Freud & A Religião

A relação do homem com a religião e a natureza do sentimento religioso foram temas que intrigaram o pai da psicanálise. Freud & A Religião guia o leitor na descoberta do peso do ateísmo na criação da psicanálise.
Numa carta ao pastor Oskar Pfister, de 25 de novembro de 1928, Freud escreveu que queria proteger a psicanálise dos médicos e dos sacerdotes.
Queria entregá-la a uma categoria de homens que ainda não existia, uma categoria de curas seculares da alma, que não necessitavam ser médicos e não podiam ser sacerdotes. Freud quis deixar claro que a psicanálise não deveria ser confundida com a medicina nem com a religião.


Para Freud, a religião atende, acima de tudo, a fortes e antigos anseios da humanidade: o anseio pelo pai, o anseio de defesa contra as forças esmagadoramente superiores da natureza e o anseio de retificar as deficiências da cultura. Com a religião, o homem realizaria uma espécie de intoxicação, que o afasta de parcelas indesejáveis da realidade, mas também da especificidade de seu desejo.
A religião foi incluída por Freud no rol das ilusões. Uma ilusão não é um erro. É simplesmente algo que não precisa se confirmar. Basta acreditar nela, independentemente de qualquer verificação. É uma ilusão exatamente por isso: não defende o homem da natureza (majestosa, cruel, inexorável), não retifica a cultura (permanece o mal-estar do homem na cultura), mas precisa manter essa promessa de que é, será ou seria possível fazê-lo.
Em outras palavras, a religião ilude o homem porque, baseada em uma hipótese superior dominante, propõe-se a não deixar nenhuma pergunta sem resposta. Desse modo, tudo que inquieta o homem teria uma solução.
Para se contrapor às ilusões religiosas, Freud aposta no poder da psicanálise (cuja maior contribuição consiste, segundo ele, em ter estendido a pesquisa científica à vida mental), no poder do saber inconsciente. Seus detratores costumam se valer do conhecido final de O futuro de uma ilusão para advogar a tese de que assim Freud seria racionalista, cientificista, e que teria o intuito de formular um saber totalizante.

   

 

 

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Para Freud, a religião atende, acima de tudo, a fortes e antigos anseios da humanidade: o anseio pelo pai, o anseio de defesa contra as forças esmagadoramente superiores da natureza e o anseio de retificar as deficiências da cultura. Com a religião, o homem realizaria uma espécie de intoxicação, que o afasta de parcelas indesejáveis da realidade, mas também da especificidade de seu desejo.
A religião foi incluída por Freud no rol das ilusões. Uma ilusão não é um erro. É simplesmente algo que não precisa se confirmar. Basta acreditar nela, independentemente de qualquer verificação. É uma ilusão exatamente por isso: não defende o homem da natureza (majestosa, cruel, inexorável), não retifica a cultura (permanece o mal-estar do homem na cultura), mas precisa manter essa promessa de que é, será ou seria possível fazê-lo.
Em outras palavras, a religião ilude o homem porque, baseada em uma hipótese superior dominante, propõe-se a não deixar nenhuma pergunta sem resposta. Desse modo, tudo que inquieta o homem teria uma solução.
Para se contrapor às ilusões religiosas, Freud aposta no poder da psicanálise (cuja maior contribuição consiste, segundo ele, em ter estendido a pesquisa científica à vida mental), no poder do saber inconsciente. Seus detratores costumam se valer do conhecido final de O futuro de uma ilusão para advogar a tese de que assim Freud seria racionalista, cientificista, e que teria o intuito de formular um saber totalizante.

   

 

 

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