Frankenstein

“Está vivo!” Esta talvez seja a mais célebre frase de Frankenstein, quando o cientista louco, em meio a raios e trovões de uma noite de tempestade, consegue em seu laboratório gerar a vida.



Por meio da eletricidade, a criatura move um braço, e então o dr. Frankenstein exclama alucinadamente para seu assistente corcunda: “Está vivo! Está vivo!”

É uma cena clássica que muitos associam ao romance de Mary Shelley, porém ao ler o livro pela primeira vez poderão se surpreender: nem a frase, nem o uso dos raios, nem o assistente corcunda estão presentes no texto original. Frankenstein é um caso típico de romance que ganhou vida e mitologia próprias.

Como se poderá constatar na leitura desta tradução, o cientista Victor Frankenstein é na verdade um jovem estudante de origem nobre, e há diversas alusões à sua beleza física, provavelmente derivadas do modelo que a autora usou para criá-lo: seu amado marido, o poeta romântico e filósofo Percy Bysshe Shelley.

Victor trabalha sozinho, sem assistente, em segredo (o mais perto que temos da figura de Igor é seu amigo Henry Clerval, que nada tem de corcunda e nem mesmo toma conhecimento dos experimentos do jovem cientista), num quarto de estudante (não num castelo medieval, como retratado em muitas adaptações); e assim como não há indicações precisas sobre os métodos que trouxeram a criatura à vida – fato justificado no texto pela apreensão do cientista de que a experiência seja reproduzida –, Mary Shelley também não descreve em detalhes a criatura, deixando os horrores à imaginação do leitor.

O que recebemos é isso: A pele amarela mal encobria a atividade dos músculos e das artérias; o cabelo era comprido e de um preto lustroso; os dentes, de um branco perolado; mas esses luxos só formavam um contraste mais horrendo com os olhos aguados, que pareciam quase da mesma cor dos buracos acinzentados nos quais estavam cravados, e com a compleição enrugada e lábios pretos retos.

A criatura tampouco é batizada. Ao longo do texto é chamada por todo tipo de impropério: “monstro”, “demônio”, “desgraçado”, “miserável”, “abominação”. Assim, não deixa de ser irônico e ao mesmo tempo providencial que o sobrenome de seu criador seja hoje sinônimo da criatura.

Mais que isso, Frankenstein (ou, na pronúncia abrasileirada popular, “Franquisteim”) representa hoje mais do que um único personagem, tendo se tornado uma espécie de monstro tão identificável como um zumbi, um vampiro, ou “um êemen”. Chegou mesmo a adjetivo, sinônimo de uma criação remendada e malsucedida.

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“Está vivo!” Esta talvez seja a mais célebre frase de Frankenstein, quando o cientista louco, em meio a raios e trovões de uma noite de tempestade, consegue em seu laboratório gerar a vida.

Por meio da eletricidade, a criatura move um braço, e então o dr. Frankenstein exclama alucinadamente para seu assistente corcunda: “Está vivo! Está vivo!”

É uma cena clássica que muitos associam ao romance de Mary Shelley, porém ao ler o livro pela primeira vez poderão se surpreender: nem a frase, nem o uso dos raios, nem o assistente corcunda estão presentes no texto original. Frankenstein é um caso típico de romance que ganhou vida e mitologia próprias.

Como se poderá constatar na leitura desta tradução, o cientista Victor Frankenstein é na verdade um jovem estudante de origem nobre, e há diversas alusões à sua beleza física, provavelmente derivadas do modelo que a autora usou para criá-lo: seu amado marido, o poeta romântico e filósofo Percy Bysshe Shelley.

Victor trabalha sozinho, sem assistente, em segredo (o mais perto que temos da figura de Igor é seu amigo Henry Clerval, que nada tem de corcunda e nem mesmo toma conhecimento dos experimentos do jovem cientista), num quarto de estudante (não num castelo medieval, como retratado em muitas adaptações); e assim como não há indicações precisas sobre os métodos que trouxeram a criatura à vida – fato justificado no texto pela apreensão do cientista de que a experiência seja reproduzida –, Mary Shelley também não descreve em detalhes a criatura, deixando os horrores à imaginação do leitor.

O que recebemos é isso: A pele amarela mal encobria a atividade dos músculos e das artérias; o cabelo era comprido e de um preto lustroso; os dentes, de um branco perolado; mas esses luxos só formavam um contraste mais horrendo com os olhos aguados, que pareciam quase da mesma cor dos buracos acinzentados nos quais estavam cravados, e com a compleição enrugada e lábios pretos retos.

A criatura tampouco é batizada. Ao longo do texto é chamada por todo tipo de impropério: “monstro”, “demônio”, “desgraçado”, “miserável”, “abominação”. Assim, não deixa de ser irônico e ao mesmo tempo providencial que o sobrenome de seu criador seja hoje sinônimo da criatura.

Mais que isso, Frankenstein (ou, na pronúncia abrasileirada popular, “Franquisteim”) representa hoje mais do que um único personagem, tendo se tornado uma espécie de monstro tão identificável como um zumbi, um vampiro, ou “um êemen”. Chegou mesmo a adjetivo, sinônimo de uma criação remendada e malsucedida.

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