Na Minha Pele

Movido pelo desejo de viver num mundo em que a pluralidade cultural, racial, étnica e social seja vista como um valor positivo, e não uma ameaça, Lázaro Ramos divide com o leitor suas reflexões sobre temas como ações afirmativas, gênero, família, empoderamento, afetividade e discriminação.

Ainda que não seja uma biografia, em Na minha pele Lázaro compartilha episódios íntimos e também suas dúvidas, descobertas e conquistas. Ao rejeitar qualquer tipo de segregação ou radicalismos, Lázaro nos fala da importância do diálogo. Não se pode abraçar a diferença pela diferença, mas lutar pela sua aceitação num mundo ainda tão cheio de preconceitos. Na minha pele é um livro sincero e revelador, que propõe uma mudança de conduta e nos convoca a ser mais vigilantes e atentos ao outro.

Na minha pele começou em 12 de outubro de 2007. Eu havia passado o dia anterior preso no aeroporto de Salvador por conta do apagão aéreo que assolava o país e estava com a mochila cheia de camarão seco, farinha, azeite de dendê e peixe frito que minha tia Elenita, que nós chamamos de Dindinha, insistiu para que eu levasse. Tinha medo de que tudo aquilo estragasse e o cheiro começasse a se espalhar pelo avião. Aterrissei no Rio com minhas iguarias intactas e segui direto para a reunião com a editora — que deveria ter acontecido na véspera, mas havia ficado para o fim da tarde daquele sábado. Comprei gelo na saída do aeroporto, que enfiei dentro de um saco junto com o camarão para ver se mantinha tudo fresco, e me encaminhei para lá.
Eu já tinha uma proposta na cabeça. Ou melhor, várias: um livro infantil baseado em uma peça que escrevi; um livro a partir de um texto que, além do nome (“A velha sentada”), só tinha oito páginas escritas; um livro com as entrevistas colhidas ao longo de três anos no programa Espelho,* que eu dirijo e até hoje apresento no Canal Brasil.
Foi aí que começou a aventura.
Todas as minhas ideias foram rejeitadas. E veio a provocação final:
— Por que não falar da sua experiência como ator negro?
As duas perguntas que mais fazem a um ator negro, além das básicas “Esse personagem é um presente para você?” e “Você prefere fazer teatro, cinema ou TV?”, são:
— Sendo um ator negro, o que acha dessa coisa toda de racismo?
— Como é fazer um médico, arquiteto, surfista, Roque Santeiro, boêmio da Lapa, padre, gay ou seja lá quem for... negro?

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Movido pelo desejo de viver num mundo em que a pluralidade cultural, racial, étnica e social seja vista como um valor positivo, e não uma ameaça, Lázaro Ramos divide com o leitor suas reflexões sobre temas como ações afirmativas, gênero, família, empoderamento, afetividade e discriminação. Ainda que não seja uma biografia, em Na minha pele Lázaro compartilha episódios íntimos e também suas dúvidas, descobertas e conquistas. Ao rejeitar qualquer tipo de segregação ou radicalismos, Lázaro nos fala da importância do diálogo. Não se pode abraçar a diferença pela diferença, mas lutar pela sua aceitação num mundo ainda tão cheio de preconceitos. Na minha pele é um livro sincero e revelador, que propõe uma mudança de conduta e nos convoca a ser mais vigilantes e atentos ao outro.

Na minha pele começou em 12 de outubro de 2007. Eu havia passado o dia anterior preso no aeroporto de Salvador por conta do apagão aéreo que assolava o país e estava com a mochila cheia de camarão seco, farinha, azeite de dendê e peixe frito que minha tia Elenita, que nós chamamos de Dindinha, insistiu para que eu levasse. Tinha medo de que tudo aquilo estragasse e o cheiro começasse a se espalhar pelo avião. Aterrissei no Rio com minhas iguarias intactas e segui direto para a reunião com a editora — que deveria ter acontecido na véspera, mas havia ficado para o fim da tarde daquele sábado. Comprei gelo na saída do aeroporto, que enfiei dentro de um saco junto com o camarão para ver se mantinha tudo fresco, e me encaminhei para lá.
Eu já tinha uma proposta na cabeça. Ou melhor, várias: um livro infantil baseado em uma peça que escrevi; um livro a partir de um texto que, além do nome (“A velha sentada”), só tinha oito páginas escritas; um livro com as entrevistas colhidas ao longo de três anos no programa Espelho,* que eu dirijo e até hoje apresento no Canal Brasil.
Foi aí que começou a aventura.
Todas as minhas ideias foram rejeitadas. E veio a provocação final:
— Por que não falar da sua experiência como ator negro?
As duas perguntas que mais fazem a um ator negro, além das básicas “Esse personagem é um presente para você?” e “Você prefere fazer teatro, cinema ou TV?”, são:
— Sendo um ator negro, o que acha dessa coisa toda de racismo?
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