A Arte De Curar Nos Tempos Da Colônia

A razão de ser deste trabalho decorre de uma grande paixão pelo estudo da história da medicina e do desejo de despertar, nos jovens pesquisadores, o interesse pela investigação das doenças e da evolução das práticas médicas no Brasil colonial.


O primeiro contato com a problemática da saúde no Brasil ocorreu quando da leitura dos inúmeros relatórios da Santa Casa de Misericórdia do Recife, do século XIX, especificamente os referentes ao Hospital Pedro II.
Essas fontes impressas provocaram em mim uma grande curiosidade em relação aos procedimentos terapêuticos e cirúrgicos da época.
Nas cirurgias realizadas naquele hospital, havia um número bastante significativo de amputações, ressecções, desarticulações, reduções de fraturas e luxações, ligaduras de artérias, suturas de órgãos internos rompidos, lancetamentos de abscessos e tumorações.
Eventualmente, os médicos realizavam cirurgias de cataratas, punções e esvaziamentos de hidroceles.
Com a leitura desses relatórios, um importante dado chamou-me a atenção: a alta taxa de mortalidade pós-operatória entre os pacientes que se submetiam a uma intervenção cirúrgica no Pedro II.
Verifiquei, então, que o infortúnio que mais ameaçava as cirurgias, nesse período, eram as doenças resultantes, provavelmente, da falta de assepsia, como a erisipela, o tétano, a septicemia e a gangrena.
Dessa forma, constatei que as infecções decorrentes dessas práticas cirúrgicas impediram, durante muito tempo, o desenvolvimento da cirurgia no Brasil. Começaram assim, de forma um pouco singular, as minhas investigações referentes ao intrigante mundo da história da prática médica.
Na medida em que eram realizadas leituras em obras especializadas no campo da história da medicina e, ao mesmo tempo, consultas aos documentos manuscritos e impressos da Biblioteca Nacional a respeito da higiene e da saúde no Brasil colonial, ficou claro o grande descompasso existente entre a saúde da população e a medicina oficial da época, principal objeto deste estudo.
Nesta pesquisa, foram utilizados textos de medicina dos primeiros tempos da colonização, como os tratados do médico holandês Guilherme Piso e dos médicos portugueses Morão; Rosa & Pimenta, reimpressos pelo Arquivo Público Estadual de Pernambuco.

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Essas fontes impressas provocaram em mim uma grande curiosidade em relação aos procedimentos terapêuticos e cirúrgicos da época.
Nas cirurgias realizadas naquele hospital, havia um número bastante significativo de amputações, ressecções, desarticulações, reduções de fraturas e luxações, ligaduras de artérias, suturas de órgãos internos rompidos, lancetamentos de abscessos e tumorações.
Eventualmente, os médicos realizavam cirurgias de cataratas, punções e esvaziamentos de hidroceles.
Com a leitura desses relatórios, um importante dado chamou-me a atenção: a alta taxa de mortalidade pós-operatória entre os pacientes que se submetiam a uma intervenção cirúrgica no Pedro II.
Verifiquei, então, que o infortúnio que mais ameaçava as cirurgias, nesse período, eram as doenças resultantes, provavelmente, da falta de assepsia, como a erisipela, o tétano, a septicemia e a gangrena.
Dessa forma, constatei que as infecções decorrentes dessas práticas cirúrgicas impediram, durante muito tempo, o desenvolvimento da cirurgia no Brasil. Começaram assim, de forma um pouco singular, as minhas investigações referentes ao intrigante mundo da história da prática médica.
Na medida em que eram realizadas leituras em obras especializadas no campo da história da medicina e, ao mesmo tempo, consultas aos documentos manuscritos e impressos da Biblioteca Nacional a respeito da higiene e da saúde no Brasil colonial, ficou claro o grande descompasso existente entre a saúde da população e a medicina oficial da época, principal objeto deste estudo.
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