Wittgenstein E O Problema Da Harmonia Entre Pensamento E Realidade

O tema deste trabalho é o problema da vinculação entre pensamento (ou linguagem) e realidade tal como ele é formulado e discutido por Ludwig Wittgenstein.
Dito em termos mais específicos, trata-se de examinar o modo como o filósofo concebe aquilo que chamou de “harmonia entre pensamento e realidade”

e enfrenta as questões que giram em torno dela.
Ao longo dos mais de dois milênios da história da filosofia, a reflexão sobre vinculação entre pensamento e realidade percorre o fio de Ariadne que começa a ser tecido com Parmênides e chega, entre outros autores, a Wittgenstein e seus sucessores.
Isso se deve, em boa medida, à sua relação estreita com a reflexão acerca da possibilidade mesma da representação proposicional da realidade.
Tal relação se revela já na coincidência de certas perguntas que as motivam: em que consiste a conexão representativa entre pensamento e realidade? De que modo o discurso proposicional representa? De que modo ele diz o que as coisas são ou não são? E mais: é possível dizer o que as coisas são ou não são? O que garante que o pensamento e a linguagem possam convir à realidade? O que garante que possa haver alguma forma de adequação entre eles?
Mas a perenidade da reflexão sobre vinculação entre pensamento e realidade não se deve apenas a isso. Ela se deve também ao fato pouco surpreendente, diga-se de passagem, de que, desde os primórdios da filosofia, aquelas perguntas têm sido respondidas diferentemente sem que se chegue a alguma palavra final. Assim, se é verdade que o problema mudou de feição ao longo do tempo, é verdade também que ele não envelheceu nem caducou.
O exame do tema é circunscrito neste trabalho não apenas ao pensamento de um autor, mas também a um período determinado de sua produção: analisamos o problema da harmonia entre pensamento e realidade tal como ela se coloca na produção filosófica de Wittgenstein, sobretudo, a partir da década de 1930.
Essa restrição cronológica é importante para evitar possíveis mal-entendidos. Embora dediquemos um certo número de páginas ao primeiro período da produção do filósofo, o comentário que propomos aí tem como principal propósito apenas introduzir as questões, teses, conceitos etc. que ele colocará sob escrutínio quando retoma a atividade filosófica em 1929.
Desse modo, o que pretendemos é, antes de tudo, compreender a transformação, ou melhor, as transformações que ele promove na primeira formulação e na primeira tentativa de resposta que dava àquele problema, não esquecendo obviamente o confronto com outros autores.

   

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O tema deste trabalho é o problema da vinculação entre pensamento (ou linguagem) e realidade tal como ele é formulado e discutido por Ludwig Wittgenstein.
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Ao longo dos mais de dois milênios da história da filosofia, a reflexão sobre vinculação entre pensamento e realidade percorre o fio de Ariadne que começa a ser tecido com Parmênides e chega, entre outros autores, a Wittgenstein e seus sucessores.
Isso se deve, em boa medida, à sua relação estreita com a reflexão acerca da possibilidade mesma da representação proposicional da realidade.
Tal relação se revela já na coincidência de certas perguntas que as motivam: em que consiste a conexão representativa entre pensamento e realidade? De que modo o discurso proposicional representa? De que modo ele diz o que as coisas são ou não são? E mais: é possível dizer o que as coisas são ou não são? O que garante que o pensamento e a linguagem possam convir à realidade? O que garante que possa haver alguma forma de adequação entre eles?
Mas a perenidade da reflexão sobre vinculação entre pensamento e realidade não se deve apenas a isso. Ela se deve também ao fato pouco surpreendente, diga-se de passagem, de que, desde os primórdios da filosofia, aquelas perguntas têm sido respondidas diferentemente sem que se chegue a alguma palavra final. Assim, se é verdade que o problema mudou de feição ao longo do tempo, é verdade também que ele não envelheceu nem caducou.
O exame do tema é circunscrito neste trabalho não apenas ao pensamento de um autor, mas também a um período determinado de sua produção: analisamos o problema da harmonia entre pensamento e realidade tal como ela se coloca na produção filosófica de Wittgenstein, sobretudo, a partir da década de 1930.
Essa restrição cronológica é importante para evitar possíveis mal-entendidos. Embora dediquemos um certo número de páginas ao primeiro período da produção do filósofo, o comentário que propomos aí tem como principal propósito apenas introduzir as questões, teses, conceitos etc. que ele colocará sob escrutínio quando retoma a atividade filosófica em 1929.
Desse modo, o que pretendemos é, antes de tudo, compreender a transformação, ou melhor, as transformações que ele promove na primeira formulação e na primeira tentativa de resposta que dava àquele problema, não esquecendo obviamente o confronto com outros autores.

   

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