A Segunda Guerra Fria

Luiz Alberto Moniz Bandeira - A Segunda Guerra Fria

Em A Segunda Guerra Fria, Moniz Bandeira deslinda as raízes e lança um olhar sobre as perspectivas dos conflitos no Oriente Próximo e na Ásia Central, primeiros embates do que poderia ser uma futura (mas não tão distante e talvez já em curso) disputa pela hegemonia entre os Estados Unidos e a República Popular da China

, ou, dito de outra forma, entre o Ocidente capitalista desenvolvido (porém estagnado) e o Oriente capitalista dinâmico, mas ainda subdesenvolvido.
As origens remotas desses conflitos e de suas complexas contradições e jogo de interesses devem ser procuradas tão longe quanto em 1945, após a Segunda Guerra Mundial e no mundo que dela surgiu.

A Organização das Nações Unidas, uma criatura dos Estados Unidos, foi aceita pela União Soviética, que viu nela uma proteção contra os espíritos capitalistas mais agressivos, como Winston Churchill; pela Grã-Bretanha, endividada, política e economicamente, com os Estados Unidos; pela França, que triste figura fizera durante a Guerra; e pela então irrelevante China.

A Carta das Nações Unidas, aprovada na Conferência de São Francisco por 51 Estados, a maior parte deles fracos e desejosos de preservar sua soberania, estabeleceu como princípios da ordem internacional que pretendia criar que seriam e continuam a ser necessários para manter a paz internacional a não intervenção, a autodeterminação e o respeito às fronteiras.

Esses princípios são diametralmente contrários a qualquer política de mudança de regime (regime change), de derrubada de governos ou de intervenção militar, principalmente em temas da organização política e econômica interna dos países. Essa era, de certa forma, uma condição para que os países menores aceitassem o condomínio das Grandes Potências no Conselho de Segurança, e seu direito, quando unânimes, de utilizar a força em casos de ruptura da paz.

No entanto, desde o pós-guerra e da definição da União Soviética como seu inimigo principal, os Estados Unidos desenvolveram uma política, de um lado, de organização do sistema internacional à sua imagem e semelhança e, de outro, de regime change, cujo alvo principal seriam os regimes socialistas, em que o confronto era mais difícil devido à presença soviética, assim como outros Estados de sua própria esfera de influência cujos regimes fossem julgados inconvenientes aos interesses americanos.

Assim, assistimos à onda de golpes militares na América Latina, instalando ditaduras ferozes que, mais tarde, ao se tornarem inconvenientes, foram renegadas pela política de direitos humanos e pelo apoio americano às organizações que as combatiam.

Nesse período, que vai até o governo Reagan, foram até certo ponto poupados não somente aqueles que se alinharam incondicionalmente com os Estados Unidos, mas mesmo alguns países que, de forma mais ou menos firme, se opuseram às políticas econômicas e militares norte-americanas.

http://livrandante.com.br/contribuicao/caneca-magica-imagine-preta/

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Luiz Alberto Moniz Bandeira – A Segunda Guerra Fria

Em A Segunda Guerra Fria, Moniz Bandeira deslinda as raízes e lança um olhar sobre as perspectivas dos conflitos no Oriente Próximo e na Ásia Central, primeiros embates do que poderia ser uma futura (mas não tão distante e talvez já em curso) disputa pela hegemonia entre os Estados Unidos e a República Popular da China, ou, dito de outra forma, entre o Ocidente capitalista desenvolvido (porém estagnado) e o Oriente capitalista dinâmico, mas ainda subdesenvolvido.
As origens remotas desses conflitos e de suas complexas contradições e jogo de interesses devem ser procuradas tão longe quanto em 1945, após a Segunda Guerra Mundial e no mundo que dela surgiu.

A Organização das Nações Unidas, uma criatura dos Estados Unidos, foi aceita pela União Soviética, que viu nela uma proteção contra os espíritos capitalistas mais agressivos, como Winston Churchill; pela Grã-Bretanha, endividada, política e economicamente, com os Estados Unidos; pela França, que triste figura fizera durante a Guerra; e pela então irrelevante China.

A Carta das Nações Unidas, aprovada na Conferência de São Francisco por 51 Estados, a maior parte deles fracos e desejosos de preservar sua soberania, estabeleceu como princípios da ordem internacional que pretendia criar que seriam e continuam a ser necessários para manter a paz internacional a não intervenção, a autodeterminação e o respeito às fronteiras.

Esses princípios são diametralmente contrários a qualquer política de mudança de regime (regime change), de derrubada de governos ou de intervenção militar, principalmente em temas da organização política e econômica interna dos países. Essa era, de certa forma, uma condição para que os países menores aceitassem o condomínio das Grandes Potências no Conselho de Segurança, e seu direito, quando unânimes, de utilizar a força em casos de ruptura da paz.

No entanto, desde o pós-guerra e da definição da União Soviética como seu inimigo principal, os Estados Unidos desenvolveram uma política, de um lado, de organização do sistema internacional à sua imagem e semelhança e, de outro, de regime change, cujo alvo principal seriam os regimes socialistas, em que o confronto era mais difícil devido à presença soviética, assim como outros Estados de sua própria esfera de influência cujos regimes fossem julgados inconvenientes aos interesses americanos.

Assim, assistimos à onda de golpes militares na América Latina, instalando ditaduras ferozes que, mais tarde, ao se tornarem inconvenientes, foram renegadas pela política de direitos humanos e pelo apoio americano às organizações que as combatiam.

Nesse período, que vai até o governo Reagan, foram até certo ponto poupados não somente aqueles que se alinharam incondicionalmente com os Estados Unidos, mas mesmo alguns países que, de forma mais ou menos firme, se opuseram às políticas econômicas e militares norte-americanas.

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