O Amor E O Ocidente

O Amor E O Ocidente, de Denis de Rougemont, foi publicado pela primeira vez em 1939, é um clássico estudo sobre as origens do amor na cultura ocidental e se torna cada dia mais atual e surpreendente.
Chamei "livros" às diferentes partes desta obra porque o conteúdo de cada uma delas é mais ou menos o de um volume de tamanho comum.
O grande número de fatos e textos citados e o jogo dos leitmotiv entrelaçados poderiam desorientar alguns leitores, caso eu não fornecesse logo a chave deste trabalho. O primeiro livro expõe o conteúdo oculto da lenda ou mito de Tristão.


É uma descida aos sucessivos círculos da paixão. O último livro indica uma atitude humana diametralmente oposta e com isso remata a descrição da paixão, pois somente se conhecem as coisas ultrapassadas ou, ao menos, aquelas cujos limites se pôde tocar, sem todavia transpô-los.
Quanto aos livros intermediários, o segundo tenta remontar às origens religiosas do mito, enquanto os seguintes descrevem seus efeitos nos mais diversos domínios: mística, literatura, arte da guerra, moral do casamento.
A tentação de falar de coisas do amor é pretexto muito pouco convincente, em se tratando de volume tão denso. Duvidosa vantagem, por sinal: envergonhar-nos-íamos de partilhá-la com tantos autores famosos. Por isso, impus algumas dificuldades a mim mesmo. Não quis enaltecer nem depreciar aquilo que Stendhal chamava de amor-paixão, mas tentei descrevê-lo como um fenômeno histórico de origem propriamente religiosa.
Ora, os homens e as mulheres aceitam perfeitamente que se fale de amor e, aliás, nunca se cansam disso, por mais vulgar que seja o discurso; mas temem que se defina a paixão, por menos rigorosa que seja a definição. A maioria, diz Lados, "renunciaria aos seus próprios prazeres, se estes lhe custassem a fadiga de uma reflexão".
A validade deste livro poderá ser comprovada na medida em que consiga sobretudo desagradar; e somente será útil se convencer aqueles que tomarem consciência, ao lê-lo, das razões que podiam ter para considerá-lo principalmente desagradável. Este procedimento custará ao autor numerosas censuras.
Os apaixonados tomar-me-ão por cínico, e aqueles que jamais conheceram a verdadeira paixão ficarão surpresos por eu ter consagrado um livro inteiro ao tema. Uns dirão que definir o amor significa perdê-lo; outros, que perdemos nosso tempo. A quem agradarei? Àqueles que talvez queiram saber ou, até mesmo, curar-se?

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O Amor E O Ocidente, de Denis de Rougemont, foi publicado pela primeira vez em 1939, é um clássico estudo sobre as origens do amor na cultura ocidental e se torna cada dia mais atual e surpreendente.
Chamei “livros” às diferentes partes desta obra porque o conteúdo de cada uma delas é mais ou menos o de um volume de tamanho comum.
O grande número de fatos e textos citados e o jogo dos leitmotiv entrelaçados poderiam desorientar alguns leitores, caso eu não fornecesse logo a chave deste trabalho. O primeiro livro expõe o conteúdo oculto da lenda ou mito de Tristão.
É uma descida aos sucessivos círculos da paixão. O último livro indica uma atitude humana diametralmente oposta e com isso remata a descrição da paixão, pois somente se conhecem as coisas ultrapassadas ou, ao menos, aquelas cujos limites se pôde tocar, sem todavia transpô-los.
Quanto aos livros intermediários, o segundo tenta remontar às origens religiosas do mito, enquanto os seguintes descrevem seus efeitos nos mais diversos domínios: mística, literatura, arte da guerra, moral do casamento.
A tentação de falar de coisas do amor é pretexto muito pouco convincente, em se tratando de volume tão denso. Duvidosa vantagem, por sinal: envergonhar-nos-íamos de partilhá-la com tantos autores famosos. Por isso, impus algumas dificuldades a mim mesmo. Não quis enaltecer nem depreciar aquilo que Stendhal chamava de amor-paixão, mas tentei descrevê-lo como um fenômeno histórico de origem propriamente religiosa.
Ora, os homens e as mulheres aceitam perfeitamente que se fale de amor e, aliás, nunca se cansam disso, por mais vulgar que seja o discurso; mas temem que se defina a paixão, por menos rigorosa que seja a definição. A maioria, diz Lados, “renunciaria aos seus próprios prazeres, se estes lhe custassem a fadiga de uma reflexão”.
A validade deste livro poderá ser comprovada na medida em que consiga sobretudo desagradar; e somente será útil se convencer aqueles que tomarem consciência, ao lê-lo, das razões que podiam ter para considerá-lo principalmente desagradável. Este procedimento custará ao autor numerosas censuras.
Os apaixonados tomar-me-ão por cínico, e aqueles que jamais conheceram a verdadeira paixão ficarão surpresos por eu ter consagrado um livro inteiro ao tema. Uns dirão que definir o amor significa perdê-lo; outros, que perdemos nosso tempo. A quem agradarei? Àqueles que talvez queiram saber ou, até mesmo, curar-se?

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