvimento das primeiras relações objetais. Novamente, neste ponto, o dr. Spitz rejeita o conceito de uma relação objetai com a mãe, desde o nascimento, o que é defendido por outras escolas psicanalíticas.
Finalmente, ao fazer uma revisão dos distúrbios das primeiras relações entre mãe e filho e de suas consequências prejudiciais, o dr. Spitz vai além da maioria dos autores, ao atribuir distúrbios psicotóxicos específicos da criança a distúrbios emocionais específicos da mãe - hipótese interessante, que seria menos controvertida se, no caso das personalidades complexas das mães, a avaliação de seus comportamentos se baseasse, não em métodos de observação, mas em análise.

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O modo de observação empregado, a documentação reunida nas fotografias e filmes, bem como os testes utilizados pelo autor, são suficientemente precisos para atrair a atenção dos especialistas. Suas premissas teóricas e conclusões são tão estritamente psicanalíticas, que não podem deixar de atrair a atenção de todos os analistas – e dos analistas de crianças – favoráveis a uma abordagem factual da idade que ainda é a mais desconhecida do ser humano.
Em O Primeiro Ano De Vida, o dr. Spitz menciona inúmeros assuntos controvertidos na teoria psicanalítica atual e não hesita em tomar posição sobre cada questão. Para mostrar o que acontece no primeiro ano de vida, ele recomenda o uso da observação direta e dos métodos de psicologia experimental, ao contrário dos autores psicanalíticos que preferem confiar somente na reconstrução dos processos de desenvolvimento a partir da análise dos estágios posteriores.
Realmente, suas exposições iniciais sobre hospitalismo e depressão analítica permitiram-lhe chegar a estabelecer o valor dos métodos de observação, mesmo para muitos psicanalistas até então relutantes.
Ao discutir a personalidade infantil, no período pré-verbal, o dr. Spitz opõe-se a todos os autores psicanalíticos que atribuem à criança, logo após o nascimento, uma vida mental complexa, da qual fazem parte o conteúdo de fantasia, os conflitos entre pulsões opostas, sentimentos de culpa, tendências e reparação, etc. Em vez disso, ele defende o ponto de vista, compartilhado por muitos, da existência de um estado inicial indiferenciado e do desenvolvimento lento e contínuo das funções, pulsões distintas, estruturações sucessivas, isto é, de processos psicológicos que emergem gradualmente dos protótipos fisiológicos que lhes são subjacentes.
Ele segue a mesma teoria do desenvolvimento lento, das formas primitivas para as mais complexas, com a qual se relaciona o principal tema deste livro: o desenvolvimento das primeiras relações objetais. Novamente, neste ponto, o dr. Spitz rejeita o conceito de uma relação objetai com a mãe, desde o nascimento, o que é defendido por outras escolas psicanalíticas.
Finalmente, ao fazer uma revisão dos distúrbios das primeiras relações entre mãe e filho e de suas consequências prejudiciais, o dr. Spitz vai além da maioria dos autores, ao atribuir distúrbios psicotóxicos específicos da criança a distúrbios emocionais específicos da mãe – hipótese interessante, que seria menos controvertida se, no caso das personalidades complexas das mães, a avaliação de seus comportamentos se baseasse, não em métodos de observação, mas em análise.

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