Obstruções À Justiça

Obstruções À Justiça: A tese defendida neste livro é simples. Se um dos ramos da filosofia mais discutidos no espaço público atualmente é a ética, e o objetivo da ética é articular o pensamento de modo tal que a justiça seja seu ideal, objetivo e finalidade, então a filosofia terá que mostrar que a sua compreensão da justiça não é meramente histórica nem abstrata.


Ora, não há nada que comprova que isto for realizado. A filosofia pode ser vista como gerador de pontos de justiça, ou pelo menos um discurso que torna inteligível a representação daquilo que é justo, mas raramente a filosofia tenta explicar a justiça enquanto transformação.
Acrescentada à redução pragmática da nossa compreensão da justiça é a tarefa não menos importante da filosofia a isolar as obstruções e os obstáculos a alcançar a justiça na sua própria prática como nos seus programas de pesquisa.
Em uma serie de discussões sobre dívida, falocracia, cultura de estupro, apagamento metodológico do estruturalismo e do marxismo, censura, psico-contratualismo e a linearização do tempo, este livre retrata alguns desafios que enfrenta a filosofia contemporânea na sua (quase) eterna busca pela justiça.
Nas beiras da justiça e das teorias que a tornam inteligível, circula um certo direito tributário pouco formalizado por filósofos. Nessa faixa, trata-se menos do material compondo os “hard cases” da filosofia do direito do que de problemas menores vindo da política e da economia.
Na mira, enxergue-se o conceito e a questão ética da dívida, há tempo banidos da reflexão desértica de uma filosofia política em que se amplia o afastamento brutal com as imperfeições estruturais de uma sociedade tipificada pela conjuntura não apenas pós-democrática atual, mas pós-política.
Nessa visão da sociedade, não obstante a atenção discursiva e jurídica dada ao “Estado de direito”, ouve-se a ênfase dada ao Estado.
Legada de um passado sem origem, a tensão entre Estado e sociedade nunca se apaziguou. As conquistas sociais foram sempre arrancadas contra a força da violência usada pelo Estado em suas diversas encarnações a limitar a abrangência e o poder da autonomia da sociedade.
Quando a filosofia política atende principalmente aos assuntos do Estado, ela opta por restringir a assim valorizada liberdade de pensamento e a autonomia da crítica em nome de outros princípios: realismo, constitucionalismo ou o fundo pragmático do modus operandi da política profissional. Com tal conformismo à razão do Estado, é a filosofia que acaba perdendo tanto quanto a sociedade.

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Obstruções À Justiça: A tese defendida neste livro é simples. Se um dos ramos da filosofia mais discutidos no espaço público atualmente é a ética, e o objetivo da ética é articular o pensamento de modo tal que a justiça seja seu ideal, objetivo e finalidade, então a filosofia terá que mostrar que a sua compreensão da justiça não é meramente histórica nem abstrata.
Ora, não há nada que comprova que isto for realizado. A filosofia pode ser vista como gerador de pontos de justiça, ou pelo menos um discurso que torna inteligível a representação daquilo que é justo, mas raramente a filosofia tenta explicar a justiça enquanto transformação.
Acrescentada à redução pragmática da nossa compreensão da justiça é a tarefa não menos importante da filosofia a isolar as obstruções e os obstáculos a alcançar a justiça na sua própria prática como nos seus programas de pesquisa.
Em uma serie de discussões sobre dívida, falocracia, cultura de estupro, apagamento metodológico do estruturalismo e do marxismo, censura, psico-contratualismo e a linearização do tempo, este livre retrata alguns desafios que enfrenta a filosofia contemporânea na sua (quase) eterna busca pela justiça.
Nas beiras da justiça e das teorias que a tornam inteligível, circula um certo direito tributário pouco formalizado por filósofos. Nessa faixa, trata-se menos do material compondo os “hard cases” da filosofia do direito do que de problemas menores vindo da política e da economia.
Na mira, enxergue-se o conceito e a questão ética da dívida, há tempo banidos da reflexão desértica de uma filosofia política em que se amplia o afastamento brutal com as imperfeições estruturais de uma sociedade tipificada pela conjuntura não apenas pós-democrática atual, mas pós-política.
Nessa visão da sociedade, não obstante a atenção discursiva e jurídica dada ao “Estado de direito”, ouve-se a ênfase dada ao Estado.
Legada de um passado sem origem, a tensão entre Estado e sociedade nunca se apaziguou. As conquistas sociais foram sempre arrancadas contra a força da violência usada pelo Estado em suas diversas encarnações a limitar a abrangência e o poder da autonomia da sociedade.
Quando a filosofia política atende principalmente aos assuntos do Estado, ela opta por restringir a assim valorizada liberdade de pensamento e a autonomia da crítica em nome de outros princípios: realismo, constitucionalismo ou o fundo pragmático do modus operandi da política profissional. Com tal conformismo à razão do Estado, é a filosofia que acaba perdendo tanto quanto a sociedade.

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