A Base Física Do Espírito

Em A base física do espírito, Farias Brito (1862-1917) aborda o preconceito positivista, explica o equívoco que era causa da grande confusão no pensamento de seu tempo, determina os conceitos de filosofia, ciência e metafísica, e trata da relação entre a sensibilidade, o espírito e a matéria.


Além disso, apresenta a psicologia tradicional, discute a relação entre a alma e a psicologia experimental (“psicologia sem alma”), mostra as origens da psicologia moderna, a psicologia matemática de Herbart, a psicofísica de Fechner. Analisa o cérebro como corpo do espírito e a consciência como epifenômeno.
Discute Bacon, Descartes, Spinoza, Leibniz, Locke, Kant, Hume, Condillac, Spencer, James Mill, Weber. Faz, ainda, a exegese de inúmeras correntes filosóficas, entre as quais o racionalismo, a psicologia, o positivismo e o criticismo.

Os sistemas filosóficos, a partir de Bacon e Descartes, a tal ponto se multiplicaram e por tal modo se foram gradativamente desprestigiando, por efeito dessa multiplicação que, por último, deram em resultado o maior descrédito para a própria filosofia.
Manifestou-se a princípio uma certa desconfiança contra o valor das cogitações filosóficas; mas essa desconfiança, crescendo rapidamente, terminou por se transformar em abandono sistemático. Houve depois prevenção e ódio, e a obra de demolição começou.
O fato chegou a tomar as proporções de verdadeiro desmoronamento, sendo assustadora e mesmo alarmante a confusão que logo se estabeleceu entre os pensadores. Em nosso país, por exemplo, onde, por um lado, o movimento das ideias, na maioria dos casos, de importação estrangeira, chega quase sempre muito demoradamente, mas onde, por outro lado, tudo se exagera sem critério e sem medida, o que é natural nos países novos e nos povos de imaginação exaltada: – em nosso país, digo, a filosofia, equiparada à retórica, foi suprimida, como inútil, do ensino oficial.
Foi uma das notas características da reorganização por que passou o ensino no Governo Provisório da República, fato que tem sua explicação na preponderância que teve naquele governo o elemento positivista. Não se ignora que o positivismo, por aquele tempo, servido por Benjamin Constant, exerceu, entre nós, poderosa influência sobre as classes pensantes.

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Em A base física do espírito, Farias Brito (1862-1917) aborda o preconceito positivista, explica o equívoco que era causa da grande confusão no pensamento de seu tempo, determina os conceitos de filosofia, ciência e metafísica, e trata da relação entre a sensibilidade, o espírito e a matéria.
Além disso, apresenta a psicologia tradicional, discute a relação entre a alma e a psicologia experimental (“psicologia sem alma”), mostra as origens da psicologia moderna, a psicologia matemática de Herbart, a psicofísica de Fechner. Analisa o cérebro como corpo do espírito e a consciência como epifenômeno.
Discute Bacon, Descartes, Spinoza, Leibniz, Locke, Kant, Hume, Condillac, Spencer, James Mill, Weber. Faz, ainda, a exegese de inúmeras correntes filosóficas, entre as quais o racionalismo, a psicologia, o positivismo e o criticismo.

Os sistemas filosóficos, a partir de Bacon e Descartes, a tal ponto se multiplicaram e por tal modo se foram gradativamente desprestigiando, por efeito dessa multiplicação que, por último, deram em resultado o maior descrédito para a própria filosofia.
Manifestou-se a princípio uma certa desconfiança contra o valor das cogitações filosóficas; mas essa desconfiança, crescendo rapidamente, terminou por se transformar em abandono sistemático. Houve depois prevenção e ódio, e a obra de demolição começou.
O fato chegou a tomar as proporções de verdadeiro desmoronamento, sendo assustadora e mesmo alarmante a confusão que logo se estabeleceu entre os pensadores. Em nosso país, por exemplo, onde, por um lado, o movimento das ideias, na maioria dos casos, de importação estrangeira, chega quase sempre muito demoradamente, mas onde, por outro lado, tudo se exagera sem critério e sem medida, o que é natural nos países novos e nos povos de imaginação exaltada: – em nosso país, digo, a filosofia, equiparada à retórica, foi suprimida, como inútil, do ensino oficial.
Foi uma das notas características da reorganização por que passou o ensino no Governo Provisório da República, fato que tem sua explicação na preponderância que teve naquele governo o elemento positivista. Não se ignora que o positivismo, por aquele tempo, servido por Benjamin Constant, exerceu, entre nós, poderosa influência sobre as classes pensantes.

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