Borges Babilônico

Poderia começar esta breve introdução fazendo considerações acerca do excesso que significa publicar mais um dicionário sobre Borges; poderia também refletir sobre o papel da biblioteca ou da enciclopédia em sua vida e literatura.


Acredito que pouco tenho a acrescentar aos verbetes específicos a respeito desses tópicos aqui incluídos. Em todo caso, nenhum dos dicionários ao meu alcance foi concebido como trabalho em equipe ou inclui um número tão extenso e variado de colaboradores.
Planejada a princípio para o leitor brasileiro, esta obra, com seus mais de mil verbetes, poderá ser de utilidade a um público bem mais amplo, e não só àquele dedicado exclusivamente à literatura.
A história do Borges Babilônico (título emprestado de uma referência que Julio Cortázar faz ao mestre em Cartas a los Jonquières) teve início há muitos anos, como mero exercício de leitura — exercício que Borges sempre privilegiou ao da escrita, em particular quando se tratava da leitura de enciclopédias.
No fim da década de 1990, a Editora Globo de São Paulo publicou as Obras completas de Borges em quatro volumes (Prêmio Jabuti de Tradução), que preparei com Maria Carolina de Araujo, minha colaboradora e assistente editorial.
Baseados nas pesquisas e em inúmeras consultas feitas para essa edição, conjecturamos que, com os extensos materiais ao nosso dispor, poderíamos elaborar um glossário ou o que no começo chamamos “Guia de leitura de Borges para o Brasil”, ou simplesmente “Guia Borges”.
Falei “exercício” de leitura porque o projeto foi pensado inicialmente para ser realizado por alunos das áreas de graduação de Espanhol e de História da América, da Universidade de São Paulo: os alunos deveriam compor os verbetes, com o apoio de bolsas de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Durante os primeiros dois anos, os seminários com os estudantes dedicaram-se à definição de um corpus: nomes próprios, termos e expressões extraídas dos quatro volumes das Obras completas cujo detalhado repertório pudesse despertar o interesse do leitor brasileiro. Chegou-se a uma lista exorbitante que ultrapassou 7 mil verbetes.
Foi quando percebemos com mais clareza aquilo que já suspeitávamos: o caráter infinito da erudição de Borges e a empresa impossível de construir uma provável enciclopédia de uma mente enciclopédica por excelência. Uma metaenciclopédia.

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Planejada a princípio para o leitor brasileiro, esta obra, com seus mais de mil verbetes, poderá ser de utilidade a um público bem mais amplo, e não só àquele dedicado exclusivamente à literatura.
A história do Borges Babilônico (título emprestado de uma referência que Julio Cortázar faz ao mestre em Cartas a los Jonquières) teve início há muitos anos, como mero exercício de leitura — exercício que Borges sempre privilegiou ao da escrita, em particular quando se tratava da leitura de enciclopédias.
No fim da década de 1990, a Editora Globo de São Paulo publicou as Obras completas de Borges em quatro volumes (Prêmio Jabuti de Tradução), que preparei com Maria Carolina de Araujo, minha colaboradora e assistente editorial.
Baseados nas pesquisas e em inúmeras consultas feitas para essa edição, conjecturamos que, com os extensos materiais ao nosso dispor, poderíamos elaborar um glossário ou o que no começo chamamos “Guia de leitura de Borges para o Brasil”, ou simplesmente “Guia Borges”.
Falei “exercício” de leitura porque o projeto foi pensado inicialmente para ser realizado por alunos das áreas de graduação de Espanhol e de História da América, da Universidade de São Paulo: os alunos deveriam compor os verbetes, com o apoio de bolsas de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Durante os primeiros dois anos, os seminários com os estudantes dedicaram-se à definição de um corpus: nomes próprios, termos e expressões extraídas dos quatro volumes das Obras completas cujo detalhado repertório pudesse despertar o interesse do leitor brasileiro. Chegou-se a uma lista exorbitante que ultrapassou 7 mil verbetes.
Foi quando percebemos com mais clareza aquilo que já suspeitávamos: o caráter infinito da erudição de Borges e a empresa impossível de construir uma provável enciclopédia de uma mente enciclopédica por excelência. Uma metaenciclopédia.

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