I Encontro Nacional De Alfabetização E Cultura Popular

O I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular, realizado em setembro de 1963, no Recife, foi um marco na história dos movimentos de cultura e educação popular no Brasil. Legitimou uma nova compreensão do conceito e da importância da educação de jovens e adultos

, que passou a ser vista como pré-condição para a participação plena de todos os indivíduos na vida nacional.
Tendo a cultura como alicerce, o modelo de educação de jovens e adultos defendido pelo Movimento de Cultura Popular de Pernambuco, criado em 1960, serviu de pauta para os grupos e atores sociais e passou a ser reconhecido como um elemento de ação política. Com seu compromisso explícito em favor das classes populares rurais e urbanas, essa pauta representou, sem dúvida, um avanço em relação às campanhas de erradicação do analfabetismo e de educação de adultos até então propostas pelo poder público nas décadas de 1940 e 1950.
O discurso e a prática que uniram cultura e educação popular com a participação política floresceram em um Brasil recém-confrontado com a abertura democrática promovida pelo governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960), que teve como meta o desenvolvimento econômico acelerado, marcado pelo populismo. Nesse cenário, o I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular foi culminância do grande processo de mobilização da sociedade civil brasileira. Reuniu 200 delegados representantes de mais de 70 instituições e movimentos de alfabetização, cultura e educação popular criados, entre 1960 e 1963, em todos os estados do país.
Este encontro não só colaborou para a definição e implantação da Comissão Nacional de Cultura Popular, oficializada por meio de uma portaria do Ministro da Educação e Cultura em 1964, como influenciou as diretrizes do Plano Nacional de Alfabetização, elaborado no final de 1963 e lançado no início de 1964. Tendo em vista a alfabetização de cinco milhões de alunos em dois anos, este plano comprometia-se com a promoção da cultura popular e propunha utilizar o sistema de alfabetização criado pelo educador Paulo Freire, experimentado com sucesso em Angicos, no Rio Grande do Norte.

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O I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular, realizado em setembro de 1963, no Recife, foi um marco na história dos movimentos de cultura e educação popular no Brasil. Legitimou uma nova compreensão do conceito e da importância da educação de jovens e adultos, que passou a ser vista como pré-condição para a participação plena de todos os indivíduos na vida nacional.
Tendo a cultura como alicerce, o modelo de educação de jovens e adultos defendido pelo Movimento de Cultura Popular de Pernambuco, criado em 1960, serviu de pauta para os grupos e atores sociais e passou a ser reconhecido como um elemento de ação política. Com seu compromisso explícito em favor das classes populares rurais e urbanas, essa pauta representou, sem dúvida, um avanço em relação às campanhas de erradicação do analfabetismo e de educação de adultos até então propostas pelo poder público nas décadas de 1940 e 1950.
O discurso e a prática que uniram cultura e educação popular com a participação política floresceram em um Brasil recém-confrontado com a abertura democrática promovida pelo governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960), que teve como meta o desenvolvimento econômico acelerado, marcado pelo populismo. Nesse cenário, o I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular foi culminância do grande processo de mobilização da sociedade civil brasileira. Reuniu 200 delegados representantes de mais de 70 instituições e movimentos de alfabetização, cultura e educação popular criados, entre 1960 e 1963, em todos os estados do país.
Este encontro não só colaborou para a definição e implantação da Comissão Nacional de Cultura Popular, oficializada por meio de uma portaria do Ministro da Educação e Cultura em 1964, como influenciou as diretrizes do Plano Nacional de Alfabetização, elaborado no final de 1963 e lançado no início de 1964. Tendo em vista a alfabetização de cinco milhões de alunos em dois anos, este plano comprometia-se com a promoção da cultura popular e propunha utilizar o sistema de alfabetização criado pelo educador Paulo Freire, experimentado com sucesso em Angicos, no Rio Grande do Norte.

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