A Questão Do Método E A Teoria Histórico-Cultural

“Por mais estranho e paradoxal que pareça, à primeira vista, é precisamente a prática, como princípio construtivo da ciência, que exige uma filosofia, ou seja, uma metodologia da ciência”. Vigotski

Os textos que compõem esta coletânea intitulada A Questão Do Método E A Teoria Histórico-Cultural – Bases Teóricas E Implicações Pedagógicas, organizada pelas professoras Sueli Guadelupe de Lima Mendonça, Luciana Aparecida Araújo Penitente e Stela Miller fazem parte das discussões apresentadas pelos pesquisadores que fizeram exposições de trabalhos no evento que conjugou a 15ª. Jornada do Núcleo de Ensino e o 3º. Congresso Internacional da Teoria Histórico-Cultural, realizado em 2016. O tema proposto foi muito sugestivo: “Teoria Histórico-Cultural e a questão do método - bases teóricas e implicações pedagógicas”. A finalidade do evento foi pensar a relação teoria e prática a partir da Psicologia Histórico-Cultural, que tem como fundamento o materialismo histórico e dialético.
Ao analisar o texto escrito por Vigotski por volta de 1917, “O significado histórico da crise da Psicologia”, um ponto que sempre produz reflexão é quando ele chama a atenção para a epígrafe que apresentei no início deste prefácio. Concordo plenamente com o autor que a prática é fundamentada por uma filosofia. Ele nos incita a pensar, no nosso caso que lidamos com a área de ciências humanas, em qual visão de homem está guiando, por exemplo, a atividade pedagógica realizada cotidianamente em busca da transmissão-apropriação do conhecimento. A unidade dialética entre teoria e prática é imprescindível quando refletimos sobre a transformação que ocorre nos indivíduos no processo ensino-aprendizagem; seja naquele em que se vai humanizando os sujeitos por meio da educação, da apropriação dos conteúdos curriculares, dos conhecimentos científicos; seja naquele que sistematiza o ensino de forma a instrumentalizar os alunos para, por meio de mediações teóricas, conhecer a realidade para além da pseudoconcreticidade, como afirma Kosik.
O professor Dermeval Saviani, ao elaborar a Pedagogia Histórico-Crítica, deixa muito claro que a função da educação é a transmissão e apropriação dos conhecimentos produzidos pelos homens no processo histórico. Nesta socialização, quais seriam os fundamentos filosóficos, epistemológicos e psicológicos que guiam os profissionais que atuam no espaço educativo? Essa é uma questão premente de ser discutida, pois, para “[...] qualquer ciência chega, mais cedo ou mais tarde, o momento em que deve ter consciência de si mesma como um conjunto, compreender seus métodos e trasladar a atenção dos atos e fenômenos aos conceitos que utiliza”. Parece-me que o evento foi por este caminho e os autores se debruçaram sobre esse ponto nevrálgico, que merece toda nossa atenção.

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Ao analisar o texto escrito por Vigotski por volta de 1917, “O significado histórico da crise da Psicologia”, um ponto que sempre produz reflexão é quando ele chama a atenção para a epígrafe que apresentei no início deste prefácio. Concordo plenamente com o autor que a prática é fundamentada por uma filosofia. Ele nos incita a pensar, no nosso caso que lidamos com a área de ciências humanas, em qual visão de homem está guiando, por exemplo, a atividade pedagógica realizada cotidianamente em busca da transmissão-apropriação do conhecimento. A unidade dialética entre teoria e prática é imprescindível quando refletimos sobre a transformação que ocorre nos indivíduos no processo ensino-aprendizagem; seja naquele em que se vai humanizando os sujeitos por meio da educação, da apropriação dos conteúdos curriculares, dos conhecimentos científicos; seja naquele que sistematiza o ensino de forma a instrumentalizar os alunos para, por meio de mediações teóricas, conhecer a realidade para além da pseudoconcreticidade, como afirma Kosik.
O professor Dermeval Saviani, ao elaborar a Pedagogia Histórico-Crítica, deixa muito claro que a função da educação é a transmissão e apropriação dos conhecimentos produzidos pelos homens no processo histórico. Nesta socialização, quais seriam os fundamentos filosóficos, epistemológicos e psicológicos que guiam os profissionais que atuam no espaço educativo? Essa é uma questão premente de ser discutida, pois, para “[…] qualquer ciência chega, mais cedo ou mais tarde, o momento em que deve ter consciência de si mesma como um conjunto, compreender seus métodos e trasladar a atenção dos atos e fenômenos aos conceitos que utiliza”. Parece-me que o evento foi por este caminho e os autores se debruçaram sobre esse ponto nevrálgico, que merece toda nossa atenção.

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