Literatura E Psicanálise

A obra coletiva Literatura E Psicanálise: Encontros Contemporâneos é um instigante sinal e testemunho de um tempo marcado pela diversidade (descontrolada) de encontros cuja marca fundamental é a vontade de provocar diálogos e evocar a força viva do pensamento. Aliás, não estamos falando nada de novo, pois essa vontade se confunde com a própria história do pensamento ocidental.


O que há de novo é, talvez, a pluriversidade do lócus discursivo e dialógico: acadêmicos das mais variadas procedências – filosofia, literatura, psiquiatria, psicanálise, ciências jurídicas, criminologia, cinema – provocando os mais variados e inusitados encontros que atravessam dois dos maiores campos de força do pensamento contemporâneo: psicanálise e literatura.
A contemporaneidade, aqui considerada no arco temporal-civilizatório de fins do século XIX a esse turbulento início do século XXI, se constitui, também, como a era da multiplicação dos discursos.
À ancestralidade das narrativas colocada, segundo Rosenzweig e Benjamin, em cheque pela crescente tecnificação asséptica das linguagens descritoras de aspectos das realidades que conquistam status epistemológico e legitimação científica, num arco de positivismo que ainda não perdeu de todo sua expressão eufórica, corresponde a gravidade dos novos estilos narrativos, como que subterrâneos, que assomam com muito vagar à consciência de nossa era, avessa em princípio a se encontrar com seus mais próprios e profundos fantasmas.
Todavia, a literatura foi sempre o comércio vivo com as profundidades e a interlocução aberta com infinitos fantasmas palpáveis; sua substância sobrevive, solidamente, em meio à fatuidade do banal. Reencontra-se em meio à cinza da devastação e, numa era espoliada pela indústria cultural, sobrevive em meio à fulgurância do caleidoscópio hipnotizante que a rotação desenfreada de cores e luzes — e suas promessas de felicidade — imprime à consciência ingênua de um novo milênio.
Do mesmo modo, a psicanálise, resgatando estilos primigênios de abordagem do real e do significativo, avança na temporalidade redescoberta, perdura e se reconstrói em meio à platitude de um mundo aparentemente desprovido de memória, construindo e reconstruindo sua própria narrativa.

   

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O que há de novo é, talvez, a pluriversidade do lócus discursivo e dialógico: acadêmicos das mais variadas procedências – filosofia, literatura, psiquiatria, psicanálise, ciências jurídicas, criminologia, cinema – provocando os mais variados e inusitados encontros que atravessam dois dos maiores campos de força do pensamento contemporâneo: psicanálise e literatura.
A contemporaneidade, aqui considerada no arco temporal-civilizatório de fins do século XIX a esse turbulento início do século XXI, se constitui, também, como a era da multiplicação dos discursos.
À ancestralidade das narrativas colocada, segundo Rosenzweig e Benjamin, em cheque pela crescente tecnificação asséptica das linguagens descritoras de aspectos das realidades que conquistam status epistemológico e legitimação científica, num arco de positivismo que ainda não perdeu de todo sua expressão eufórica, corresponde a gravidade dos novos estilos narrativos, como que subterrâneos, que assomam com muito vagar à consciência de nossa era, avessa em princípio a se encontrar com seus mais próprios e profundos fantasmas.
Todavia, a literatura foi sempre o comércio vivo com as profundidades e a interlocução aberta com infinitos fantasmas palpáveis; sua substância sobrevive, solidamente, em meio à fatuidade do banal. Reencontra-se em meio à cinza da devastação e, numa era espoliada pela indústria cultural, sobrevive em meio à fulgurância do caleidoscópio hipnotizante que a rotação desenfreada de cores e luzes — e suas promessas de felicidade — imprime à consciência ingênua de um novo milênio.
Do mesmo modo, a psicanálise, resgatando estilos primigênios de abordagem do real e do significativo, avança na temporalidade redescoberta, perdura e se reconstrói em meio à platitude de um mundo aparentemente desprovido de memória, construindo e reconstruindo sua própria narrativa.

   

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