Por Que Aprender Isso, Professora?

Por Que Aprender Isso, Professora? aponta alguns caminhos da pesquisa sobre como crianças entendem e vivenciam sua história escolar e quais os sentidos que atribuem à atividade de estudar.
Tendo a Psicologia Histórico-Cultural como referência teórica e larga experiência em projetos da rede de educação pública e privada, Flávia da Silva Ferreira Asbahr desenvolve o trabalho em duas frentes: uma investigação bibliográfica conceitual, com sínteses teóricas sobre os conceitos de sentido pessoal e atividade de estudo; e uma investigação empírica, realizada em escola pública municipal da cidade de São Paulo, com estudantes de quarta série do ensino fundamental.


A autora verifica os limites da formação de estudantes na atual organização do ensino público e lança a hipótese sobre qual seria a principal atividade formadora do pensamento teórico para grande parte dos estudantes. Apoiada na categoria da contradição, Asbahr ressalta o papel do professor nesse processo e defende que, para que a aprendizagem escolar ocorra, as ações de estudo devem ter um sentido pessoal para os estudantes.

"Professor, por que eu tenho de aprender isso?”, “Para que vou usar isso que estou aprendendo na minha vida?”, “Por que eu preciso ir à escola?”. Frases como essas, ditas por estudantes de escolas em que trabalhei, por colegas de classe e por mim durante minha vida escolar e, mais recentemente, como professora universitária, pelos meus próprios alunos, produzem em mim grandes angústias e inquietações.
Em uma das escolas públicas em que atuei como psicóloga escolar, ao entrevistar estudantes sobre seu processo de escolarização, seus depoimentos chamavam-me atenção. Quando perguntava a eles por que frequentavam a escola e por que precisavam estudar, a resposta sempre se referia a algo externo a eles: “Pra poder pegar um serviço bom, ser um cara esperto”; “Pra trabalhar e dar saúde pros filhos”; “Pra, quando eu crescer, não ficar desempregado”; “Porque, pra trabalhar, você tem que saber ler. Até pra catar lixo”. A palavra aprendizagem raramente aparecia como finalidade de suas ações na escola.
Em experiências mais recentes, como professora universitária da disciplina Psicologia Escolar, no curso de Psicologia, costumo iniciar minhas aulas pedindo aos estudantes que relembrem sua vida escolar, destacando os fatos mais marcantes. Em todas as turmas, os enfoques predominantes das memórias são situações de humilhação, vergonha, medo e castigo. Alguns alunos relatam episódios dramáticos que, em suas análises, produziram grandes dificuldades ou, até mesmo, a desistência de aprender.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

Por Que Aprender Isso, Professora?

Por Que Aprender Isso, Professora? aponta alguns caminhos da pesquisa sobre como crianças entendem e vivenciam sua história escolar e quais os sentidos que atribuem à atividade de estudar.
Tendo a Psicologia Histórico-Cultural como referência teórica e larga experiência em projetos da rede de educação pública e privada, Flávia da Silva Ferreira Asbahr desenvolve o trabalho em duas frentes: uma investigação bibliográfica conceitual, com sínteses teóricas sobre os conceitos de sentido pessoal e atividade de estudo; e uma investigação empírica, realizada em escola pública municipal da cidade de São Paulo, com estudantes de quarta série do ensino fundamental.
A autora verifica os limites da formação de estudantes na atual organização do ensino público e lança a hipótese sobre qual seria a principal atividade formadora do pensamento teórico para grande parte dos estudantes. Apoiada na categoria da contradição, Asbahr ressalta o papel do professor nesse processo e defende que, para que a aprendizagem escolar ocorra, as ações de estudo devem ter um sentido pessoal para os estudantes.

“Professor, por que eu tenho de aprender isso?”, “Para que vou usar isso que estou aprendendo na minha vida?”, “Por que eu preciso ir à escola?”. Frases como essas, ditas por estudantes de escolas em que trabalhei, por colegas de classe e por mim durante minha vida escolar e, mais recentemente, como professora universitária, pelos meus próprios alunos, produzem em mim grandes angústias e inquietações.
Em uma das escolas públicas em que atuei como psicóloga escolar, ao entrevistar estudantes sobre seu processo de escolarização, seus depoimentos chamavam-me atenção. Quando perguntava a eles por que frequentavam a escola e por que precisavam estudar, a resposta sempre se referia a algo externo a eles: “Pra poder pegar um serviço bom, ser um cara esperto”; “Pra trabalhar e dar saúde pros filhos”; “Pra, quando eu crescer, não ficar desempregado”; “Porque, pra trabalhar, você tem que saber ler. Até pra catar lixo”. A palavra aprendizagem raramente aparecia como finalidade de suas ações na escola.
Em experiências mais recentes, como professora universitária da disciplina Psicologia Escolar, no curso de Psicologia, costumo iniciar minhas aulas pedindo aos estudantes que relembrem sua vida escolar, destacando os fatos mais marcantes. Em todas as turmas, os enfoques predominantes das memórias são situações de humilhação, vergonha, medo e castigo. Alguns alunos relatam episódios dramáticos que, em suas análises, produziram grandes dificuldades ou, até mesmo, a desistência de aprender.

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog