O Princípio Anarquista E Outros Ensaios

O Princípio Anarquista E Outros Ensaios reúne textos produzidos entre 1887 e 1914, nos quais Kropotkin discute as principais dificuldades enfrentadas pelos movimentos socialistas da virada do século XIX, como a aparente desunião e as divergências teóricas e os métodos de ação violentos.
Aborda também, a necessidade do confronto com o princípio da autoridade do campo privado,com foco no casamento, consumo e na satisfação pessoal, bem como a preservação da liberdade individual nas comunas.


Em seus começos, a anarquia apresentou-se como uma simples negação. Negação do Estado e da acumulação pessoal do capital. Negação de toda espécie de autoridade. Negação ainda das formas estabelecidas da sociedade, embasadas na injustiça, no egoísmo absurdo e na opressão, bem como da moral corrente, derivada do Código Romano, adotado e santificado pela Igreja cristã.
Foi nessa luta, engajada contra a autoridade, nascida no próprio seio da Internacional, que o partido anarquista constituiu-se como partido revolucionário distinto.
É evidente que espíritos tão profundos quanto Godwin, Proudhon e Bakunin, não podiam limitar-se a uma simples negação. A afirmação — a concepção de uma sociedade livre, sem autoridade, avançando para a conquista do bem-estar material, intelectual e moral — seguia de perto a negação; ela era a sua contrapartida.
Nos escritos de Bakunin, tanto quanto naqueles de Proudhon, e também de Stirner, encontramos profundas considerações relativas aos fundamentos históricos da ideia anti-autoritária, a parte que ela desempenhou na história, e aquela que deverá desempenhar no desenvolvimento futuro da humanidade.
“Nada de Estado” ou “nada de autoridade”, malgrado sua forma negativa, tinha um profundo sentido afirmativo em suas bocas. Era um princípio filosófico e prático, significando ao mesmo tempo que todo o conjunto da vida das sociedades, tudo — desde as relações cotidianas entre indivíduos até as grandes relações das raças para além dos oceanos — podia e devia ser reformado, e o seria necessariamente, cedo ou tarde, segundo os princípios da anarquia: a liberdade plena e completa do indivíduo, os grupamentos naturais e temporários, a solidariedade, passada ao estado de hábito social.
Eis por que a ideia anarquista apareceu de repente grande, irradiante, capaz de arrebatar e inflamar os melhores espíritos da época.
Pronunciemos a palavra, ela era filosófica.

   

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Em seus começos, a anarquia apresentou-se como uma simples negação. Negação do Estado e da acumulação pessoal do capital. Negação de toda espécie de autoridade. Negação ainda das formas estabelecidas da sociedade, embasadas na injustiça, no egoísmo absurdo e na opressão, bem como da moral corrente, derivada do Código Romano, adotado e santificado pela Igreja cristã.
Foi nessa luta, engajada contra a autoridade, nascida no próprio seio da Internacional, que o partido anarquista constituiu-se como partido revolucionário distinto.
É evidente que espíritos tão profundos quanto Godwin, Proudhon e Bakunin, não podiam limitar-se a uma simples negação. A afirmação — a concepção de uma sociedade livre, sem autoridade, avançando para a conquista do bem-estar material, intelectual e moral — seguia de perto a negação; ela era a sua contrapartida.
Nos escritos de Bakunin, tanto quanto naqueles de Proudhon, e também de Stirner, encontramos profundas considerações relativas aos fundamentos históricos da ideia anti-autoritária, a parte que ela desempenhou na história, e aquela que deverá desempenhar no desenvolvimento futuro da humanidade.
“Nada de Estado” ou “nada de autoridade”, malgrado sua forma negativa, tinha um profundo sentido afirmativo em suas bocas. Era um princípio filosófico e prático, significando ao mesmo tempo que todo o conjunto da vida das sociedades, tudo — desde as relações cotidianas entre indivíduos até as grandes relações das raças para além dos oceanos — podia e devia ser reformado, e o seria necessariamente, cedo ou tarde, segundo os princípios da anarquia: a liberdade plena e completa do indivíduo, os grupamentos naturais e temporários, a solidariedade, passada ao estado de hábito social.
Eis por que a ideia anarquista apareceu de repente grande, irradiante, capaz de arrebatar e inflamar os melhores espíritos da época.
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