Capitu

A autora examina a minissérie Capitu - dirigida por Luiz Fernando Carvalho e exibida pela Rede Globo em 2008 em homenagem ao centenário da morte de Machado de Assis - à luz do conceito de metaficção, ou mais precisamente de sua ligação com o teatro representacional.


Trata-se, este, de um tipo de teatro tradicional, que não deixa o público esquecer que está diante de uma peça. Para autora, a minissérie traz a influência do pós-modernismo, não resultando meramente de um procedimento consagrado nas artes cênicas.
Para a pesquisadora, a utilização por Carvalho da essência contestadora intrínseca ao pós-modernismo, que diante dos moldes ficcionais existentes permanece ciente da própria ideologia e dos aspectos estilísticos a que pertence, resultando numa produção autocrítica, acaba por correlacionar a linguagem intimista e dialógica que o narrador machadiano mantém com o leitor na obra literária aos aspectos metaficcionais presentes no meio audiovisual.
Ao mesmo tempo, o diretor da minissérie constrói pontes diretamente para o núcleo do estilo machadiano: o da negação das ferramentas narrativas que criam a ilusão de realidade, deixando claro que suas palavras são conscientemente elaboradas e que o romance não é mais do que um objeto construído – e, assim como a minissérie, não a própria realidade.
A minissérie reconta a história de ciúmes de Bento Santiago sob um novo molde estético; e, se Dom Casmurro foi um romance inovador dentro da literatura brasileira, a sua produção audiovisual também se diferencia dos padrões televisivos que estávamos acostumados a ver nas telenovelas ou em minisséries, desviando-se dos aspectos convencionais, seja em sua estética, em sua produção e nas técnicas que utiliza.
Capitu caracteriza-se como uma produção que se diferencia pela linguagem apresentada e, principalmente, pela elaboração artística plural e densa que possui.
Capitu acaba se distanciando de alguns arquétipos existentes no romance e cria novos diálogos com o público, mesclando imagens e sons do passado aos do presente, como no início do primeiro episódio, quando Dom Casmurro está dentro de um trem urbano no Rio de Janeiro, mas vestido à maneira do século XIX. Fica, dessa forma, a cargo dos espectadores distinguir os diferentes aspectos que compõem a produção.

   

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A autora examina a minissérie Capitu – dirigida por Luiz Fernando Carvalho e exibida pela Rede Globo em 2008 em homenagem ao centenário da morte de Machado de Assis – à luz do conceito de metaficção, ou mais precisamente de sua ligação com o teatro representacional.
Trata-se, este, de um tipo de teatro tradicional, que não deixa o público esquecer que está diante de uma peça. Para autora, a minissérie traz a influência do pós-modernismo, não resultando meramente de um procedimento consagrado nas artes cênicas.
Para a pesquisadora, a utilização por Carvalho da essência contestadora intrínseca ao pós-modernismo, que diante dos moldes ficcionais existentes permanece ciente da própria ideologia e dos aspectos estilísticos a que pertence, resultando numa produção autocrítica, acaba por correlacionar a linguagem intimista e dialógica que o narrador machadiano mantém com o leitor na obra literária aos aspectos metaficcionais presentes no meio audiovisual.
Ao mesmo tempo, o diretor da minissérie constrói pontes diretamente para o núcleo do estilo machadiano: o da negação das ferramentas narrativas que criam a ilusão de realidade, deixando claro que suas palavras são conscientemente elaboradas e que o romance não é mais do que um objeto construído – e, assim como a minissérie, não a própria realidade.
A minissérie reconta a história de ciúmes de Bento Santiago sob um novo molde estético; e, se Dom Casmurro foi um romance inovador dentro da literatura brasileira, a sua produção audiovisual também se diferencia dos padrões televisivos que estávamos acostumados a ver nas telenovelas ou em minisséries, desviando-se dos aspectos convencionais, seja em sua estética, em sua produção e nas técnicas que utiliza.
Capitu caracteriza-se como uma produção que se diferencia pela linguagem apresentada e, principalmente, pela elaboração artística plural e densa que possui.
Capitu acaba se distanciando de alguns arquétipos existentes no romance e cria novos diálogos com o público, mesclando imagens e sons do passado aos do presente, como no início do primeiro episódio, quando Dom Casmurro está dentro de um trem urbano no Rio de Janeiro, mas vestido à maneira do século XIX. Fica, dessa forma, a cargo dos espectadores distinguir os diferentes aspectos que compõem a produção.

   

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