Descolonização Do Conhecimento No Contexto Afro-Brasileiro

Descolonização do Conhecimento no Contexto Afro-Brasileiro reúne vinte textos de autoras e autores predominantemente negras e negros que atuam nas universidades brasileiras. Como em todas as coletâneas, as autoras e autores desses textos se debruçam, analisam, especulam, ensaiam e divagam sobre assuntos diversificados.
Versam notadamente sobre a participação das pesquisadoras e pesquisadores negras e negros no processo de construção de uma educação multicultural inclusiva; sobre o papel do feminismo negro nos movimentos sociais e nas lutas transformadoras de uma sociedade ainda sob o domínio masculino; sobre o processo de implementação das políticas afirmativas ou das cotas nas universidades brasileiras e suas consequências positivas no acesso democrático dos excluídos na universidade e no ensino superior; sobre a defesa das leis 10.639/03 e 11.645/08.


Enfim, sobre as questões candentes da sociedade tais como a construção e o reconhecimento da identidade coletiva negra; a inclusão do negro e estratégias de enfrentamento do racismo à brasileira e suas metamorfoses; sobre homenagens a algumas intelectuais negras destacadas, entre outros.
Apesar das diferenças notáveis nas abordagens, nos assuntos tratados, nas áreas ou campos de pesquisa das autoras e dos autores do livro, percebe-se uma grande convergência e uma unidade condensadas no próprio título da obra. Em outros termos, a preocupação com a construção de um pensamento e de um conhecimento que rompem com as premissas epistemológicas de uma ciência que “nos” coloniza e ainda “nos” coloca na posição de objeto do discurso científico.
A consciência de que os paradigmas dos “outros” e suas categorias conceituais sempre expulsaram o negro da universalidade do pensamento ao aprovisioná-lo na peculiaridade de sua pele escura, negando-lhe sua contribuição na civilização do universal, aparece em filigrana quase em todos os textos. Daí a defesa de uma autoestima e de uma postura epistemológica descolonizante e libertadora de um pensamento que por muito tempo “nos” infantilizou.
O epistemicídio, ou seja, a morte do conhecimento do outro “não branco” precisa de um corpus conceitual que produz saberes e conhecimentos que são expressões do poder. Esse corpus conceitual se localiza principalmente em nossas universidades e centros de pesquisa como bem ilustrados recentemente pelos debates maniqueístas sobre cotas.
Por isso, os textos do livro aludem à resistência e à possibilidade de sair da sombra de um pensamento “apadrinhado” e controlado através das categorias do pensamento “alheio” e convidam para descobrir o pensamento negro passado e presente e a se projetar no futuro para libertar a ciência e o conhecimento sobre o negro brasileiro.

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Descolonização do Conhecimento no Contexto Afro-Brasileiro reúne vinte textos de autoras e autores predominantemente negras e negros que atuam nas universidades brasileiras. Como em todas as coletâneas, as autoras e autores desses textos se debruçam, analisam, especulam, ensaiam e divagam sobre assuntos diversificados.
Versam notadamente sobre a participação das pesquisadoras e pesquisadores negras e negros no processo de construção de uma educação multicultural inclusiva; sobre o papel do feminismo negro nos movimentos sociais e nas lutas transformadoras de uma sociedade ainda sob o domínio masculino; sobre o processo de implementação das políticas afirmativas ou das cotas nas universidades brasileiras e suas consequências positivas no acesso democrático dos excluídos na universidade e no ensino superior; sobre a defesa das leis 10.639/03 e 11.645/08.
Enfim, sobre as questões candentes da sociedade tais como a construção e o reconhecimento da identidade coletiva negra; a inclusão do negro e estratégias de enfrentamento do racismo à brasileira e suas metamorfoses; sobre homenagens a algumas intelectuais negras destacadas, entre outros.
Apesar das diferenças notáveis nas abordagens, nos assuntos tratados, nas áreas ou campos de pesquisa das autoras e dos autores do livro, percebe-se uma grande convergência e uma unidade condensadas no próprio título da obra. Em outros termos, a preocupação com a construção de um pensamento e de um conhecimento que rompem com as premissas epistemológicas de uma ciência que “nos” coloniza e ainda “nos” coloca na posição de objeto do discurso científico.
A consciência de que os paradigmas dos “outros” e suas categorias conceituais sempre expulsaram o negro da universalidade do pensamento ao aprovisioná-lo na peculiaridade de sua pele escura, negando-lhe sua contribuição na civilização do universal, aparece em filigrana quase em todos os textos. Daí a defesa de uma autoestima e de uma postura epistemológica descolonizante e libertadora de um pensamento que por muito tempo “nos” infantilizou.
O epistemicídio, ou seja, a morte do conhecimento do outro “não branco” precisa de um corpus conceitual que produz saberes e conhecimentos que são expressões do poder. Esse corpus conceitual se localiza principalmente em nossas universidades e centros de pesquisa como bem ilustrados recentemente pelos debates maniqueístas sobre cotas.
Por isso, os textos do livro aludem à resistência e à possibilidade de sair da sombra de um pensamento “apadrinhado” e controlado através das categorias do pensamento “alheio” e convidam para descobrir o pensamento negro passado e presente e a se projetar no futuro para libertar a ciência e o conhecimento sobre o negro brasileiro.

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